Tamanho da fonte: 

As Instituições de Ensino vem buscando implementar as práticas acadêmicas dos futuros profissionais da área da saúde com a sua inserção precoce no campo de prática, visando o entendimento do que o Sistema Único de Saúde (SUS) requer. Dentre as experiências pedagógicas dos cursos de graduação em saúde ofertado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), estão a participação do acadêmico em projetos de extensão na Rede SUS.  Esta produção trata de relato de experiência que objetiva demonstrar a importância de o aprendiz vivenciar o manejo das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), de Vírus da Imunodeficiência Adquirida (HIV) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) no Serviço de Assistência Especializada (SAE) de Cuiabá, Mato Grosso. É um estudo descritivo, transversal, realizado a partir dos relatórios diários e da observação da realidade do usuário, usando a Metodologia da Problematização como eixo norteador. Essa parceria entre ensino/serviço/comunidade resultou em informações “vivas” sobre a patologia, no contexto da individualidade de cada ser humano ali acolhido, exigindo do acadêmico autorreflexão para um novo olhar sobre as pessoas com esses agravos. Foi imperioso saber que, para interromper a cadeia de transmissão das Está, em especial o HIV/AIDS, é necessário realizar uma análise da vulnerabilidade de cada pessoa exposta, já que generalizar acaba sendo um equívoco. Apenas uma ação de responsabilidade do indivíduo é necessária para se interromper essa cadeia de transmissão, requerendo deste um simples ato de zelar primeiro pela sua própria saúde, mediante uso de medidas preventivas efetivas. Um dos desafios naturalmente ali proposto para o aprendiz, foi mexer e remexer na sua construção interior preconcebidas, trazidas da tenra idade, que contribuiu sobremaneira para a mudança no entendimento sobre as IST/HIV/AIDS. Eleito como um cenário ímpar, rico em vivências (usuários/equipe multiprofissional) para execução de todas as teorias preconizadas nas políticas do SUS recebidas na academia, como humanização, acolhimento, integralidade do cuidado, plano terapêutico singular, dentre outras. A prática baseada em evidências explicitou as teorias, fixando o aprendizado, principalmente para o acadêmico, que exercitou o teórico-técnico-científico, somado ao empirismo trazido pelos usuários. Essa troca de saberes gerou uma relação salutar de respeito mútuo, entre o envolvido serviço/acadêmicos/usuários, trazendo para o futuro profissional uma referência precoce positiva ao abordar a temática IST/HIV/AIDS na Rede SUS. Compor a equipe multiprofissional e interdisciplinar do SAE foi sair do abstrato e pisar literalmente no concreto, com entendimento das abordagens específicas, focado no cuidado integral do indivíduo, já conhecido em teorias, mas não vivenciado em campo de prática. Nota-se que as Políticas Públicas para as Está/HIV/AIDS são sólidas, eficazes e completamente exequíveis. No entanto, a sua abordagem dentro dos cursos da área de saúde, ainda acontecem de forma tímida e silenciosa. As reflexões diárias e contínuas desenvolvidas junto ao usuário e a equipe conduziram a uma quebra de paradigma, eleito como o maior ganho dessa vivência, fator determinante para um aprendizado significativo nas futuras atividades profissionais.

SUS; PET-Saúde/PRÓ-Saúde; SAE/Cuiabá.