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Ação educativa com idosos em situação de vulnerabilidade
Última alteração: 2015-11-27
Resumo
A elevada taxa de idosos contaminados pela Síndrome da Imunodeficiência Adquirida é devido à capa de invisibilidade da população no que concerne a enxergá-los como sujeitos sexualmente ativos. No entanto, com o envelhecimento da população, e de novas tecnologias como as que prolongam a vida sexual, esta sexualidade até então ignorada, emerge como uma questão a ser discutida. O aumento da incidência da Aids entre os idosos destaca-se como uma tendência mundial e demonstra a importância de estudos que analisem a situação da epidemia nessa população, uma vez que podem subsidiar o direcionamento de ações em saúde. A educação em saúde é capaz de atuar sobre o conhecimento das pessoas, para que ocorra desenvolvimento da criticidade e capacidade de intervenção sobre suas próprias vidas. Além disso, as ações educativas caracterizam-se por transformar hábitos de vida de uma população tornando-os capazes de serem responsáveis por sua saúde. Nesse contexto, objetiva-se informar os idosos sobre a prevenção da Aids antes e após a prática da educação em saúde. Trata-se de um estudo quase experimental, quantitativo, realizado nos Centros de Referência de Assistência Social no município de Parnamirim/RN, de fevereiro a junho de 2014. A amostra foi composta por 60 idosos em situação de vulnerabilidade social, selecionados a partir dos critérios de inclusão e de exclusão do presente estudo. Os dados foram contabilizados, organizados e categorizados em planilha eletrônica do Microsoft Office Excel. Para a análise estatística, utilizou-se o teste Qui-Quadrado, considerando-se o nível de significância de 5% (p<0,05). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com número do parecer 719.926. Verificou-se na fase de pré-teste que somente 38,3% dos idosos sabiam o que é Aids e com relação a etiologia da doença, menos da metade respondeu de maneira correta, ao dizer que tem como agente causador um vírus. Após a atividade de educação em saúde, os resultados refletem a mudança significativa do aprendizado que os idosos obtiveram diante da temática. E tal mudança é materializada nos valores apresentados no pós-teste. No questionamento “A Aids tem cura?”, cinquenta e sete idosos (95%) responderam corretamente assegurando não ter cura e observou-se que houve diferença estatisticamente significativa entre o pré-teste e pós-teste nesse item (p = 0,000). O estudo revelou que o nível educacional interfere diretamente no desenvolvimento da vulnerabilidade a infecção pelo HIV, com relevância considerável quando campanhas educativas são desenvolvidas de maneira adequada, pois quanto menor o acesso às informações, mais vulnerável estará a Aids. Com este estudo, verificou-se que os idosos não recebem informações adequadas sobre a prevenção da Aids, detendo pouco conhecimento sobre a temática; observou-se também que a maioria não conhecia a doença antes da intervenção educativa. Por isso, deve-se enfatizar a prática da educação em saúde para esta população.
Palavras-chave
Idoso; Síndrome da Imunodeficiência Adquirida; Educação em Saúde; Enfermagem
Referências
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