Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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JOGOS VACINAIS: A metodologia ativa como estratégia no processo de ensinar e aprender
Ingrid Raiane Renê Cordeiro, Christopher Wallace Souza do Nascimento, Geovani Santana de Jesus, Ana Paula Oliveira Gonçalves, Geyse Aline Rodrigues Dias, Francisca Wrissélia Augusto Noronha, Jonathan Douglas Pinheiro Sampaio, Sandra Helena Rodrigues Dias

Última alteração: 2016-03-24

Resumo


APRESENTAÇÃO: “Em toda a história da escolarização, nunca se exigiu tanto da escola e dos professores quanto nos últimos anos”. (FREITAS, 2005, p. 22). Essa exigência é decorrente, primeiramente, de uma crescente característica entre os diversos protagonistas da Educação, que é a expectativa de mudança e, em segundo lugar, o fato de que o uso exclusivo de estratégias de ensino tradicionais tem se mostrado cada vez menos eficaz no processo de educar. Isso está relacionado diretamente com o constante avanço tecnológico, que influencia na maneira de como as informações são difundidas e, consequentemente, recebidas. E isso tem evidenciado cada vez mais a necessidade de práticas inovadoras de ensinar para suprir as expectativas, e propor novas necessidades do educando, principal protagonista do processo de ensino-aprendizagem e maior beneficiado de tais mudanças. Dentro desse contexto, os educadores, incumbidos de atuar para promover o desenvolvimento humano e a conquista de níveis complexos de pensamento, envolveram dinamismo e uma maneira mais ativa de construir conhecimento e desenvolveram novas propostas pedagógicas, que utilizam novas ferramentas de ensino, dentre elas, a Metodologia Ativa. Segundo Sobral e Campos (2012), a Metodologia Ativa é uma concepção educativa que estimula processos de ensino-aprendizagem crítico-reflexivo, onde o educando participa e compromete-se com o seu aprendizado, com uma aproximação crítica com a realidade, reflexão sobre problemas que geram curiosidade e desafio, pesquisa de problemas e soluções, identificação e organização das soluções hipotéticas mais adequadas à situação e a aplicação dessas soluções. Constitui uma forte aliada do educador quando o mesmo deseja que seus alunos aprendam conteúdos extensos, tornando a aula mais atraente, dinâmica e produtiva. Nessa perspectiva, o trabalho objetivou relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem ao vivenciarem uma dinâmica sobre o Programa Nacional de Imunização (PNI) e a vacinação. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: A experiência ocorreu durante o 3º semestre do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Pará. Para tanto, os docentes, junto com a equipe de monitores, desenvolveram uma gincana de perguntas e respostas denominada “Jogos Vacinais”, que abordou a vacinação e seus diversos aspectos. Previamente ao dia da atividade, a turma foi dividida em quatro equipes, de números de alunos proporcionais e orientada a estudar o conteúdo. As equipes tinham a autonomia de se organizar, escolhendo seus nomes e elaborando gritos de guerra. A atividade foi dividida em três rodadas com níveis de dificuldades crescentes. A primeira rodada foi de perguntas curtas e respostas rápidas, todos os alunos juntos formaram um grande círculo e, ao som de uma música, passavam um balão de um para o outro. Quando a música cessava, fazia-se uma pergunta, elaborada previamente pela monitoria, para quem estava com o balão em mãos, o mesmo tinha um tempo máximo para respondê-la e se acertasse, a sua equipe recebia 5 pontos, caso errasse ou não respondesse a tempo, o balão voltava a circular entre os alunos da roda e ao cessar a música outra pergunta era feita. Na segunda rodada, cada grupo deveria escolher um número (de 1 a 20) que equivalia a duas perguntas, de nível médio. As perguntas dessa rodada eram mais elaboradas e envolviam situações como: que conduta deveria ser tomada frente a um adulto nunca vacinado? Quais vacinas não poderiam ser tomadas em conjunto? Quais antígenos que continham dentro da vacina em questão? Entre outras. A equipe toda poderia responder, cada pergunta