Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Quando a condição crônica de saúde na infância é também complexa: um retrato da hospitalização pediátrica e o aprendizado de pesquisa na graduação em medicina
Isadora Almeida Ferreira, Martha Cristina Nunes Moreira, Roberta Fernandes Correia, Miriam Calheiros Ribeiro de Sá, Roberta Tanabe, Adelino Madureira, Daniele de Carvalho Machado, Lívia Almeida de Menezes

Última alteração: 2016-01-06

Resumo


APRESENTAÇÃO: O presente trabalho compõe a linha de estudos sobre Condição Crônica Complexa em Pediatria um retrato da morbidade hospitalar, cujo objetivo foi explorar o perfil das hospitalizações pediátricas, caracterizando-as tanto na perspectiva clínica quanto sócio-demográfica. Tal objetivo pretende subsidiar ações de programação, planejamento e formação em saúde, em um cenário de transição epidemiológica em curso, onde a condição crônica não alcança somente ciclos de vida avançados, e nem muito menos se resume aquelas condições epidemiologicamente mais visíveis na infância. O extrato de crianças e adolescentes que ocupam leitos pediátricos na atualidade desafiam a intersetorialidade em saúde e a perspectiva de vida onde a tecnologia e cronicidade interrogam a visibilidade dessas crianças fora do hospital. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Estudo de coorte prospectivo, cujo campo foi um hospital de referência situado no município do Rio de Janeiro, mais especificamente a enfermaria de pediatria geral e unidade intermediária, totalizando 19 leitos, com dados coletados durante 12 meses, contando com um instrumento estruturado desenhado exclusivamente para esse fim. A pesquisa foi aprovada na plataforma Brasil em abril de 2014. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: A Condição Crônica Complexa representou quase 80% do total de internações, sendo as malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas os mais frequentes. O principal fator de risco foi asfixia perinatal. A maioria foi diagnosticada antes de um ano de idade. 2/3 apresentavam histórico de internações anteriores, sendo a primeira internação com aproximadamente 19 meses. Quanto à causa da internação, a maioria foi por doenças do aparelho respiratório, seguidas por doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas e por malformações congênitas, deformidades e anomalias. Em média a duração da internação foi de 25 dias, demandando cerca de 1,7 especialidades médicas e de suporte terapêutico complementar. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Predominam como causas das internações com CCC, as doenças do aparelho respiratório, Majoritariamente a chefia familiar é feminina, sendo as mães as principais acompanhantes permanentes durante a hospitalização, beneficiárias de auxílio governamental, fora do mercado. Autores: Isadora de Almeida Ferreira; Martha Cristina Nunes Moreira; Erly Catarina de Moura; Roberta Fernandes Correia; Miriam Calheiros Ribeiro de Sá; Roberta Tanabe; Adelino Madureira; Daniele de Carvalho Machado.

Palavras-chave


Condição Cronica Complexa; Pediatria; Epidemiologia

Referências


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Mundial da Saúde, 2003.

Cohen E, Kuo DZ, Agrawal R, Berry JG, Bhagat SKM, Simon TD et al. Children
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