Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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MONITORAMENTO E CONTROLE DA TUBERCULOSE NA PENITENCIÁRIA INDUSTRIAL DE GUARAPUAVA- PR, 2014
Luciana Vargas, Angela Cristina Rocha Gimenes

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


A saúde, no Sistema Penitenciário brasileiro, apresenta um quadro preocupante devido a vários fatores que evidenciam alguns problemas. Dentre eles, destacam- se o déficit de vagas nas penitenciárias e, principalmente, a falta de uma assistência médico- jurídica adequada e suficiente. A superlotação das celas, sua precariedade e insalubridade transformam as prisões num ambiente propício à proliferação de doenças. Além dos fatores estruturais, a má-alimentação, o sedentarismo, o uso de drogas, a falta de higiene, dentre outros, também contribuem para os problemas de saúde dos detentos. Ei-los: doenças do aparelho respiratório, como a tuberculose e a hanseníase, alto índice de hepatite e de doenças sexualmente transmissíveis, em especial, a AIDS. A Penitenciária Industrial de Guarapuava- PIG havia obtendo nos últimos anos uma baixa incidência de sintomáticos para tuberculose. Tivemos um caso entre 2008 e 2012 e foi diagnosticado como Tuberculose Pleural. Todavia no ano de 2014 começaram a ser identificados muitos sintomáticos. A Unidade tem características diferentes às demais como, por exemplo: duas fábricas como canteiro de trabalho onde os internos permanecem por oito horas diárias, várias salas de aulas com muitas pessoas aglomeradas, no entanto possui apenas duas pessoas em cada cela. Com isso detectou-se a importância de uma medida rápida e eficaz no controle da doença. Assim, o presente projeto de intervenção tem por objetivo monitorar e controlar a doença na Unidade. Espera-se que o projeto possa contribuir no debate e reflexão crítica em torno das práticas em saúde voltadas à população carcerária masculina privada do direito à liberdade. O presente projeto de intervenção possui o intuito de realizar exame de Prova Tuberculínica PPD em 100% da população privada de liberdade da Penitenciária Industrial de Guarapuava- PIG, bem como fortalecer o trabalho entres as Secretarias de Saúde Municipal e Estadual com o setor de saúde da penitenciária. O trabalho começou a ser desenvolvido no mês de Junho de 2014. O aumento dos casos de tuberculose entre os encarcerados evidenciou a necessidade de desenvolver uma ação para controle da doença e nos indicar quais medidas deverão ser tomadas. No mês de Setembro de 2014o Brasil ficou sem o material necessário para a realização do teste, o que fez com que o projeto original obtivesse sucesso parcial. A parceria entre os órgãos continua e novas condutas foram priorizadas.

Palavras-chave


saúde prisional, tuberculose em prisões, enfermagem prisional

Referências


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