Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Construindo Gestão Compartilhada: a experiência da Coordenação de Policlínicas e Núcleo de Apoio à Saúde da Família no município do Rio de Janeiro
Fabiola Andrade Rodrigues, Renata Gomes Zuma, Rafaella Peixoto

Última alteração: 2015-10-30

Resumo


Os Grupos de Trabalho (GT) são ferramentas de interação, troca de informação, sensibilização e debate sobre aspectos e objetivos que um determinado grupo tenha em comum. Podem ser fonte de inspiração e um espaço importante para a proposição e elaboração de uma agenda compartilhada com a gestão a partir de necessidades identificadas. A Secretaria Municipal de Saúde da cidade do Rio de Janeiro (SMS/RJ) possui 73 equipes de Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) apoiando 911 equipes de saúde da família (ESF). Os NASFs, na SMS/RJ, estão sob a Coordenação de Policlínicas e Núcleo de Apoio à Saúde da Família (CPNASF) e conta com apoiadores cuja função é fazer a gestão local das equipes NASF do seu território. No intuito de propiciar uma maior identidade de propósito entre as duas instâncias gestoras do NASF – apoiadores e CPNASF -, identificou-se o GTNASF, um espaço de encontro já instituído regularmente, como um arranjo com forte potencial de exercício da gestão compartilhada e participativa. O objetivo desse trabalho é descrever a experiência da CPNASF no fortalecimento do GTNASF enquanto um dispositivo para a gestão compartilhada. Um dos papéis do apoiador, presente nas reuniões do GTNASF, é mediar a contratualização e a pactuação entre a CPNASF e os profissionais das equipes NASF do território. Para que isso aconteça sem que conflitos e discordâncias sejam levados para o interior dos serviços é necessário o máximo possível de concordância entre estratégias, objetivos traçados, seleção de prioridades, compreensão de indicadores, alcance de resultados e metas. Dessa forma, a CPNASF, construiu, a partir das demandas trazidas pelos apoiadores e coordenação, temáticas que fariam parte do GTNASF de 2015 por eixos que induzissem ao máximo esse processo de compartilhamento de propósitos. Essa construção aconteceu no último encontro do GTNASF de 2014. A partir de quatro eixos temáticos atrelados a perguntas disparadoras, a coordenação elaborou, juntamente com os apoiadores, uma matriz FOFA correspondente a cada eixo. O objetivo foi identificar as dificuldades do grupo e construir uma agenda que abordasse suas fragilidades no intuito de minimizá-las. Quando disponibilizamos o GT para a construção de uma agenda coletiva que contemplasse os interesses dos apoiadores e da CPNASF percebemos que iniciamos um processo de reflexão no grupo sobre o seu papel enquanto apoiador. A partir daí, durante a construção da matriz, percebemos o surgimento de alguns eixos que não haviam sido considerados como possibilidade temática para o GT do ano de 2015. Interpretamos isso como o reconhecimento do espaço GTNASF como confiável e colaborativo, onde fragilidades e discordâncias podem ser expostas. Consideramos que a construção de espaços de co-gestão é um processo que não se esgota e requer amadurecimento direcionado ao pensar e fazer coletivo. Esse caráter ‘inconclusivo’ exige vigilância permanente dos gestores para que não haja retrocesso nas mudanças alcançadas no modo de gestão.

Palavras-chave


Grupo de Trabalho; Gestão Compartilhada;Núcleo de Apoio à Saúde da Família

Referências


Campos,GWS.Manual de Práticas de Atenção Básica - Saúde Ampliada e Compartilhada - 2ª Ed.São Paulo:HUCITEC, 2010.