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Quando a condição crônica de saúde na infância é também complexa: um retrato da hospitalização pediátrica e o aprendizado de pesquisa na graduação em medicina
Última alteração: 2016-01-06
Resumo
APRESENTAÇÃO: O presente trabalho compõe a linha de estudos sobre Condição Crônica Complexa em Pediatria um retrato da morbidade hospitalar, cujo objetivo foi explorar o perfil das hospitalizações pediátricas, caracterizando-as tanto na perspectiva clínica quanto sócio-demográfica. Tal objetivo pretende subsidiar ações de programação, planejamento e formação em saúde, em um cenário de transição epidemiológica em curso, onde a condição crônica não alcança somente ciclos de vida avançados, e nem muito menos se resume aquelas condições epidemiologicamente mais visíveis na infância. O extrato de crianças e adolescentes que ocupam leitos pediátricos na atualidade desafiam a intersetorialidade em saúde e a perspectiva de vida onde a tecnologia e cronicidade interrogam a visibilidade dessas crianças fora do hospital. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Estudo de coorte prospectivo, cujo campo foi um hospital de referência situado no município do Rio de Janeiro, mais especificamente a enfermaria de pediatria geral e unidade intermediária, totalizando 19 leitos, com dados coletados durante 12 meses, contando com um instrumento estruturado desenhado exclusivamente para esse fim. A pesquisa foi aprovada na plataforma Brasil em abril de 2014. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: A Condição Crônica Complexa representou quase 80% do total de internações, sendo as malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas os mais frequentes. O principal fator de risco foi asfixia perinatal. A maioria foi diagnosticada antes de um ano de idade. 2/3 apresentavam histórico de internações anteriores, sendo a primeira internação com aproximadamente 19 meses. Quanto à causa da internação, a maioria foi por doenças do aparelho respiratório, seguidas por doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas e por malformações congênitas, deformidades e anomalias. Em média a duração da internação foi de 25 dias, demandando cerca de 1,7 especialidades médicas e de suporte terapêutico complementar. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Predominam como causas das internações com CCC, as doenças do aparelho respiratório, Majoritariamente a chefia familiar é feminina, sendo as mães as principais acompanhantes permanentes durante a hospitalização, beneficiárias de auxílio governamental, fora do mercado. Autores: Isadora de Almeida Ferreira; Martha Cristina Nunes Moreira; Erly Catarina de Moura; Roberta Fernandes Correia; Miriam Calheiros Ribeiro de Sá; Roberta Tanabe; Adelino Madureira; Daniele de Carvalho Machado.
Palavras-chave
Condição Cronica Complexa; Pediatria; Epidemiologia
Referências
Organização Mundial da Saúde. Cuidados inovadores para condições crônicas:
componentes estruturais de ação: relatório mundial. Brasília: Organização
Mundial da Saúde, 2003.
Cohen E, Kuo DZ, Agrawal R, Berry JG, Bhagat SKM, Simon TD et al. Children
with medical complexity: an emerging population for clinical and research
initiatives. Pediatrics 2011; 127(3): 529-38.