Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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RELAÇÃO ENTRE ÍNDICES DE DESENVOLVIMENTO HUMANO E INDICADORES DE MORTALIDADE INFANTIL: UMA ANÁLISE DAS CAPITAIS BRASILEIRAS
Rosane Souza Freitas, Thábata Cristy Zermiani, Maiara Tauana Souza Nievola, Janaina Naumann Nasser, Rafael Gomes Ditterich, Roberto Eduardo Bueno

Última alteração: 2015-10-30

Resumo


Os índices de mortalidade na infância são uma preocupação global, uma vez que mensura o bem estar da sociedade. O Brasil é um dos países signatários dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM), que tem como meta de número quatro a redução, até 2015, de dois terços da taxa de mortalidade das crianças com menos de 5 anos, sendo este índice de óbitos avaliado a cada mil nascidos vivos. Tal indicador pode expressar a ocorrência de determinantes socioeconômicos geradores de iniquidades sociais, para além da reflexão da eficiência das políticas de saúde. Portanto, o objetivo deste trabalho foi analisar a relação entre alguns índices de desenvolvimento humano e os indicadores do ODM 4 das capitais brasileiras. Este estudo foi realizado a partir de dados secundários quantitativos, sendo categorizado como descritivo e correlacional. Para a execução da pesquisa foram utilizados o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), referente ao ano 2010, e o Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM), de 2011, sendo coletados, respectivamente, nas bases de dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e no Sistema Firjan. Os indicadores de mortalidade na infância foram acessados no Portal ODM, o qual tem como fonte de dados o DATASUS, sendo empregados na pesquisa os seguintes: taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos a cada mil nascidos vivos (2013); percentual de cumprimento da meta de redução em 2/3 da mortalidade de crianças menores de 5 anos (2013); percentual de crianças menores de 1 ano com vacinação em dia (2007). Vale enfatizar que foram utilizados os dados mais recentes, desde que apresentassem maior completude nas suas bases. Na análise estatística empregou-se o teste de correlação de Pearson, com nível de significância de 95%. Foi possível averiguar que a taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos apresentou uma forte correlação negativa com o IDH-M (r= - 0,7105) e o IFDM (r= - 0,7447). Tais dados revelam que quanto piores os índices de desenvolvimento humano, referentes à saúde, educação, emprego e renda, mais elevadas serão as taxas de mortalidade na infância. Apesar dos progressos oriundos do ODM 4, o óbito infantil muitas vezes ainda acontece por doenças consideradas evitáveis no âmbito da saúde. Sendo assim, é fundamental a ampliação contínua de ações que enfoquem na imunização, na diminuição de doenças parasitárias e infectocontagiosas, na sensibilização dos pais quanto ao cuidado da criança, bem como em ações de saneamento básico. Os serviços públicos devem atuar de forma intersetorial, implantando políticas públicas cada vez mais acessíveis e resolutivas, principalmente para os grupos mais vulneráveis, em prol da minimização das iniquidades sociais. Assim, os determinantes socioeconômicos que impactam diretamente nas condições de saúde da população devem ser combatidos, havendo a ampliação do acesso da população a bens e serviços de qualidade, influenciando, portanto na redução dos índices de mortalidade infantil.

Palavras-chave


Determinantes sociais em saúde; índice de desenvolvimento humano; mortalidade infantil