valia 8 pontos. Na última rodada, mais conhecida como “torta na cara”, cada grupo elegeu um representante para responder as perguntas finais, relativamente mais difíceis que na rodada anterior. Este representante escolheu um adversário para duelar. Era feita uma pergunta aos representantes, a prioridade era daquele que estava na vez, se a resposta dada estivesse correta, a equipe somava 12 pontos e ganhava o direito de dar uma "tortada" no rosto do adversário, porém, se a resposta dada por ele estivesse incorreta, a pergunta passava para adversário e se ele acertasse, dava uma tortada no rosto do outro competidor e a equipe ganhava 08 pontos. Os demais membros não poderiam interferir ajudando ou atrapalhando e cada representante por vez tinha a prioridade em escolher um adversário e responder a pergunta por primeiro. Durante todo o jogo, quando um aluno acertava ou o adversário errava, os membros comemoravam com seus gritos de guerra, análogos a uma equipe de animadores de torcida. Ao final de tudo, os pontos foram conferidos e uma equipe foi eleita à vencedora. RESULTADOS: De acordo com Oliveira (2008), há métodos para ensinar, porém não há métodos para se aprender, pois o aprendizado não pode ser circunscrito nos limites de uma aula (de método tradicional), da audição de uma conferência ou da leitura de um livro. O aprendizado ultrapassa todas essas fronteiras e pode instaurar múltiplas possibilidades. Nesse sentido, a realização da atividade foi de fundamental importância, pois, além de ajudar na melhoria do ensino, facilitando a compreensão de um conteúdo extenso, estimulou os discentes a serem os protagonistas principais da construção de seus conhecimentos. Além de ter tornado a aula mais divertida e dinâmica. Nessa perspectiva, com o uso de metodologias ativas, docente e discente analisaram a realidade dentro da academia para promover saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A dinâmica dos “Jogos Vacinais” contribuiu significativamente para o aprendizado dos alunos, onde se obteve uma significativa melhora na qualidade no ensino e aprendizagem proposta na temática abordada e exemplificou situações envolvendo o cuidar assistencial da enfermagem dentro dos ambientes de atuação do PNI, como as unidades de saúde, havendo também a conscientização de que a vacinação além de promover o controle das doenças prevecíveis por imunização estabelece normas e parâmetros técnicos para a utilização de imunobiológicos para estados e municípios promovendo saúde e bem estar aos pacientes.  Possibilitou ainda, uma aula criativa e inovadora, criando assim discentes e futuros profissionais de enfermagem comprometidos com a situação vacinal da população, de modo a envolver o aluno não só na construção do seu processo de ensino e aprendizagem, mas proporcionar subsídios para que mesmo seja parte integrante e real dessa construção. Dessa maneira, podem-se alcançar novos caminhos, em uma perspectiva de composição das jornadas individuais e coletivas, aceitando o desafio de reconstruir valores significativos como o cuidado, a solidariedade, a amizade, a tolerância e a fraternidade. 

Palavras-chave


Educação em Enfermagem; Educação superior; Metodologia.

Referências


FREITAS, M. T. M. et al. O desafio de ser professor de Matemática hoje no Brasil. Cultura, formação e desenvolvimento profissional de professores que ensinam Matemática: investigando e teorizando a partir da prática. São Paulo, p. 89-105, 2005.

 

SOBRAL, Fernanda Ribeiro; CAMPOS, Claudinei José Gomes. Utilização de metodologia ativa no ensino e assistência de enfermagem na produção nacional: revisão integrativa. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 46, n. 1, p. 208-218, fev. 2012. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342012000100028&lng=en&nrm=iso>. Acesso em:  02 jul. 2015.

 

CRUZ, José Marcos de Oliveira. Processo de ensino-aprendizagem na sociedade da informação. Educ. Soc., Campinas, v. 29, n. 105, p. 1023-1042, dez. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302008000400005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em:  02 jul. 2015.