Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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AVALIAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE CONTROLE DA TUBERCULOSE EM DIVINÓPOLIS MINAS GERAIS
Heuler Souza Andrade, Eliete Albano de Azevedo Guimarães

Última alteração: 2015-10-30

Resumo


INTRODUÇÃO: A tuberculose (TB) há milhares de anos, atinge a humanidade e ainda persiste como um dos principais problemas de saúde a ser enfrentado em todo o mundo. O Brasil, juntamente com outros 21 países agrega 80% dos casos mundiais da doença. O Programa de Controle da Tuberculose (PCT) privilegia a descentralização de suas ações para a Atenção Primária a Saúde ampliando o acesso da população em geral e das populações mais vulneráveis ou sob risco acrescido de contrair a TB. Cabe aos municípios implantar, monitorar e avaliar a organização dos serviços e das ações de promoção, prevenção e controle da doença. Neste contexto, a avaliação em saúde constitui um instrumento essencial de apoio à gestão municipal, pois gera conclusões que são importantes para a tomada de decisão sobre o programa implantado. Objetivo: Avaliar a implantação do programa de controle da tuberculose em Divinópolis, Minas Gerais. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa avaliativa que analisou a implantação do PCT em Divinópolis, entre 2014 e 2015. Optou-se pelo estudo de caso único, o PCT, cuja unidade de análise foi o componente Atenção à saúde. Foram analisadas as dimensões dos contextos organizacional, de implantação e de efeito. Para a coleta de dados, utilizou-se três questionários semiestruturados. Os entrevistados compreenderam 119 profissionais de saúde e 11 pessoas portadoras de TB. O grau de implantação foi definido por meio de um sistema de escores, com pesos diferenciados para cada indicador, segundo nível de importância atribuído, sendo classificado como: adequado, parcialmente adequado, incipiente e não adequado. A análise dos dados foi baseada em medida-síntese (média), conforme a configuração da distribuição dos dados. Resultados: O PCT encontra-se parcialmente implantado, com classificação de 61,6%. Entre os contextos avaliados, verificou-se que o organizacional foi o pior avaliado com 53,8%, sendo este valor influenciado principalmente pela categoria Vigilância Epidemiológica (33,3%). Os contextos de Implantação e de Efeito foram pontuados respectivamente, em 61,7% e 65,7%, sendo o contexto de implantação fortemente influenciado pela categoria Assistência (56,5%) e o contexto de efeito influenciado pela categoria Diagnóstico (53,7%). Em relação à qualidade da atenção do PCT verificou-se que as pessoas portadoras de TB possuem acesso (89,3%) aos serviços, contudo, problemas foram identificados nas categorias de diagnóstico, assistência e prevenção. De forma geral, os maiores entraves percebidos no PCT foram à insuficiência de profissional qualificado, a falta de integralidade entre gestão e unidades de saúde para o planejamento das ações das ações, a falta de ações de vigilância epidemiológica e a centralização de várias atividades relacionas ao tratamento e ao controle da TB. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Com base na análise de implantação realizada pode-se listar as recomendações que demandam maior atenção: descentralização, de fato, das ações do PCT; melhoria da integralidade entre coordenação do PCT e unidades de saúde; realização das ações de vigilância epidemiológica; capacitação eficiente dos recursos humanos com vistas à melhoria da assistência e prevenção.

Palavras-chave


Avaliação em saúde; tuberculose; atenção primária à saúde.

Referências


1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de Controle da Tuberculose. Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil. Brasília; 2011.

 

2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico. 46(9), Brasília; 2015

 

3. Champagne F, Brousselle A, Hartz Z, et. al. Avaliação em saúde: conceitos e métodos. In: Brousselle, A, Champagne  F, Contandriopoulos AP, et al. Organizadores. Avaliação em saúde: conceitos e métodos. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2011. P 61-74.

 

4. Oliveira LGD, Natal S, Camacho LAB. Análise da implantação do Programa de Controle da Tuberculose em unidades prisionais no Brasil. Cad. Saúde Pública, 2015;31(3):543-554.

 

5. Gutierrez SE. Avaliação da implantação do Programa de Controle da Tuberculose em unidades de saúde da atenção básica nas regionais norte e sul de Cuiabá/MT, 2010.  [Dissertação] Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca; 2012.