Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Ressignificando a higiene pessoal a partir de conceitos da promoção da saúde escolar: uma proposta de intervenção interdisciplinar na escola Municipal Jorge Amado de Foz do Iguaçu, Paraná – Brasil
Mariana Rey Varela, Carmen Justina Gamarra

Última alteração: 2015-10-22

Resumo


O objetivo proposto pelo projeto de extensão universitária (Proex-Unila), “Saúde e higiene pessoal nas escolas: a educação como instrumento de promoção à saúde”, é discutir e trocar saberes com toda a comunidade acadêmica sobre a importância de contar com hábitos saudáveis coletivos e individuais a partir da ressignificação desde a Saúde Coletiva e a Promoção da Saúde Escolar, de uma das práticas mais tradicionais da Saúde Pública e a Saúde Escolar, como é a higiene. É de conhecimento científico acadêmico que independentemente de todos esforços realizados até o momento para desconstruir o paradigma higienista como prática da educação e saúde, ainda ele é muito presente nas propostas de ações e intervenções escolares. É por esse motivo que o nosso grupo de trabalho pretendeu assumir o desafio de discutir sobre o que é higiene, tendo em vista a construção cultural, social e histórica, tirando o foco do individual para passar a uma discussão mais ampla sobre a sua relevância como prática cultural e coletiva na sociedade de hoje. Foi necessário estabelecer uma rede de parcerias, na qual contamos com a colaboração de diversos profissionais e estudantes avançados de diversas áreas de conhecimento: artes, história, ciências sociais, antropologia, educação física, ciências biológicas, nutrição, odontologia, enfermagem, veterinária e saúde coletiva. A metodologia foi baseada num trabalho de oficinas e atividades de fixação sobre seis eixos temáticos: diversidade cultural e construção social e histórica do conceito de higiene, saúde bucal, higiene de coluna e postura, cuidado pessoal na infância, saúde ambiental e higiene dos alimentos. Desde o primeiro momento do planejamento das ações, as atividades foram desenvolvidas em conjunto com a escola e integrantes das famílias, isso faz parte de uma estratégia que visa uma mudança a longo prazo e que envolva o entorno social das crianças. Fizeram parte da intervenção o 100% das turmas da escola dos dois turnos, inclusive as classes especiais, e o período de trabalho foi durante todo o ano 2015. A partir do desenvolvimento das atividades deu para perceber que as temáticas eram sensíveis e atrativas para todos os participantes porque conseguiu-se atingir as principais demandas e dúvidas, tanto como fomentar o debate e a troca de saberes sobre os temas. Foi fundamental a participação ativa dos diversos profissionais convidados, sendo que a partir de seus olhares e habilidades, deram um grande aporte para que o processo flua muito animadamente. O processo de desconstrução e sensibilização sobre diversos preconceitos sobre higiene e saúde, assim como de outras índoles (gênero, étnico, racial) foi iniciado, e consideramos que obtemos bons níveis de aderência ao programa. Isto apareceu tanto nos trabalhos que foram construídos como atividades de fixação, como nas devolutivas orais dos participantes. A importância da continuidade de práticas de saúde que fomentem a discussão e desconstrução no espaço escolar, foram o maior aprendizado desta experiência.

Palavras-chave


promoção da saúde escolar, interdisciplinariedade, saúde coletiva