Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS NA ÓPTICA DOS ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL INSERIDA NA REGIÃO AMAZÔNICA
Marcilene Batista Costa, Gabriele Pedroso Vasconcelos, Kamille Herondina Maia Martins, Melina de Figueiredo Miranda, Veridiana Barreto do Nascimento

Última alteração: 2015-10-30

Resumo


APRESENTAÇÃO: A adolescência compreende o período entre 10 e 19 anos de idade e representa uma fase de grande vulnerabilidade devido aos fatores biopsicossociais aos quais os adolescentes estão sujeitos1. Durante este período de transição do estado infantil para o adulto, o adolescente estabelece uma identidade pessoal, assume o controle de sua vida social, adquire uma maior autonomia, experimenta novos contatos sociais, apresenta tendências grupais que, associados à curiosidade natural desta fase, aos conflitos vivenciados e à inserção/aceitação em grupos, tornam-os alvos fáceis a experimentar novas sensações, entre elas as drogas2. Drogas são substâncias sintéticas ou naturais, que introduzidas no organismo do ser humano, modifica suas funções. O termo "droga" é descrito como substância proibia, de uso ilegal e nocivo ao individuo, modificando suas funções, a sensações, o humor e o comportamento3. Uma das questões mais importantes no que diz respeito ao uso de drogas é o fato de estar atingindo progressivamente as camadas mais jovens da população. Embora o problema exista também entre os adultos e seja alarmante, o desenvolvimento precoce com o vício preocupa pelo fato de interferir no adequado desenvolvimento do individuo, tanto do ponto de vista físico, como psicológico4. Então é necessário saber o que os jovens sabem realmente a respeito das drogas, para analisar e informar a respeito do certo ou errado. Para a enfermagem, é importante trabalhar o assunto entre os adolescentes, através de palestras nas escolas ou outros meios de prevenção, visando sempre manutenção de uma boa qualidade de vida desses adolescentes. Uma vez que a enfermagem tem papel primordial na prevenção e promoção da saúde5. Objetivo: Avaliar o conhecimento dos adolescentes da Escola de Ensino Fundamental Ester Ferreira na Cidade Santarém região Oeste do Pará. Desenvolvimento: O modelo adotado de pesquisa segue o método da Problematização, baseada na teoria do Arco de Maguerez, que visa o ideal de práxis: aprender fazendo.  Em cinco etapas, sendo elas: observação da realidade, os acadêmicos fizeram uma visita prévia na escola, observando possíveis necessidades e coletando informações com a pedagoga e a diretora. Pontos chaves, ficou decidido então que o temas a ser abordado seria álcool e outras drogas. Teorização, realizada pesquisa bibliográfica sobre os assuntos. Hipóteses de solução, onde se decidiu a melhor forma de transmitir o conhecimento sobre os temas para o público alvo. Aplicação a realidade, sendo no dia 29 de Setembro de 2014, no horário vespertino das quatorze horas, estipulado como a intervenção sendo aplicados formulários antes e após a palestra, seguido de dinâmicas para testar o aprendizado dos alunos. Resultados: Participaram da ação trinta e dois alunos, sendo dezoito do sexo feminino e quatorze do sexo masculino do quinto ano do ensino fundamental. Ao avaliarmos as perguntas feitas no formulário obtivemos os seguintes resultados:No questionário aplicado anterior à palestra observou-se que a maioria dos alunos do sexo masculino, ou seja 11 (78, 5%), responderam que sabiam o que eram drogas e apenas 3 (21,4%) responderam que não. Quanto que após a mesma verificou-se que todos os alunos afirmaram saber o que são drogas. No caso do sexo feminino, antes da palestra, 10 (55,5%) responderam saber o que são drogas contra 8 (44,5%) que responderam não. Mesmo após a palestra duas alunas ainda afirmaram não saber o que são drogas. Daí a importância de se informar aos adolescentes e jovens estudantes sobre os efeitos e riscos de substancias psicoativas5. Quando perguntou- se previamente sobre o conhecimento dos riscos ocasionados pelas drogas, nos alunos do sexo masculino, 8 (57,1%) alegaram que causa dependência, 4 (28,5%) que não causam danos à saúde e 3 (21,4%) que a droga deixa mais inteligente. Em contrapartida a maioria das alunas, no caso 15 (83,3%), responderam que drogas causam dependência e 3 (16,7%) que não causam danos à saúde. Após a palestra todos os alunos, tanto do sexo feminino quanto no masculino, afirmaram que as drogas causam dependência e danos à saúde. Os adolescentes e jovens demandam atenção especial, tendo se em vista que, na maioria das vezes é na adolescência ou juventude que ocorre o primeiro contato com as drogas e o estabelecimento de um padrão de uso problemático, tendo-se em vista que é uma etapa de grande vulnerabilidade no desenvolvimento humano6. Perguntou- se também quais motivos que levam os adolescentes a utilizar drogas, e obteve-se como resposta que a problemas familiares curiosidade e os são os mais apontados como causa. A família é o alicerce de qualquer individuo visto que esta é responsável pela elaboração de relações primarias e a base de seu desenvolvimento, e uma vez que esta apresenta-se desestruturada, o adolescente procura preencher essa lacuna na rua com amigos próximos e, dependendo da situação vivenciada, pode ser incentivado à experimentação e ao uso de drogas7. Considerando também que a curiosidade influencia os adolescentes a utilizarem as drogas, por diversão, por pressão do grupo social, ansiedade e devido a baia estima social8. Considerações finais: Adolescência é uma fase na vida do individuo, muitas vezes geradora de conflitos internos e externos, indagações e questionamento que impulsionam o adolescente à buscar soluções para seus problemas momentâneos. Por isso, é imprescindível que a informação seja compartilhada no contexto familiar pois esta pode atuar tanto como elemento preventivo, quanto facilitador do abuso de substâncias psicoativas. No estudo realizado constatou-se que os adolescentes possuem um conhecimento prévio sobre o uso de drogas e suas consequências. Porém, é necessário que a família atue em conjunto com a escola, para que se obtenha um maior êxito na prevenção do uso de álcool e outras drogas. A enfermagem tem papel essencial na promoção e prevenção da saúde, uma vez que esta se preocupa em informar e trabalhar os temas que mais acometem a população. Com os adolescentes foi importante trabalhar de forma holística e integradora, pois facilitou a aproximação, confiança e respeito dos mesmos facilitando o diálogo a cerca da complexidade do tema e seus riscos a saúde. 

