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APRESENTAÇÃO: O presente relato é resultado das atividades realizadas durante o estágio profissionalizante em psicologia nos Núcleos de Apoio a Saúde da Família (NASF) no município de Parnamirim-RN, iniciado no segundo semestre de 2015. O trabalho do NASF daquele município acontece de forma dinâmica circulando pelos vários espaços dentro do território, como as Unidades básicas para estabelecer vínculo com a ESF e o território optou-se pela permanência do estagiário em uma única área.  Sob uma perspectiva da análise institucional, as atividades dos ACS da equipe de saúde da família foram acompanhadas durante três dias por semana, utilizando como estratégia de mapeamento do território o acompanhamento das visitas domiciliares, e conversas com os ACS e com os usuários da UBS. Através dessas experiências e da análise das implicações, observou-se a necessidade de um espaço de cuidado do cuidador, e educação permanente em saúde e ao mesmo tempo muita disposição dos ACS para interagir com a equipe do NASF.  Deste mapeamento, verificou-se dificuldade em lidar com situações graves em saúde mental assim como o desconhecimento da política nacional de saúde para a população LGBTT, também foi notada uma tendência em “patologizar” situações do cotidiano, como tristeza, luto e insônia e a consequente medicalização. A partir desses indicadores articulados aos objetivos do estágio, foi sugerida e aceita pelas equipes, uma atividade de matriciamento em saúde mental aberta para todos os trabalhadores da Unidade, mas com o foco nos ACS. A atividade consiste em um ciclo de encontros semanais, com um momento de cuidado do cuidador, seguido da discussão de temas específicos pré-determinados de acordo com as necessidades encontradas. É importante ressaltar que os moldes desses encontros, rompem com a lógica hierarquizada dos saberes. Sob uma perspectiva da educação popular, os temas são tratados a partir do conhecimento dos próprios trabalhadores em interação com o saber do núcleo da Psicologia. Através de uma metodologia que mescla roda de conversa e encenação de fatos vivenciados no cotidiano profissional, novas práticas são pensadas e os modos de atuação atuais podem ser resignificados.  Ao final do ciclo, a intenção é a manutenção dos encontros, mas que ao invés de um tema específico sejam discutidos casos ou mesmo elaborados projetos terapêuticos singulares considerando as demandas do território, acreditamos que a atividade irá ampliar a abrangência e eficácia da Estratégia da Saúde da Família, seja pelo espaço de cuidado que será promovido, seja pelo processo de formação e educação permanente em saúde.

Saúde mental, Matriciamento, psicologia