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A Residência Integrada Multiprofissional em Saúde Coletiva de uma Universidade Federal corresponde à formação pós-graduada lato sensu, realizada em serviço e sob o acompanhamento docente assistencial, na área profissional da Saúde Coletiva, com abordagem multiprofissional e interdisciplinar destinada à carreiras provenientes das áreas de conhecimento em Ciências da Saúde, durante o período de 24 meses. Neste programa, o cenário de práticas no primeiro ano onde o residente está inserido, é uma Estratégia de Saúde da Família (ESF). Este trabalho descreve ações nas perspectivas de núcleo profissional e campo da saúde coletiva, em uma ESF, em consonância com a Reforma Sanitária Brasileira, buscando dar visibilidade para esta formação e atuação profissional e demonstrar a capacidade de potencializar ações de saúde voltadas aos indivíduos e coletividades. Esta Residência é composta por sete núcleos profissionais, dentre eles, o biomédico. Nas ESF, esses profissionais planejam e desenvolvem atividades relacionadas à promoção e prevenção em conjunto com a equipe da Unidade de Saúde, conforme as demandas do território e da comunidade e sob supervisão de um preceptor. Além disso, a formação conta com um suporte pedagógico, que consiste em aulas ministradas por professores da universidade referentes a diversos temas inerentes à formação em saúde coletiva. Dentre as ações de campo desenvolvidas pelo residente biomédico, em uma ESF incluem-se: participação no acolhimento, vigente na Política de Humanização do SUS; ações intersetoriais no Programa de Saúde na Escola; a participação nas reuniões de coordenadores de equipe, em que o residente tem a oportunidade de experienciar a interlocução com a gestão; a participação nas atividades burocráticas da unidade, que auxiliam na compreensão de políticas e fluxos do SUS; a participação no Grupo de Cessação do Tabagismo, Programa do Ministério da Saúde destinado a ajudar os participantes a deixarem de fumar, fornecendo-lhes informações e estratégias necessárias para direcionar seus próprios esforços nesse sentido e na realização de Testes Rápidos (TR), para a ampliação do acesso ao diagnóstico de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). Atualmente são realizados TR para HIV, Sífilis e Hepatites B e C5. Os residentes também integram os grupos de monitoramento de agravos e contribuem para as discussões do enfrentamento dos agravos e/ou problemas de saúde de grande magnitude nos territórios onde estão inseridos. A experiência de formação e atuação na residência possibilita a construção de um novo trabalhador de saúde no SUS, atento e sensível aos diversos aspectos das necessidades individuais e coletivas, de acordo com as especificidades locorregionais. A diversidade de atuação permite o desenvolvimento de ações de núcleo profissional e campo da saúde coletiva, com competências para atuação no eixo de planejamento, gestão e avaliação e no eixo da promoção, vigilância e educação da saúde, incorporando saberes que possibilitam a atuação do biomédico sobre o processo saúde-doença-cuidado-qualidade de vida.

Residência; Atenção Básica; Biomédico