Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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A efetividade do trabalho de educação em saúde em uma sala de espera: um relato de experiência
Cintia Nascimento de Jesus, Daniele Ribeiro de Souza, Dennifer da Rocha da Silva, Elaine Basílio dos Santos, Maiane Lima de Souza, Tainara de Souza Santos

Última alteração: 2015-10-22

Resumo


As ações de educação em saúde configuram-se como articuladoras entre a visão da realidade no âmbito de saúde e a busca de perspectivas e atitudes geradoras de reflexões nos indivíduos e posteriores mudanças de hábitos de vida que surgem em decorrência do trabalho em equipe e dos diversos serviços que buscam uma transfiguração nas condições de saúde da população. A sala de espera propõe debater alguns assuntos com os usuários e criar uma conexão entre a comunidade e o serviço de saúde. Posto isso, esse relato objetiva analisar a efetividade da metodologia assistencial sala de espera, refletindo assim sobre a educação conscientizadora como prática da liberdade. O presente estudo trata-se de um relato de experiência vivenciada por acadêmicas do Curso de Bacharelado em Enfermagem da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), durante o estágio da disciplina “Enfermagem na Saúde do Adulto em Atenção Básica”, no decorrer do mês de novembro de 2013. Nesse âmbito foi possível testar a eficácia do trabalho de educação em saúde realizado e indagar-se sobre a semeadura de uma repercussão no sujeito através da estratégia integradora de saberes coletivos, desenvolvendo sua autonomia e emancipação. As ações de educação em saúde foram realizadas na sala de espera de uma Unidade Básica de Saúde de Salvador utilizando como ferramenta um banner auto explicativo sobre hipertensão e diabetes, fomentando o conhecimento dos usuários sobre suas patologias e a conscientização sobre a relevância do auto cuidado. Durante a exposição do trabalho, observamos que os usuários encontravam-se dispersos e não manifestavam interesse sobre os temas em discussão. À partir do que foi observado entendemos que a nossa ação não obteve o sucesso esperado, levando-nos à pressupor que a resistência encontrada tenha sido devido à falta de entusiasmo diante da metodologia utilizada como arcabouço e aos ruídos que atrapalhavam a escuta em virtude da superlotação. Notou-se também a importância do respeito e valorização da história de vida de cada usuário, contemplando assim, as condições de existência de cada ser e sua singularidade, para que o desígnio da educação em saúde seja verdadeiramente atingido. Essa prática caracterizou-se como um momento de grande valia para nossa formação enquanto estudantes e futuros profissionais de saúde, mesmo que a nossa ação tenha impactado somente uma pequena quantidade de indivíduos, o trabalho ainda assim foi produtivo, pois foi capaz de captar a mudança nestes sujeitos e torná-los atores responsáveis pelos seus processos de cuidado, potencializando o exercício do controle social sobre as políticas e os serviços, a inclusão social e a promoção da autonomia da população na participação em saúde.  

Palavras-chave


educação; educação em saúde; sala de espera