Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

Tamanho da fonte: 
RELATO DE EXPERIÊNCIA: PROMOVENDO A SAÚDE DE MULHERES EM UMA COMUNIDADE
Bruna Eduarda Folletto, Júlia Sangiovo, Greici Gunzel, Sabrina Schmitt, Martha Souza, Maria Salles, Léris Haeffner

Última alteração: 2015-10-30

Resumo


Introdução: Grande parte dos profissionais e futuros profissionais da área da saúde não demonstram interesse em conhecer as condições de vida da população em que atuam, herança do Modelo Biomédico, que tem como enfoque a patologia acabando por desconsiderar a pessoa humana. Tendo como referência o conceito ampliado de saúde, elaborado na 8ª Conferência Nacional de Saúde – 1987, “saúde é resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde”, o qual prioriza a promoção da saúde e prevenção da doença – nós, acadêmicos do primeiro semestre do curso de medicina buscamos estreitar vínculos com a comunidade local por meio atividades desenvolvidas com grupos da comunidade, a fim de identificar suas vulnerabilidades e, a partir delas, promover ações que possam contribuir para uma melhor qualidade de vida da população. Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicos de medicina de um centro universitário da região central do Rio Grande do Sul em sua interação com grupo de mulheres de uma comunidade. Métodos: Ao desenvolverem atividades práticas da disciplina “Interação Ensino/Serviço e Comunidade” foi proporcionada a participação de alunos do primeiro semestre do curso de medicina em reuniões de grupo de mulheres, no qual são debatidos temas relativos à saúde. O trabalho foi desenvolvido no período de julho a setembro de 2015. Nos encontros foram desenvolvidas dinâmicas, as quais corroboraram a disseminação de um método aberto de conversação e compartilhamento de sentimentos e vivências. Resultados: As vivências relatadas pelas componentes do grupo demonstram uma efetiva contribuição do projeto para a melhoria de suas expectativas em torno de suas relações sociais e familiares. Muitas delas eram vítimas de violência doméstica e com o apoio do grupo deixaram de ser submissas e passaram a tomar providências para reverter essa situação, começando a trabalhar fora e a buscar autonomia. O grupo auxilia nas dificuldades que cada mulher tem que enfrentar e busca a sustentação nas experiências de superação de suas componentes. Conclusão: As dinâmicas utilizadas com o grupo atuou como um agente facilitador, com intuito de promover maior abertura para que assuntos de cunho subjetivo pudessem ser analisados e tratados, já que esse contexto familiar a que cada mulher está inserida é um fator preponderante no desdobramento de muitas patologias de âmbito psicológico que predomina sob o fisiológico.  Ademais, os encontros com o grupo servem de refúgio para as situações adversas encontradas no meio familiar, ou seja, funciona como um propulsor da visão humanitária que os profissionais de saúde priorizam, amparados no conceito ampliado de saúde: Saúde é o resultado das condições sociais do indivíduo. 

Palavras-chave


saúde; mulheres; medicina

Referências


BRASIL. Anais da 8a. Conferência Nacional de Saúde. Brasília: Centro de Documentacao do Ministério da Saúde. 1987