Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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PRÁTICA RELIGIOSA/RELIGIOSIDADE DA PESSOA IDOSA LONGEVA COM DECLÍNIO DA CAPACIDADE FUNCIONAL
Luana Araújo dos Reis, Tânia Maria de Oliva Menezes

Última alteração: 2015-10-22

Resumo


A prática religiosa/religiosidade se desvela para a pessoa idosa como estratégia de socialização, manutenção da saúde mental e ocupação do tempo livre. Nesse sentido, este estudo objetivou compreender a prática religiosa/religiosidade da pessoa idosa longeva com declínio da capacidade funcional. Trata-se de uma pesquisa de abordagem fenomenológica, fundamentada no pensamento de Martin Heidegger, realizada com 14 pessoas idosas longevas, cadastradas em uma Unidade de Saúde da Família no município de Jequié, Bahia, Brasil. A coleta dos depoimentos ocorreu no período de Novembro de 2014 a Março de 2015, através da entrevista em profundidade, gravada. A análise compreensiva foi ancorada em conceitos heideggerianos. Os colaboradores deste estudo foram 12 mulheres e dois homens, com idade compreendida entre 80 e 104 anos, com escolaridade que variou do não alfabetizado ao ensino médio completo, rendimento entre um e três salários mínimos. Quanto ao estado civil, 11 viúvos, dois divorciados e um casado. Todos eram aposentados ou pensionistas. Após a compreensão do fenômeno vivenciado pelos participantes sobre a prática religiosa/religiosidade, observou-se que o declínio da capacidade funcional limita a sua prática relacionada ao hábito de frequentar a igreja. No entanto, mesmo frente à limitação do caminhar resultante do declínio da capacidade funcional, a prática religiosa/religiosidade se faz presente por meio da oração no ambiente domiciliar e do acompanhamento da missa na televisão. Embora tenham manifestado a manutenção da prática religiosa, os participantes desvelaram o quão difícil é conviver com as morbidades e limitações impostas pelo processo de envelhecimento. Notou-se, também, o pesar nos discursos quando se referiram ao aprendizado adquirido ao longo da vida e a impossibilidade de colocá-lo em prática em função das dores que se fazem presentes em seu cotidiano. Conclui-se que o declínio da capacidade funcional compromete a mobilidade da pessoa idosa longeva, restringindo suas ações e limitando a sua prática religiosa no meio social. No entanto, a manutenção da religiosidade por meio das práticas religiosas permanece, sendo realizadas no domicílio, possibilitando um novo significado à vida.

Palavras-chave


Pessoa idosa; Religiosidade; Funcionalidade.