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A religiosidade e a espiritualidade vêm se mostrando como uma importante estratégia no existir da pessoa idosa longeva, contribuindo para o bem estar através do significado positivo que é dado à vida. Nesse sentido, este estudo objetivou desvelar a compreensão da pessoa idosa longeva sobre religiosidade e espiritualidade. Trata-se de uma pesquisa de abordagem fenomenológica, fundamentada no pensamento de Martin Heidegger, realizada com 14 pessoas idosas longevas cadastradas em uma Unidade de Saúde da Família no município de Jequié, Bahia, Brasil. A coleta dos depoimentos ocorreu no período de Novembro de 2014 a Março de 2015, através da entrevista em profundidade, gravada. A análise compreensiva foi ancorada em conceitos heideggerianos. Os colaboradores deste estudo foram 12 mulheres e dois homens, com idade compreendida entre 80 e 104 anos, com escolaridade que variou do não alfabetizado ao ensino médio completo, rendimento entre um e três salários mínimos. Quanto ao estado civil, 11 viúvos, dois divorciados e um casado. Todos eram aposentados ou pensionistas. Após a descrição do fenômeno vivenciado pelos colaboradores sobre religiosidade e espiritualidade, emergiram as unidades de significação: 1. O não entendimento e/ou a não compreensão para formulação de uma definição a respeito de religiosidade e espiritualidade; 2. A religiosidade como sinônimo de religião; 3. A associação da espiritualidade com o espiritismo e macumba. Dessa forma foi possível adentrar o cotidiano das pessoas idosas longevas e a compreensão do ser possibilitou o desvelar da dificuldade que a pessoa idosa longeva tem para elaboração de uma definição sobre religiosidade e espiritualidade, tendo em vista a complexidade dos termos e a pluralidade teórica que emana da sua múltipla dimensionalidade. Tal fato justifica o entendimento da religiosidade como sendo sinônimo de religião, bem como a associação da espiritualidade com espiritismo e macumba, reforçando os preconceitos existentes e remetendo a experiência de vida desses indivíduos, ao passo que, culturalmente, para alcançar a salvação deve-se servir a um Ser Superior, que só pode ser encontrado por meio da religião Católica ou Evangélica. Embora alguns colaboradores deste estudo não tenham definido a religiosidade e espiritualidade, o seu vivido se desvelou nas falas e a vivência religiosa expressa por eles está relacionada à busca pelo sagrado, por meio de práticas religiosas, como uma forma de alcançar a proteção divina para a família e para aqueles que necessitam de amparo no âmbito biológico, através da manutenção/recuperação da saúde e em outros setores da vida. Neste contexto, conclui-se que, mesmo com dificuldades para elaboração de um construto sobre religiosidade e espiritualidade, a pessoa idosa longeva, através da fé e práticas religiosas, as compreende como importante estratégia, seja no alcance da paz interior, ou, no bem-estar demonstrado.

Pessoa idosa; Religiosidade; Espiritualidade.