Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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POTENCIALIDADE E FRAGILIDADES DA APLICAÇÃO PRÁTICA DA ESCALA DE RISCO FAMILIAR DE COELHO-SAVASSI: O OLHAR DE ESTUDANTES DE ENFERMAGEM
Valéria Silvana Faganello Madureira, Aldair Weber, Cristiane Carla Albrecht, Débora Cristina Fávero, Rita de Cássia Farias de oliveira

Última alteração: 2015-10-30

Resumo


APRESENTAÇÃO: A Escala de Risco Familiar de Coelho-Savassi é utilizada para classificar e identificar famílias de maior risco em uma área adscrita à equipe de saúde da família, através da avaliação dos dados da ficha A. Sentinelas de risco, cada uma com seu respectivo escore compõem a escala e incluem: acamado, deficiência física e deficiência mental, relação morador/ cômodo maior que 1, baixas condições de saneamento e desnutrição grave com escore 3; drogadição, relação morador/cômodo igual a 1 e desemprego com escore 2; analfabetismo, indivíduo menor de seis meses de idade, indivíduo maior de 70 anos de idade, hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus com escore 1; relação morador/cômodo menor que 1 com escore 0. Pela avaliação das fichas A soma-se o total dos escores e resultados entre 5 e 6 são classificados como risco menor,  entre 7 e 8 risco médio e se acima de 9, risco máximo. OBJETIVOS: Relatar potencialidades e fragilidades da aplicação prática da Escala de Risco Familiar de Coelho-Savassi encontradas por estudantes do quinto semestre do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul em um Centro de Saúde da Família da cidade de Chapecó, Santa Catarina. DESENVOLVIMENTO: Nas atividades teóricas práticas, as fichas A foram analisadas e um escore foi obtido para cada família. Posteriormente, houve discussão sobre os escores, observando mais atentamente as informações a fim de identificar famílias que apresentavam riscos maiores e maior potencial de adoecimento para realização de visita domiciliar. Resultados: O desenvolvimento dessa atividade possibilitou identificar alguns limites da Escala, o que permite a classificação de maior ou menor risco sem que isso reflita a realidade. Exemplificamos com uma idosa, com mais de 70 anos (1), hipertensa (1), diabética (1) e analfabeta (1), que reside sozinha em casa com quatro cômodos (0) e tem dificuldades para ingesta correta da medicação. Seu escore final foi 4, situando-a abaixo da faixa de menor risco, embora sua situação de vida e de saúde apontem o contrário. Crianças menores de um ano e gestantes deveriam ser incluídas na escala, pois demandam acompanhamento mais próximo. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A visita domiciliar permitiu perceber que nem sempre a realidade encontrada no domicílio reflete o risco obtido com a aplicação da escala. Isso tanto em situações identificadas como de maior risco e que de fato não o eram, como em situações de menor risco ou sem risco, mas cujas circunstâncias de vida e saúde solicitavam maior atenção. Essas limitações reforçam a necessidade de avaliação criteriosa pelo profissional da saúde da situação vivida pela família, o que pode demandar relativização dos resultados obtidos com a escala. A Escala foi útil para o planejamento de ações na equipe, para percepção da inter-relação entre fatores de risco e como instrumento de apoio a intervenções no território, bem como para o estímulo à capacidade crítica e analítica dos estudantes. A análise crítica pautada na prática indica limites que podem ajudar a melhorar o instrumento e a avaliação de famílias, beneficiando a assistência e a orientação da equipe.

Palavras-chave


Risco familiar. Avaliação. Atenção de Saúde.

Referências


  1. Savassi LCM, Lage JL, Coelho FLG. Sistematização de um instrumento de estratificação de risco familiar: Escala de risco familiar de Coelho-Savassi. J Manag Prim Health Care 2012. 3(2):179-185.
  2. Savassi LCM, Coelho FLG. Aplicação de Escala de Risco Familiar como instrumento de priorização das Visitas Domiciliares. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. 2004. 1(2).