Anais do 12º Congresso Internacional da Rede Unida
Suplemento Revista Saúde em Redes ISSN 2446-4813 v.2 n.1, Suplemento, 2016
ESPAÇO MULTIÉTNICO DE PRÁTICAS TRADICIONAIS INDÍGENAS DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA: REPERCUSSÕES DA INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO-COMUNIDADE
Maria da Graça Luderitz Hoefel, Denise Osorio Severo, Edgar Merchan-Hamann, Ximena Pamela Bermudez, Hervaldo Sampaio Carvalho, Coletivo de Estudantes Indígenas e Não Indígenas PET-Saúde Indígena, Coletivo de Preceptores PET-Saúde Indígena, Coletivo de Profissionais CASAI - DF
Última alteração: 2016-01-14
Resumo
A integração ensino-serviço-comunidade desenvolvida no Ambulatório de Saúde Indígena do HUB tem desencadeado inúmeros processos que visam concretizar mudanças no modelo de formação e atenção à saúde no SUS. A hegemonia da racionalidade biomédica ainda representa um desafio expressivo no que tange à implementação da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas. Nesse sentido, a garantia do direito à saúde destes povos implica necessariamente o diálogo entre distintas racionalidades e a ampliação de espaços que propiciem também a realização das práticas tradicionais fundadas nos saberes ancestrais. Trata-se de um relato de experiência que visa socializar o processo de construção do Espaço Multiétnico de Práticas Tradicionais Indígenas no HUB e discutir os desafios e avanços com relação à construção da interculturalidade na formação em saúde. Foram realizadas reuniões e uma Oficina na CASAI-DF com indígenas de várias etnias, com o fito de dialogar e estabelecer os objetivos, a forma, a utilização e os significados do espaço para os diferentes povos. Os resultados evidenciaram a necessidade de configurar-se como um espaço multiétnico, com possibilidades e condições físicas e arquitetônicas capazes de realizar distintos rituais, bem como foram definidas as condições de ocupação e manutenção do espaço. Nota-se que a integração ensino-serviço-comunidades indígenas constitui locus privilegiado de mudança de paradigmas e transformações nos processos de formação e atenção à saúde, bem como favorece a ampliação das relações interinstitucionais e o fortalecimento da participação social, elementos que corroboram a qualificação dos serviços e a compreensão das dimensões culturais envolvidas nos processos de cuidado e atenção à saúde indígena.
Palavras-chave
saúde indígena, formação, interculturalidade
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