Palavras-chave


Adolescentes; Drogas; Conhecimento.

Referências


1OMS, Organização Mundial da Saúde. Necessidade de Saúde dos Adolescentes. OMS- 2004.

2BUCHER, B; MURAKI, P. M. S. Adolescentes infratores: o grau de conhecimento sobre substancias psicoativas, seu uso e representação social. Rev. Enf. 2013.

3D’ARCÁDIA, C.M. Drogas- Fora da lei e dentro do usuário. Vox Forensis, Espirito Santo do Pinhal, v.3, n.1, 2010.

4PALMA, H. B. F. R; JEZIERSKI, A. M. Drogas, prevenção e tratamento.Editora Cone, 2001.

5ZANELATTO, R. Prevenção do uso de drogas na escola- Modelos de intervenção.  UNIAD- Unidade de pesquisa de álcool e drogas- UNIFESP. SP- 2009

6CALDEIRA, Z. F. Drogas, individuo e família: um estudo de relações singulares. Dissertação “Mestrado em saúde publica”- Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional De Saúde Pública, RJ- 2001.

7SCHENKER, M; MINAYO, M. C. S. A implicação da família no uso abusivo de drogas: uma revisão critica. Rev. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 8, n. 1, p.299-306, 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v8n1/a22v08n1.pdf>. Acesso em: 06 de dezembro 2014.

8SOUZA, I.C.W; AMATO, T.C; SARTES, L.M.A. Abordagem com adolescentes sobre o uso e alcool e outras drogas. In: RONANI, Telmo Mota (Org.) Ações integradoras sobre drogas: prevenção, abordagem e políticas publicas. Juiz de Fora:UFJF, 2013.