Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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A descentralização da Tuberculose: vivências em uma unidade de Saúde da Família de Porto Alegre
Kellyn Rocha de Vargas, Nanci Teixeira Goulart

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


A tuberculose assume uma posição alarmante de grande magnitude mundial. No Brasil, em 2014, surgiram 67 966 novos casos da doença. Destes, 8590 casos referem-se à região Sul do país, sendo Porto Alegre, a 1ª capital brasileira com maior taxa de incidência – 99,3/ 1000 habitantes - de Tuberculose (TB) no país. A porcentagem de cura da TB encontra-se em 55% dos casos na capital do estado, enquanto que os casos de abandono do tratamento chegam a 9,8% no Brasil, 15,8% no Estado do RS e 29% em Porto Alegre. Neste contexto, o Ministério da Saúde vem desenvolvendo estratégias de prevenção e combate à tuberculose em todo o território nacional. Uma dessas medidas que vem sendo implementadas é a descentralização do tratamento da doença. Assim, a Unidade de Saúde da Família passa a atuar diretamente no cuidado desse paciente, permitindo que toda a complexidade da doença seja vista dentro de seus determinantes sociais, políticos e econômicos, assegurando uma melhor adesão e acompanhamento dos casos. Este trabalho irá tratar das experiências vivenciadas por uma equipe de saúde da família e uma estudante do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva da UFRGS, pertencente a Gerência Distrital Gloria Cruzeiro Cristal da cidade de Porto Alegre e terá como objetivo relatar as ações desenvolvidas no cotidiano de uma unidade de saúde da família na lógica da descentralização do atendimento. Nesta unidade, atualmente são tratados nove pacientes dos quais um teve alta recentemente e os demais contam com o acompanhamento periódico em consulta; dois deles estão em Tratamento Diretamente Observado (TDO). Os casos diagnosticados na unidade são discutidos juntamente ao Centro de Referência de Tuberculose (CRTB) em Rounds realizados periodicamente com o propósito de compartilhar experiências de outras unidades e elaborar estratégias que garantam a adesão dos pacientes ao tratamento. A unidade será também posto de coleta de material para escarro facilitando o tratamento, o acompanhamento e a cura dos pacientes. Assim, a descentralização do atendimento à Tuberculose apresenta-se como uma proposta de relevante importância por facilitar o acesso do paciente e viabilizar a cura da doença, garantindo ao usuário melhorias em sua qualidade de vida.

Palavras-chave


tuberculose; descentralização; saúde da família;