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O Sistema Único de Saúde (SUS) é composto por princípios transformadores como o acesso universal à saúde, a integralidade e a equidade. Este está submetido a uma lógica territorial, que visa à organização das redes de saúde. O território é composto por aspectos de ordem física e geográfica, mas também por uma base humana. Ele é dinâmico e se modifica nas relações com os indivíduos e à medida que se apropriam desse. Para o trabalho em saúde a apreensão e compreensão do território sinalizam uma etapa primordial para a caracterização da população e podem ser vistas como um instrumento de produção de conhecimento, de ação social e mesmo de intervenção na saúde. Historicamente, na atenção a pessoas com sofrimento mental, a função dos manicômios foi de manter seus pacientes afastados e isolados da sociedade, defendia-se que esse afastamento era uma forma de tratamento. Com a reforma psiquiátrica, e após críticas duras ao modelo manicomial, são propostas modificações na atenção a essas pessoas, no sentido de inseri-las na sociedade. A lei 10.216/2001 estabelece que o tratamento tenha por finalidade o cuidado em liberdade. A Rede de Atenção Psicossocial, como componente do SUS, tem sua ênfase em serviços organizados com base territorial e comunitária e no desenvolvimento de atividades no território. Essa tem como um de seus objetivos a articulação e integração dos serviços. Assim, para a atenção a pessoas com sofrimento mental, a apreensão das várias dimensões do território e a criação de ferramentas que facilitem o acesso a seus recursos possibilitam ao profissional uma melhor apropriação do instrumento “território” em seu cotidiano de trabalho. O presente trabalho tem por objetivo geral: Criar uma ferramenta que auxilie no acesso aos recursos do território, melhorando as relações transversais entre pessoas e serviços da região. E como objetivos específicos: elaborar um mapa virtual com a abrangência do território, a localização dos serviços e populações em vulnerabilidade territorial; mapear no território de abrangência do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) III Itaim Bibi, serviços que ofereçam: espaços de convivência, cultura, aprendizagem, lazer, inclusão pelo trabalho, dentre outros; e instruir os profissionais e usuários do serviço para a utilização da ferramenta. Atualmente o projeto de intervenção está em sua fase inicial: coleta de informações por meio de buscas ativas no território, bases de informação online, bem como relato da equipe e usuários. As informações colhidas serão adicionadas no aplicativo Google Earth, em um mapa com as indicações de limites territoriais do CAPS. Serão disponibilizadas duas versões do mapa: A primeira conterá com informações gerais do território e será disponibilizada para os usuários e profissionais; já á segunda serão acrescidas informações sobre populações em vulnerabilidade territorial e de usuários do serviço, essa será disponibilizada apenas para profissionais. Ambas as versões serão constantemente atualizadas, conforme mudam as características territoriais. Com essa ferramenta a visualização gráfica da abrangência e da disponibilidade dos recursos do território e a apropriação do espaço social são potencializadas, para os profissionais e usuários.

Território; Saúde Mental, Mapeamento virtual; Redes de atenção