Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SÍFILIS CONGÊNITA NO PIAUÍ
Débora Regina Marques Barbosa, Antonia Almeida Araujo, Manoel Guedes de Almeida, Ariane Gomes dos Santos, Denise do nascimento Pedrosa

Última alteração: 2015-12-25

Resumo


Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico de casos notificados de sífilis congênita (SC) no Piauí, no período de 2009 a 2013. Metodologia: Trata-se de um estudo  descritivo do tipo seccional. Utilizou-se os dados do Sistema de Informação de  agravos de notificação (SINAN) e Sistema de informação sobre nascidos vivos (SINASC), disponíveis no Departamento de Informática do SUS (DATASUS), tabulados pelo TABNET. Resultados: No período avaliado, verificou-se 360 casos notificados de SC. Observou-se uma tendência crescente no número de casos notificados, com maior coeficiente de incidência registrado no ano de 2013 (CI=3,5casos/1.000NV), ano em que houve maior coeficiente de mortalidade pelo agravo (CM=0,06/100.000hab.). A letalidade pela doença apresentou-se variável, tendo sido maior em 2011 (2,6%). Do total de casos notificados, 93,6% tiveram registro da evolução clínica do paciente. Destes, 92,9% permaneceram vivos até a notificação, 0,9% foram a óbito pelo agravo e 0,9% morreram por outras causas; 5,3% das fichas tiveram, esse campo ignorado. Observou-se que em 80,8% dos casos de SC notificados, a mãe/gestante realizou acompanhamento pré-natal e 41,9% tiveram o diagnóstico da doença durante o pré-natal, em apenas 24,4% houve o tratamento do parceiro da gestante. Quanto aos dados demográficos do recém-nascido, houve predomínio do sexo feminino e raça/cor parda. Considerando a faixa etária, escolaridade e UF de residência da gestante, a maior concentração de casos foi em mães entre 20 e 34 anos e com menos 8 anos de escolaridade. 90% são residentes do estado do Piauí, na zona Urbana (79,2%). Considerações finais: Apesar dos esforços governamentais e da formulação e implementação de políticas públicas direcionadas ao controle da sífilis congênita, a taxa de incidência apresentou valores crescentes entre os anos de estudo, com números muito superiores à meta estabelecida para a eliminação da doença, demonstrando que a enfermidade ainda está fora de controle no Estado do Piauí. Este estudo aponta para necessidade de melhoria na qualidade da assistência pré-natal quanto à promoção da saúde e prevenção, diagnóstico e tratamento adequado da sífilis, especialmente para gestantes adultas jovens de baixa escolaridade e sujeitas a  ambiente socioeconômico de risco de adoecimento, com formulação de estratégias eficazes para adesão ao tratamento de seus parceiros.

Palavras-chave


Palavras-chaves: Epidemiologia. Sífilis congênita. Cuidado Pré-natal.