Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Do nó ao laço: A trajetória do Fórum de Saúde Mental na cidade do Rio de Janeiro como operador da gestão do cuidado
Christiane Carpio

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


APRESENTAÇÃO: Produzir uma narrativa do Fórum de Saúde Mental como espaço de prática de gestão do cuidado em saúde mental. Os objetivos deste estudo são: identificar os formuladores na criação deste dispositivo, os atores participantes e os articuladores do Fórum de Saúde Mental; Localizar que práticas de cuidado em saúde mental orientaram a proposição inicial do Fórum de Saúde Mental; Reconhecer as inflexões das práticas de cuidado em saúde mental desde a formulação do Fórum de Saúde Mental; Observar e analisar os efeitos destas inflexões sobre os atores participantes do Fórum de Saúde Mental. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: O modelo de atenção que até então pautava a assistência ao louco, baseava-se na lógica manicomial cujo tratamento prestado reduzia-se à internação psiquiátrica. Ao tomar o asilo como seu único destino, restava ao sujeito submeter-se ao único modo de tratar a loucura: o isolamento e a exclusão. Era este o cenário que o movimento da reforma psiquiátrica intentava romper. Para além do fim dos manicômios, o que se visava era a transposição do modelo asilar por outro mais comunitário. Este é o mote da política de saúde mental no município do Rio de Janeiro instaurado desde os anos 90. Portanto, nossa investigação colocou em análise a invenção do Fórum de saúde mental instituído no ano de 2002 como arena participativa envolvendo os trabalhadores de saúde mental na direção da construção de uma rede de atenção territorial. Para tanto, este estudo produziu uma narrativa sobre sua trajetória pelo viés de sua formulação e implementação, a partir dos sujeitos que participaram deste processo. Entendemos que essa escolha nos deu subsídios para compreender os caminhos trilhados – ou descartados – e as inflexões que transformaram esta arena como operadora da gestão do cuidado em saúde mental. Nesta direção, a contribuição teórica de que nos servimos, apoiou-se na Teoria da Estruturação que pauta seu estudo em torno da produção e reprodução da vida social pelos próprios agentes sociais. O uso deste conceito nos auxiliou na compreensão de um processo a partir dos próprios agentes uma vez que eles detêm uma capacidade reflexiva, ou melhor, um entendimento teórico acerca de suas próprias ações, incluindo as razões, motivos e necessidades que os instigam a fazê-lo. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: O estudo identificou que a arena do fórum de saúde mental funcionou como operador da gestão do cuidado, entretanto, é poroso ao conjunto de pessoas que o conduz, tornando delicada sua institucionalidade como arena participativa e de poder decisório.

Palavras-chave


Análise de política de saúde; saúde mental; gestão do cuidado