Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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HORTO DE PLANTAS MEDICINAIS, AROMÁTICAS E CONDIMENTARES NA UNIDADE DE SAÚDE GRACILIANO RAMOS DE PORTO ALEGRE: UMA CONSTRUÇÃO COLETIVA
Caroline Mello dos Santos, Natássia Denardin, Gláucia de Souza Mendonça, Katia Valença Correia Leandro da silva

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


Na entrada da Unidade de Saúde Graciliano Ramos, localizada na Vila Graciliano Ramos em Porto Alegre, teve inicio em 10 de setembro de 2014 a construção de um horto. A ideia surgiu do interesse manifestado pela equipe da Unidade de Saúde para as residentes em Saúde Coletiva do EducaSaúde/ UFRGS, uma bióloga e outra sanitarista. O intuito deste projeto foi implementar a fitoterapia no cotidiano do cuidado em saúde e de propiciar um ambiente externo mais acolhedor e aproveitável para a comunidade. Por se tratar de um espaço pequeno para plantio, optamos por ervas e arbustos para embelezarem o ambiente com suas flores e cores e por serem úteis para nós, na forma de chás, por exemplo. Para servir de suporte no cultivo reutilizamos pneus e garrafas pet, recolhidos nas ruas e entregues na Unidade de Saúde pelos moradores. Para aproveitar melhor o local, alguns foram pendurados na vertical. Os pneus foram coloridos com tintas cedidas por uma indústria vizinha, já a terra preta e mudas foram doadas pelo Viveiro Municipal e pelo Horto da Unidade de Saúde Cruzeiro do Sul, de Porto Alegre, transportadas na Kombi de uma escola local. Algumas mudas como: pimenta, quebra-pedra, erva cidreira, entre outras, foram doadas pela população. A pintura e o plantio foram realizados por funcionários e usuários convidados no Conselho Local de Saúde. Um Relógio do corpo humano foi desenvolvido com garrafas, ou seja, em forma de relógio, cada hora representa uma parcela correspondente a um órgão do corpo humano. Esse formato didático une conhecimentos sobre as plantas medicinais, aromáticas e condimentares da medicina tradicional chinesa. Com ajuda de placas é possível identificar o horário em que a erva deve ser consumida e o órgão beneficiado. A construção do horto facilitou a difusão de conhecimentos sobre as Práticas Integrativas e Complementares no SUS. No horto, é possível desenvolver atividades multidisciplinares e promover aproximação com a comunidade, através do diálogo, troca de mudas de plantas e de saberes. Oficinas de educação popular em saúde e alimentação saudável foram realizadas. A criação deste espaço acolhedor despertou a valorização do ambiente e exercitou o trabalho em equipe, conforme preconiza o conceito de ambiência da Política Nacional de Humanização. Ações como estas contribuem para avançarmos nas diretrizes da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS, bem como na de Humanização, dentro do território. Esta iniciativa pactua com a ruptura do modelo de medicalização da saúde, para o fortalecimento da integralidade do cuidado no âmbito da Atenção Básica, através do trabalho intersetorial e interdisciplinar.