Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Avaliação da Função Sexual de Mulheres Portadoras de Esclerose Múltipla e Mielopatia Associada ao HLTV-I (HAM/TSP)
Jucelia dos Santos Silva, Anna Alice Vidal Bravalhieri, Débora Zanutto Velasquez, Ana Beatriz Gomes de Souza Pegorare, Daniele Decanine

Última alteração: 2016-01-06

Resumo


A Esclerose Múltipla e a mielopatia associada ao HTLV são desordens neurológicas crônicas, que envolvem as vias na substância branca no cérebro e na medula. São doenças caracterizadas por um ataque autoimune à mielina causando desmielinização do nervo afetado. Embora haja preservação do axônio, esta desmielinização geralmente resulta na diminuição da condução pelo nervo. Sendo caracterizada por exacerbações e remissões (KURTZKE, BEEBE E DAGLER, 1972). As causas da EM são desconhecidas, mas supõe-se que seja associada a infecção viral ou outro antígeno desconhecido que desencadeie o processo autoimune.Segundo Gustavo Neto et al., 2002, os distúrbios da marcha, a fraqueza, o enrijecimento dos membros inferiores e o comprometimento do equilíbrio dinâmico constituem os principais sinais e sintomas de apresentação da doença. As alterações sensoriais nem sempre acompanham o quadro motor, há relato de disestesias e parestesias (dormência, formigamentos) ao longo dos membros inferiores e predominantemente distais assim como dor na região lombar é um dos sintomas comuns e ainda  perda da visão, visão dupla, fraqueza, falta de equilíbrio,  dor, problemas no controle da bexiga e intestinos, fadiga, mudanças emocionais e comprometimento intelectual (NOGUEIRA e COLS, 2009). Neste estudo objetivou avaliar a função sexual de mulheres com diagnostico definido de esclerose múltipla e de Mielopatia associada ao HTLV1M(HAM/TSP), na forma recidivante-remitente e com a doença estabilizada por pelo menos quatro meses, com idade acima de 20 anos, capacidade cognitiva de responder os questionários de avaliação, apresentando sintomas de disfunções urinárias por no mínimo seis meses. Utilizando o (FSFI) Female Sexual Function Index. A amostra utilizada foram no total de 27 mulheres sendo 6 mulheres com esclerose múltipla, 8 mulheres com HTLV1 e 13 mulheres do grupo controle (saudáveis).É um desafio medir o grau de satisfação sexual de mulheres, pois diversas são as variáveis que interagem entre si biológicas, psicológicas, fisiológicas, padrões culturais e que podem influenciar o grau de satisfação final  afirma HENTSCHEL, et al. 2007.As mulheres neste estudo eram pacientes portadoras de esclerose múltipla e Mielopatia Associada ao HLTV-I (HAM/TSP), devido essa particularidade, entende-se que podem originar alterações na função sexual devido o comprometimento da doença com diminuição na qualidade de vida. O FSFI é um instrumento relativamente novo, que tem sido utilizado com sucesso para avaliar a função sexual em diferentes grupos.Resultados: As análises estatísticas foram realizadas por meio do programa Graphpad Prism 6.0 e os resultados expressos pela diferença entre as médias. Na avaliação do escore total da função sexual nas pacientes com Esclerose múltipla, infectadas com o vírus HTLV-I e Doadoras saudáveis apresentando diferença estatística. Quando avaliado os domínios de forma separada entre os grupos foi possível observar  diferença entre os grupos de HTLV1 e as Doadoras Saudáveis. Diante das mulheres estudadas percebe-se a necessidade de compreender de outros estudos neste sentido, para poder contribuir com as discussões no campo da sexualidade feminina que se mostra tão importante para qualidade de vida.

Palavras-chave


Função Sexual; Esclerose Multipla; HTLV1; Sexo

Referências


Tradução para português, adaptação cultural e validação do Female Sexual Function Index. Rosane do Rocio Cordeiro Thiel, Miriam Dambros, Paulo César Rodrigues Palma, Marcelo Thiel, Cássio Luís Zanettini Riccetto,  Maria de Fátima Ramos. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v30n10/v30n10a05.pdf . Revista Brasileira Ginecologia Obstet. 2008; 30(10):504-10.

Mielopatia associada ao vírus linfotrópico humano de células T do tipo 1 (HTLV-1). João Gabriel Ramos Ribas e Gustavo Correa Netto de Melo. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 35(4): 377-384, jul-ago, 2002. Disponivel em: http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v35n4/a15v35n4.pdf