Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

Tamanho da fonte: 
Integração Entre Ensino, Serviços de Saúde e Comunidades de Salvador-BA: um Relato de Experiência
Tainara de Souza Santos, Dennifer da Rocha da Silva, Cíntia Nascimento de Jesus, Elaine Basílio dos Santos, Maiane Lima de Souza, Mary Gomes Silva

Última alteração: 2015-10-30

Resumo


Conhecer uma comunidade em todos os sentidos, estar em contato com uma realidade muitas vezes não vivida pela maioria dos estudantes dos Cursos de Saúde de uma Universidade Pública Estadual é fundamental para o processo de formação acadêmica. Por se tratar de uma população de baixa renda, os futuros profissionais de saúde devem desenvolver um olhar diferenciado e ficar atentos às suas necessidades. Nesse âmbito, se fez importante conhecer e traçar todos os problemas elencados pela própria comunidade, junto com algumas observações para que depois, como retorno, seja realizado algum tipo de intervenção, na tentativa de diminuir ou sanar alguns problemas apresentados. Este estudo trata-se de um relato de experiência realizado por discentes de Enfermagem de uma Universidade Estadual, durante as vivências de prática em campo da disciplina Programa de Integração Academia, Serviço e Comunidade (PIASC). Tem o objetivo de relatar as atividades práticas realizadas em comunidades durante o curso da mencionada disciplina, que aconteceram em três comunidades pertencentes ao distrito Cabula-beiru da cidade de Salvador, no período de Abril de 2012 a Junho de 2013. Com o auxílio dos trabalhadores da unidade de saúde (principalmente os Agentes comunitários de Saúde), conheceu-se todo o território, incluindo toda a área da comunidade, locais de risco, ambientes sem saneamento básico, a situação e a realidade de algumas famílias da comunidade. Durante as visitas percebeu-se a importância de realizar uma intervenção baseada nos princípios de igualdade, universalidade, descentralização e equidade, pautados nos princípios do Sistema Único de Saúde. Observar o funcionamento da unidade básica de saúde, a rotatividade de pacientes, a satisfação dos usuários, a resolutividade dos problemas de saúde ou seus devidos encaminhamentos, o conhecimento das rotinas da população e o choque de realidade, muitas vezes com o meio em que vivem, foram atividades realizadas no primeiro semestre de prática do PIASC. O segundo momento foi realizado um diagnóstico situacional por meio da busca por dificuldades e/ou problemas de saúde encontrados no território estudado. Foram utilizados métodos como o da estimativa rápida, para que fossem descobertos a maior quantidade de problemas em um curto espaço de tempo. Aproximar a academia da comunidade e propor uma intervenção para a melhoria da qualidade de vida de pessoas carentes foi a parte fundamental: o fechamento do projeto. Diversas intervenções foram realizadas baseadas no planejamento estratégico-situacional, tais como a criação de cartilhas para a população, a implementação de um conselho local de saúde, realização de feiras de saúde com lazer, consultas de urologia gratuitas, música, arte, palestras com alunos, tudo com assuntos e questionamentos sobre problemas apontados pela própria comunidade. Assim, pode-se afirmar que toda a experiência vivenciada no decorrer da graduação é valida pra subsidiar a formação acadêmica e espera-se que todo o sofrimento, carência e necessidade desta população não sejam esquecidas pelos estudantes que vivenciaram e conheceram esta realidade, já que futuramente serão estes os profissionais que zelarão pela saúde da população.