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APRESENTAÇÃO: O trabalho tornou-se um meio inexorável da existência humana e constituinte da identidade do sujeito. Além de ser fonte de sustento, permite ao indivíduo sentir-se útil, produtivo e valorizado, tendo sua autoestima elevada, passando a contar com a possibilidade concreta de autorrealização. Não obstante, o trabalho também expõe aqueles que o exercem a múltiplos determinantes de acidentes e doenças. Em relação aos trabalhadores das instituições de saúde, os riscos podem estar relacionados a uma série de fatores predisponentes às particularidades das atividades prestadas na assistência ao ser humano. Dentre esses, se destacam: a violência ocupacional, os fatores físicos, químicos, biológicos, psicossociais e ergonômicos. Nesse contexto, os acidentes de trabalho constituem um sério problema de saúde pública, por causar importante impacto sobre a produtividade, sofrimento físico, moral e psicológico. Além disso, excluem da sociedade pessoas úteis e participativas e afetam a economia do país ao reduzir a força de trabalho da população economicamente ativa. Assim, este estudo objetivou estimar a incidência dos acidentes de trabalho, segundo características sociodemográficas e ocupacionais dos trabalhadores da saúde em municípios baianos.   DESENVOLVIMENTO: O estudo possui delineamento transversal e foi conduzido com 3.084 trabalhadores da atenção primária e da média complexidade do setor saúde de cinco municípios baianos (Feira de Santana, Santo Antônio de Jesus, Itabuna, Jequié e distrito sanitário do Centro Histórico de Salvador). O período da coleta de dados ocorreu entre os anos de 2011 e 2012, por meio de questionário. A análise dos dados uni e bivariada, incluiu a descrição da população estudada, segundo características sociodemográficas, ocupacionais, hábitos de vida e estado de saúde através da incidência de acidentes de trabalho.   RESULTADOS Observou-se, no estudo, população predominantemente feminina (78,2%), com idade entre 30 a 39 anos (36,5%), com filhos (68,8%), casados/união estável (57,2%), com tempo de trabalho superior a cinco anos (56,8%) e jornada semanal de 40 horas (64,3%). A incidência de acidentes de trabalho foi de 7,8%, sendo maior entre as mulheres (8,0%), na faixa etária até 49 anos (7,8%), sem ensino superior (7,9%), com pelo menos dois turnos de trabalho (8,4%%), que utilizavam Equipamento de Proteção Individual (8,2%), que mantinham contato com material biológico (8,7%) e em situações de trabalho ativo (9,7%), segundo o modelo demanda-controle.   CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os acidentes de trabalho são fenômenos socialmente determinados, previsíveis e evitáveis que causam grande sofrimento para a sociedade, já que o trabalho sempre teve papel essencial na vida dos seres humanos e é através dele que o indivíduo se constitui como sujeito, afirmando sua identidade e seu desejo de ser reconhecido perante a sociedade. Sendo assim, o conhecimento da ocorrência dos acidentes de trabalho dos trabalhadores da saúde contribui para a construção de estratégias de prevenção e controle dos mesmos, mediante a identificação dos possíveis fatores de risco que possam existir no decorrer das atividades laborais, além de servirem como orientação na implementação de normas de segurança para a saúde do trabalhador, organização dos sistemas de gestão das empresas com o objetivo de melhorar as condições de trabalho.

Saúde do Trabalhador; Acidentes de Trabalho; Trabalhador da saúde