Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

Tamanho da fonte: 
ASSISTÊNCIA REALIZADA PELO ENFERMEIRO À GESTANTE HOSPITALIZADA E DIAGNOSTICADA COM DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GRAVIDEZ (DHEG): relato de experiência
MARA JULYETE ARRAES JARDIM, JÉSSICA SÂMIA SILVA TORRES, YARA NAYÁ LOPES DE ANDRADE

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


Apresentação: A Doença Hipertensiva Específica da Gravidez (DHEG) pode ser definida como uma manifestação clínica e laboratorial resultante do aumento nos níveis pressóricos de uma gestante, previamente normotensa, a partir da vigésima semana de gestação, desaparecendo até oito semanas após o parto. É a complicação mais comum na gestação e constitui a primeira causa de mortalidade materna no ciclo gravídico puerperal. Baseado nesse contexto, os autores implementaram a assistência de enfermagem a uma gestante internada na Enfermaria Gestacional de Alto Risco (EGAR) da Maternidade Marly Sarney na cidade de São Luís – MA, a qual tornou possível a elaboração desse relato de experiência com o objetivo de ressaltar a importância da assistência sistematizada realizada pelo enfermeiro nos casos de DHEG. Descrição da experiência: O estudo deu-se na maternidade, do dia 13 a 20 de março de 2014, somente após o consentimento da paciente. A primeira etapa da abordagem consistiu na coleta do histórico da gestante por meio da entrevista e exame físico. A segunda etapa foi a realização do diagnóstico de enfermagem. A partir dos resultados, elaborou-se o planejamento da assistência, contendo as prescrições de enfermagem. O passo seguinte foi implementar as ações, visando sempre o conforto e a evolução da paciente. Por fim, realizou-se a avaliação sistemática, a fim de observar os resultados e, caso necessário, refazer o planejamento. Resultados: A paciente deu entrada na maternidade com 20 semanas de gestação tópica, queixando-se de tontura e cefaléia, referiu ter apresentado quadro hipertensivo na sua primeira gestação e tem no histórico diabetes e hipertensão maternal. Foi encaminhada à EGAR, diagnosticada com DHEG, apresentando pressão arterial elevada e proteinúria. Demonstrou-se sem expectativas em relação à sua evolução. Os diagnósticos de enfermagem estabelecidos foram: déficit de conhecimento, risco de dor aguda, medo relacionado à pré-eclampsia e estilo de vida sedentário. As ações envolveram o esclarecimento dos fatores de risco modificáveis, a busca por medidas não farmacológicas para o tratamento da dor, o encorajamento ao cumprimento das orientações médicas e o incentivo à prática diária de atividades físicas. No decorrer das avaliações, apresentou-se orientada, participativa e sem queixas. Aos exames físicos, os sinais vitais apresentaram-se normais, inclusive os valores pressóricos, e características fetais preservadas. No último dia de internação demonstrou-se animada, devido à sua alta hospitalar, e determinada a seguir as recomendações para que o parto ocorresse sem intercorrências. Considerações finais: A realização desse estudo permitiu-nos concluir que a gestante diagnosticada com DHEG merece um olhar diferenciado do enfermeiro, que deve estar atento aos sinais e sintomas, além de esclarecer dúvidas durante o tratamento da patologia. É importante salientar que a DHEG não costuma determinar sequelas definitivas na mulher, mas pacientes com história pregressa provavelmente apresentam risco significativo de desenvolvê-la na próxima gravidez e essas mulheres precisam ser aconselhadas pelo enfermeiro a iniciar precocemente o pré-natal. Por fim, ressaltamos que controlar os riscos e incentivar uma educação contínua e abrangente são vias de ações que merecem maior enfoque do profissional de enfermagem na assistência à gestante diagnosticada com esse tipo de patologia.

Palavras-chave


Gravidez de alto risco; Cuidados de enfermagem; Hipertensão induzida pela gravidez

Referências


BRASIL. Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica n. 15- - série A: Hipertensão Arterial Sistêmica. Brasília: Ministério da saúde, 2006. Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes/cab37>. Acesso em: 25 de março de 2014.

KAHHALE, S.; ZUGAIB, M. Síndromes Hipertensivas na Gravidez: Pré-eclâmpsia. In: BENZECRY, R.; OLIVEIRA, H. O.; LEMGRUBER, I. Tratado de Obstetrícia. Rio de Janeiro: Revinter, 2000. p. 524-529.

MONTENEGRO, C.A.B.; REZENDE, J.F. Obstetrícia Fundamental. 11 ed. Editora Guanabara Koogan. RJ. Págs 204-205; 2000.