Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Vacinação para hepatite B entre trabalhadores do setor saúde de um município do Recôncavo Baiano
FERNANDA DE OLIVEIRA SOUZA, PALOMA DE SOUSA PINHO FREITAS, TÂNIA MARIA DE ARAÚJO, MARIANA RABELO GOMES

Última alteração: 2015-10-30

Resumo


APRESENTAÇÃO: Dentre as doenças endêmico-epidêmicas, que representam problemas importantes de saúde pública no Brasil, destacam-se as hepatites virais. No Brasil, o Ministério da Saúde (MS) estima que 15% da população já foi exposta ao vírus da hepatite B (VHB) e que 1% sofra de hepatite crônica. A infecção pelo VHB pode ocorrer em qualquer indivíduo, no entanto existem grupos que estão, consideravelmente, mais expostos, a exemplo dos trabalhadores da saúde. Devido às exposições percutâneas ou de mucosas ao sangue de indivíduos infectados pelo vírus, o trabalho em saúde representa a principal fonte de transmissão ocupacional. A imunização é a medida de prevenção da doença, por meio de três doses da vacina contra a hepatite B, segura e de eficácia reconhecida, onde 95% dos indivíduos vacinados respondem com níveis adequados de anticorpos protetores. Essa vacinação está prevista no calendário vacinal do adulto do MS para indivíduos entre 19 e 49 anos, de acordo com o Programa Nacional de Imunização (PNI). Nesse contexto, este estudo objetivou verificar a prevalência de vacinação para hepatite B entre os trabalhadores do setor saúde de um município do Recôncavo Baiano, dada a importância da imunização dos profissionais para a prevenção da transmissão ocupacional da doença.  DESENVOLVIMENTO: Foi conduzido um estudo transversal com 506 trabalhadores da atenção primária e da média complexidade do setor saúde de um município do Recôncavo Baiano. A coleta de dados foi realizada no ano de 2011 por meio de questionário, incluindo questões referentes a aspectos relacionados à saúde, condições de trabalho e vacinação. Para verificar a prevalência de vacinação contra hepatite B entre os trabalhadores foi utilizada análise uni variada.   RESULTADOS A população estudada constitui-se, em sua maioria, por mulheres (78,3%), com faixa etária entre 20 a 50 anos (média de 36,6 anos), vínculo de trabalho permanente (63,8%), tempo de trabalho no setor saúde superior a 48 meses (56,5%) e 78,1% dos trabalhadores fizeram uma autoavaliação positiva da saúde (muito boa e boa). A maioria deles (85,7%) relatou ter recebido pelo menos uma dose da vacina para hepatite B. No entanto, 59,9% referiram ter recebido as três doses (completaram o esquema previsto pelo MS), indicando uma baixa cobertura. Em relação à ocupação, a maior prevalência de vacinação completa para hepatite B foi encontrada entre enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos (91,8%).   CONSIDERAÇÕES FINAIS: Um dos grandes avanços na prevenção e na promoção em saúde tem sido romper os elos da cadeia de transmissão de doenças por meio da administração de imunobiológicos. A vacinação completa é uma avaliação imprescindível na prevenção da transmissão ocupacional da hepatite B. Aqueles indivíduos que não estão imunes à doença devem ser informados que são susceptíveis ao VHB até que tenham a comprovação imunológica de que estão protegidos. Questões relacionadas à biossegurança nos currículos acadêmicos podem colaborar para incorporação de atitudes mais positivas frente à adesão à vacinação e à manutenção do estado vacinal.

Palavras-chave


Atenção à Saúde do Trabalhador; Vigilância em Saúde do Trabalhador; Vacinação

Referências


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