Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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ANÁLISE ESTATÍSTICA DA DESPESA FEDERAL COM SAÚDE
Aline Medeiros, Zenewton Gama, Débora Silva, Islany Dynara Silva

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


APRESENTAÇÃO: De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) para avaliar um Sistema de Saúde de um país são necessários seis blocos de construção, os chamados Building Blocks. Sendo eles: Serviços de saúde prestados, Profissionais de saúde, Informações de saúde, Medicamentos essenciais, Financiamento da saúde e Liderança e Governança. Detendo-se ao financiamento da saúde foram analisados os gastos federais com saúde no Brasil como proporção do PIB, durante a série temporal de 1995 a 2012 com a finalidade de verificar a evolução dessa despesa. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: O trabalho consistiu em buscar quais os gastos federais com saúde como proporção do PIB no portal DATASUS, dentro do sistema de informação que tem como fonte o IPEA/DISCOC. Compondo os gastos totais foram levados em consideração os gastos diretos com saúde, gastos com pessoal, transferências a estados e Distrito Federal (DF) e transferências a municípios. Há mais componentes que não foram alvos deste estudo. A análise estatística foi feita por meio do programa estatístico SPSS, gerando como mensuração as frequências desses gastos, boxes-plots, histogramas e pelo Excel o gráfico de evolução temporal: o gráfico de linha. Resultados: O gasto federal que mais se repetiu foi 1,68, nos anos 2002, 2006 e 2010. A menor despesa foi 1,53 em 1996 e a maior foi 1,86 em 2012, sendo esse um valor discrepante no box-plot e com mediana de 1,68, mesmo valor da média com desvio padrão de 0,88. Nos gastos diretos com saúde, a mediana é de 0,64, com mínimo e máximo de 0,46 e 1,55, respectivamente e possui média de 0,78, sendo seu desvio padrão 0,33. Os gastos com pessoal tiveram média de 0,23 com desvio padrão 0,05, a mediana foi de 0,22, enquanto o mínimo foi 0,18 e máximo 0,35. A transferência a estados e Distrito Federal teve média de 0,28 com desvio padrão de 0,14. Já a transferência a municípios obteve média de 0,58 com desvio padrão de 0,2. Voltando-se para os últimos quatro anos estudados (2009 a 2012), podemos verificar que os gastos com saúde ficaram acima da média, exceto em 2010, que esteve na média. Segundo a linha de tendência linear do gráfico de linha, nota-se que os valores vão aumentando timidamente, já que de 1995 para 1996 ocorreu uma queda, depois os valores ficaram próximos à média, então em 2009 teve um aumento, caiu novamente em 2010 e nos últimos anos vem crescendo. CONSIDERAÇÕES FINAIS: De acordo com esta análise pode-se concluir que os gastos federais com saúde como proporção do PIB são irregulares de acordo com o gráfico de linha gerado, por ser uma constante multifatorial. Os gastos com pessoal são quase um terço dos gastos diretos com saúde. E as transferências a municípios são menores do que aos estados em conformidade com o repasse Fundo a fundo do SUS. Segundo o IBGE, o valor dos gastos públicos com saúde do Brasil em 2010 foi de 4,2% do PIB, sendo este valor a metade dos gastos no Canadá no mesmo ano.

Palavras-chave


Estatística; gastos públicos; saúde.

Referências


IPEA/DISCOC. Estimativas anuais a partir dos dados do SIAFI/SIDOR e das Contas Nacionais da União. Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2012/e07.htm> Acesso em: 11 set 2015.

IBGE. Gastos públicos com saúde. Disponível em:< www.ibge.gov.br> Acesso em: 11 set 2015.