Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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A INCLUSÃO ESCOLAR DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA E A ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA: UMA REVISÃO DA LITERATURA
Sheila Priori, Débora Dupas Gonçalves Nascimento

Última alteração: 2015-12-10

Resumo


A questão da inclusão escolar nos dias de hoje aponta para a necessidade de uma reestruturação organizacional das instituições de ensino regular, fazendo-se necessário uma rede de apoio e cooperação entre os setores da educação, saúde e assistência social. Em Salamanca, na Espanha, em 1994, aconteceu a Conferência Mundial sobre as Necessidades Educativas Especiais, onde foi abordada a obrigação dos governos na inserção dessas crianças no sistema regular de ensino e o papel da escola em oportunizar um contexto inclusivo e preparado para receber todos os alunos com deficiência. Estas transformações evidenciam a necessidade de refletir e realizar a inclusão nas salas de aula regulares das redes públicas de ensino. Objetivo: Identificar os aspectos da inclusão escolar da criança com deficiência física dentro da nova realidade educacional e como o fisioterapeuta enquanto membro de uma equipe multidisciplinar pode atuar efetivamente neste processo. Método: Estudo de revisão bibliográfica, realizada nas bases de dados de acesso público, usando os descritores: inclusão educacional, criança com deficiência e fisioterapia. Foram selecionados artigos de revisão de literatura, revisão sistemática e estudos descritivos, publicados entre os anos de 2004 a 2014. Foram incluídos no estudo os artigos publicados na literatura nacional relacionado à inclusão de crianças com deficiência física e excluídos os artigos e demais publicações que tratavam de outros tipos de inclusão. Resultados: Foram encontrados 85 artigos no período analisado e, após leitura dos resumos, foram selecionados 49 artigos potencialmente relevantes considerando-se o objetivo da pesquisa. Destes 49 artigos, foram excluídos 21, pois não se enquadravam nos critérios de inclusão. Dos 28 restantes, 18 foram extraídos da base SciELO e 10 da base LILACS. Os estudos mostraram que as escolas não são adaptadas e não fornecem condições mínimas de acessibilidade, sendo que na maior parte dos casos não há projetos para eliminação das barreiras arquitetônicas e ambientais. Além disso, os professores não apresentam formação em Educação Inclusiva e muitas vezes não possuem recursos técnico-pedagógicos necessários para o trabalho com os diversos tipos de deficiência. Outro aspecto de destaque, é que estes alunos não possuem acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Todos esses fatores fazem com que a inclusão escolar seja bonita na teoria, mas de difícil operacionalização prática. O fisioterapeuta juntamente com uma equipe multidisciplinar pode atuar no ambiente escolar com orientações aos escolares e professores, identificando as barreiras que a criança possa enfrentar, bem como as expectativas e as necessidades que possa haver nesse ambiente, visando contribuir para melhora do aprendizado e integração da criança. Considerações finais: A inclusão escolar é importante, entretanto, são necessários investimentos e qualificação, que em muitos contextos estão sendo desconsiderados. Muitas crianças estão sendo “incluídas”, mas sem o devido preparo da sociedade, o que torna premente uma reestruturação nas políticas públicas educacionais, na formação dos professores e na adequação das barreiras arquitetônicas presentes no ambiente escolar, para que haja a efetivação das leis que assegurem o direito à educação da criança com deficiência.

Palavras-chave


Termo 2