Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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O Estágio de Vivências no SUS como ferramenta de reorientação do processo formativo de estudantes da área de saúde
Cí­ntia Nascimento de Jesus, Ednúsia Simões da Silva, Sara de Moura Pontes, Lorena Neris Almeida, Carlos Henrique Pereira Franco, Suiane Costa Ferreira

Última alteração: 2015-10-27

Resumo


O Estágio de Vivências do SUS- Bahia, 7ª edição, coordenado pela Escola Estadual de Saúde Pública em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador,pautou-se no modelo de imersão teórica e prática de graduandos da área de saúde no Sistema Único de Saúde do município de Salvador, durante sete dias, em regime de dedicação exclusiva, visando aproximá-los dos diferentes níveis assistenciais e de gestão.  Assim, este relato de experiência tem como objetivo discutir a importância de desenvolver este estágio e analisá-lo enquanto estratégia de formação continuada. A vivência ocorreu a partir da distribuição de grupos de doze estudantes de vários cursos da área de saúde em seis distritos sanitários do município de Salvador. Nesta ocasião, foram feitas visitas ao Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Outras Drogas (CAPS-AD), Centros de Atenção Psicossocial em Saúde Mental (CAPS-II) , Centro de Referência em Assistência Social (CRAS), Unidade de Saúde da Família (USF), Unidade Básica de Saúde (UBS), Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e uma intervenção dentro do coletivo de saúde do assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST). Após as visitas diárias, os estagiários e preceptores se reuniam para as atividades de aprofundamento teórico, a partir de seminários e oficinas didático-pedagógicas sobre assuntos diretamente relacionados à saúde e a sua história, esse era também um momento para refletir e compartilhar com todos sobre o que tinha sido observado nos serviços que foram visitados durante o dia, fazendo sempre uma reflexão crítica a cerca do que era visto e analisado. As visitas nos direcionaram a uma visão integrada do sistema, do conhecimento das práticas de outros profissionais e o seu funcionamento, assim como ratificou a importância de discussões permanentes, capacitação, utilização de protocolos e reorganização dos serviços para que a integralidade seja alcançada. Permitiu-nos enxergar, por vezes, a intensa fragmentação das atividades nas unidades de saúde pertencentes aos diversos níveis de atenção do cuidado, que limita a resolutividade dos serviços e da equipe e enfraquece a lógica do cuidado integral proposto pelas Redes de Atenção à Saúde. Assim,a vivência se caracterizou como um instrumento importante para despertar em nós a reflexão acerca da necessidade de que usuários, profissionais e gestores estejam em mobilização permanente pela efetivação do funcionamento adequado e correto das ações em saúde, a fim de que o cuidado integral e pleno seja alcançado. É fundamental que a nova visão de saúde e qualidade seja incorporada aos processos de trabalho e formação profissional, assegurando a perspectiva de humanização e integralidade que compõe as Redes de Atenção em Saúde. Nesse sentido, a imersão contribui de forma direta no processo de formação dos estudantes possibilitando-o conhecer a realidade dos serviços de saúde e fazendo-o reconhecer os desafios existentes para fortalecer e assegurar um serviço integral e de qualidade para a população.