Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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O CUIDADO DE ENFERMAGEM À MULHER VITIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: UMA EXPERIÊNCIA DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM
Denis Fernandes da Silva Ribeiro, Diana Ruth Farias Araujo Gaspar, Giovane Oliveira Vieira, Rogério da Silva Ferreira

Última alteração: 2015-10-28

Resumo


Apresentação: Nos últimos anos podem ser observados avanços nas ações do estado voltadas para ao enfrentamento às diferentes tipologias de violência contra as mulheres no Brasil, no entanto se nota que inúmeros casos não são relatados pelas vítimas e ainda há o agravante da subnotificação nos serviços de saúde, seja por desconhecimento dos instrumentos legais ou por insegurança. Este relato tem o objetivo de descrever a experiência obtida no atendimento de acadêmicos de Enfermagem à mulheres vítimas de violência doméstica. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de uma pesquisa qualitativa e exploratória e do tipo relato de experiência. Os dados que subsidiaram o estudo foram coletados e agrupados através da leitura de prontuários de usuárias de uma unidade de Atenção Primária à Saúde da Baixada Fluminense do estado do Rio de Janeiro. A pesquisa foi desenvolvida durante o estágio curricular de acadêmicos do curso de Enfermagem. Após a busca nos prontuários estabeleceu-se que nos casos encontrados haveria a aplicação da SAE pelos acadêmicos e sugerido a participação num grupo de escuta e apoio na unidade de saúde. Resultados e impactos: Após a identificação do caso relacionado à pesquisa, que aconteceu por meio da análise dos prontuários, os acadêmicos de enfermagem identificaram o caso de uma paciente que estava sendo vítima de violência doméstica por parceiro íntimo. No atendimento a esta mulher, se percebeu que a paciente apenas relatou o caso de violência física, sexual e psicológica quando o profissional responsável pelo atendimento demonstrou empatia e favoreceu o vinculo, vencendo a barreira do medo e constrangimento que envolve grande parte desses casos. Dessa maneira, se percebe que esse grave problema de saúde pública é mais evidente e insidioso nas regiões onde o poder público é ineficiente e a informação quanto aos direitos de cidadania são escassos, onde o serviço de saúde e os profissionais de saúde configuram-se como o único espaço de acolhimento para vítima e, não obstante, também um espaço de escuta para o agressor. No entanto, os profissionais ainda carecem de maior treinamento, pois esses mostram-se inaptos para a prevenção, identificação, notificação e intervenção precoce, uma vez que esta temática permanece sendo um desafio para as equipes multidisciplinares em saúde e para a sociedade. Considerações finais: Oferecer uma assistência à saúde integral, humanizada, com princípios éticos e legais é uma das premissas do Sistema Único de Saúde. A capacitação dos profissionais desde a graduação é fundamental para o enfrentamento das violências contra a mulher e o empoderamento das vítimas. Nesta pesquisa observou-se que os grupos de apoio são estratégias muito eficazes para minimizar os danos causados, e configuram uma importante ferramenta para acadêmicos e profissionais da Atenção Primária à Saúde.

Palavras-chave


Violência contra a Mulher; Assistência de Enfermagem; Atenção Primária à Saúde.