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Cultura de segurança do paciente em hospitais norteriograndenses com diferentes tipos de gestão
Última alteração: 2015-10-30
Resumo
INTRODUÇÃO: A epidemiologia alarmante de erros e eventos adversos em serviços de saúde têm apontado para os danos evitáveis aos pacientes e a necessidade imperiosa de sua prevenção no Brasil e no mundo1, 2. Esta sensibilização sobre o problema tornou a segurança do paciente uma dimensão prioritária da qualidade do cuidado ao paciente e componente crítico de gestão dos sistemas e serviços de saúde. A cultura de segurança de uma organização pode ser definida como "o produto de valores individuais e de grupo, atitudes, percepções, competências e padrões de comportamento que determinam compromisso, estilo, proficiência, saúde de uma organização e gestão da segurança”. OBJETIVO: Avaliar a cultura de segurança do paciente em hospitais norteriograndenses com diferentes tipos de gestão. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo transversal realizado no período de janeiro a março de 2015, em seis hospitais de diferentes tipos de gestão. Os profissionais participantes foram aqueles que possuíam vínculo contratual fixo ou temporário ligado ao centro hospitalar de nível médio ou superior, ligados à assistência, bem como profissionais ligados à gestão hospitalar. O instrumento utilizado foi o Hospital Survey On Patient Safety Culture adaptado a realidade brasileira. RESULTADOS: Ao total, foram entrevistados 863 profissionais, sendo o sexo feminino o mais prevalente com 77,2%, a maior parte dos respondentes correspondeu a profissionais ligados a assistência hospitalar, os quais 84,7% têm contato direito com o paciente, o cargo/função que mais predominou foi a dos profissionais ligados à enfermagem, prevalecendo os técnicos de enfermagem, com 44,6% e os enfermeiros com 16,2% do total de profissionais. Uma pequena parcela destes tinha menos de um ano de trabalho (5,67%) e a área/unidade de trabalho mais prevalente foi à obstetrícia, 12,7%. Dentre s hospitais participantes dois não apresentaram fortalezas em nenhuma das dimensões avaliadas (H4 e H5), o hospital 1 e o 3 apresentaram duas fortalezas nas dimensões 4 e 5 e os hospitais 2 e 6 apresentaram três fortalezas nas dimensões 3 a 5. CONCLUSÃO: A cultura de segurança do paciente ainda é incipiente nos hospitais avaliados, é necessário intervenções específicas para promover cultura e, após deve ser realizado novo monitoramento para acompanhar a evolução da cultura de segurança nas instituições avaliadas, permitindo assim melhorar a segurança e qualidade do cuidado nos estabelecimentos de saúde.
Palavras-chave
Segurança do Paciente; Cultura Organizacional; Gerenciamento de Segurança; Qualidade da Assistência à Saúde.
Referências
- Mendes W, Martins M, Rozenfeld S, Travassos C. The assessment of adverse events in hospitals in Brazil. Int J Qual Health Care 2009; 21:279-84.
- Institute of Medicine. To err is human: building a safer health system. Washington, D.C.: National Academy Press, 1999.