Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

Tamanho da fonte: 
DIFICULDADES DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NA PRÁTICA DIÁRIA
Karla Amaral Nogueira Quadros, Angélica Maria de Almeida, Bethania Rodrigues Machado, Fernanda Marcelino de Rezende e Silva

Última alteração: 2015-12-10

Resumo


Desde 1988, com a Constituição Federal e a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), desenhou-se uma nova proposta conceitual para a saúde e um novo modelo de organização dos serviços de saúde no país (1-2). E em 1991, surgiu o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) para financiar a equipe de agentes comunitários (ACS), que, em 1994, juntar-se-ia ao Programa de Saúde da Família (PSF), formando a base para a consolidação da Estratégia de Saúde da Família (ESF) (3). Esta pesquisa trata-se: de um estudo de caráter qualitativo, cujo objetivo foi investigar as principais dificuldades e limitações que os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) encontram no desenvolver de suas atividades cotidianas e identificar como tais situações são discutidas e/ou resolvidas dentro da sua equipe de trabalho. Método: a coleta de dados se deu através de entrevista semi-estruturada com 17 dos 92 ACS de Divinópolis (MG). A delimitação da coleta dos dados foi feita através da amostragem por saturação. Como critério de inclusão optou-se pelos ACS que tinham no mínimo seis meses de trabalho na ESF. O critério para exclusão foram os ACS que estavam de férias, de licença médica, afastados por outros motivos, quem não quis participar e aqueles com os quais não foi possível realizar o agendamento por telefone. A Análise de Conteúdo proposta é organizada em três polos cronológicos, que são: 1) a pré-análise; 2) a exploração do material; e 3) o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação. Resultados: percebeu-se que a sobrecarga do ACS, a desvalorização profissional e a falta de interação da equipe são dificuldades sentidas pelos ACS e que essas dificuldades às vezes são até discutidas, mas, na maioria dos casos, não são resolvidas. Considerações finais: a pesquisa ressaltou a importância da interlocução entre a equipe na tentativa de resoluções dos problemas, conferindo credibilidade à população e valorização do profissional ACS. Todos os seus membros devem compreender e praticar suas atribuições, assim como entender a dinâmica da ESF, para que haja uma interação consoante que, de fato, produza resoluções aos problemas com o intuito de haver uma maior credibilidade da população e a valorização do profissional ACS.

Palavras-chave


Saúde Pública, Agente Comunitário de Saúde e Atenção Primária à Saúde.

Referências


1 – Brasil (a). Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 1.886, de 18 de dezembro de 1997. Aprova as normas e diretrizes do Programa de Agentes Comunitários de Saúde e do Programa de Saúde da Família. [Legislação na internet]. [Acesso em: 15 mar 2014]. Disponível em: http://dtr2004.saude.gov.br/susdeaz/legislacao/arquivo/21_Portaria_1886_de_18_12_1997.pdf.

2 – Brasil (b). Ministério da Saúde. Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica para o Programa Saúde da Família (PSF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). [Diário Oficial da União, 2011]. [Acesso em: 15 mar. 2014]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2488_21_10_2011.html

3 – Brasil (c). Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 3.066, de 23 de dezembro de 2008. Define valores de financiamento do Piso da Atenção Básica Variável para a Estratégia de Saúde da Família e de Saúde Bucal, instituídos pela Política Nacional de Atenção Básica. [Portaria na internet]. Diário Oficial da União, 2008. [Acesso em: 16 mar. 2014]. Disponível em: http://www.foa. unesp.br/include/arquivos/foa/pos/files/portaria3066-23-12-08.pdf