Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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OFICINA DO REMELEIXO – UMA OFICINA DE DANÇA MINISTRADA PELO PORTEIRO DA UBS BELÉM VELHO PARA A EQUIPE E COMUNIDADE. UMA INTEGRAÇÃO INOVADORA E NECESSÁRIA SOB O OLHAR DE UMA RESIDENTE SANITARISTA
Vanessa da Rosa guerra

Última alteração: 2015-10-19

Resumo


A UBS Belém Velho, localizada na zona rural de Porto Alegre, recebeu residentes da Residência Integrada Multiprofissional em Saúde Coletiva. Dentre os profissionais desta residência foram para esta Unidade uma enfermeira e uma sanitarista para desenvolver atividades. O trabalho apresentará a ação de uma residente sanitarista de formação, que enxergou a possibilidade da inclusão de um trabalhador terceirizado a integrar a equipe da unidade, promovendo saúde com seus conhecimentos básicos em dança e sua capacidade de sensibilizar e acolher todos os perfis em suas aulas. O olhar sensível às antigas práticas e repetições nas unidades de saúde é tarefa natural de um profissional sanitarista. Assim, em conversa com a residente, descobriu-se que o porteiro da UBS já havia sido professor de dança em outro momento de sua vida, e, portanto resolveu-se convidá-lo para ministrar aulas de ritmos para as usuárias e trabalhadoras da unidade durante o Outubro Rosa como um momento de práticas corporais dentro da UBS, pois a ideia inicial da equipe seria um momento de atividades físicas, para interagir com as usuárias enquanto aguardavam para as consultas, porém as práticas corporais são mais inclusivas e com essa possibilidade em mãos ofertou-se para a equipe que durante o mês do Outubro Rosa acontecessem as aulas abertas para todas que estivessem presente no local. A mobilização da equipe para conseguir o rádio, as músicas a serem tocadas, etc.. Foi tão envolvente que ao fim do mês todos sentiram vontade do projeto ter continuidade. Especialmente a equipe, que viu este momento, como um momento de vazão ao estresse do atendimento, e das demandas que a atenção básica pode gerir. Assim, organizou-se uma data fixa, que melhor se adaptou a todos para que houvesse maior número de participação dos trabalhadores nas aulas. Até hoje as aulas continuam a serem ofertadas pelo mesmo professor, que hoje, participa das reuniões de equipe, interage e discute junto com todos sobre as atividades da unidade. O mesmo revela o quanto foi importante retomar esse amor pela dança junto ao seu espaço de trabalho, e que há tempos não sentia tanta empolgação para ir trabalhar. O conceito de acolhimento que sugere que da porta de entrada da unidade até o atendimento de enfermagem, todos podem acolher, se tornou mais próximo da realidade dentro desta equipe, que hoje conta com a portaria para auxiliar em atendimentos e informações, dentro do que é possível, pois a oficina desenvolvida proporcionou uma inclusão que refletiu à forma organizacional da unidade e suas relações. Portanto, percebe-se a potencialidade gerada quando se abrem as portas para o residente atuar num campo que necessita de oxigênio e um olhar sensível, quando este não existe mais devido aos processos duros de trabalho e ausência de educação permanente na rotina das equipes de saúde. Formar o sanitarista significa ter um profissional que consiga proporcionar novas práticas e enxergar as possibilidades dentro da realidade em que se encontra.  

Palavras-chave


Residência Multiprofissional; Sanitarista; Saúde Coletiva;

Referências


Ceccim RB, Feuerwerker LCM. O quadrilátero da formação para a área da saúde: ensino, gestão, atenção e controle social.

Ministério da Saúde (Br). Secretaria de Atenção à Saú- de. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília (DF): Editora MS; 2007.

Ceccin RB, Ferla AA. Educação Permanente em Saúde. In: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio; Estação Observatório de Recursos Humanos. Dicionário da Educação Profissional em Saúde. Rio de Janeiro: EPSJV; 2006.