Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Prevenção do risco de quedas de idosos em domicilio: uma questão para pensar, planejar e executar
Tatiana dos Santos Moreira, Francielli Peixoto de Carvalho Andrade, Leiça Sand Pereira Santos, Gabriel Pacheco Bispo, Renaldo Tavares Passos, Ricardo de Oliveira Santana, Verônica Lisboa da Costa, Guilherme Rodrigues Barbosa

Última alteração: 2015-10-22

Resumo


INTRODUÇAO: A Prática de Ensino na Comunidade II (PEC II) é um componente curricular do segundo bloco do curso de Fisioterapia da Universidade Federal de Sergipe (UFS) campus lagarto, utilizando como método de ensino - aprendizagem a problematização, através do arco de Marguerez. Tem suas práticas desenvolvidas na rede de atenção primaria à saúde do município de Lagarto, na qual os discentes e instrutores são vinculados a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e uma micro área especifica, proporcionando a inserção dos discentes na realidade local, a fim de amenizar os problemas enfrentados pela comunidade e preparar os discentes como agentes ativos no planejamento, desenvolvimento e realização das intervenções. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Foram realizadas aulas semanais no período do ano letivo de 2014, a turma foi vinculada a uma unidade básica de saúde (UBS) do município de Lagarto-SE, estabelecendo parceria com a agente comunitária de saúde (ACS) responsável por uma das micro áreas, que acompanhou a turma durante o planejamento, desenvolvimento e realização das atividades. Após conhecer o espaço físico da unidade básica de saúde (UBS) e a composição da equipe, começa-se a colocar em ação o arco de Marguerez, que estrutura a metodologia de ensino-aprendizagem da Problematização e consiste em seis passos: Inicialmente a turma elaborou um roteiro de observação para o primeiro passeio ambiental junto a agente comunitária de saúde (ACS) na micro área, onde foram observados aspectos físicos, socioeconômicos e fatores determinantes e condicionantes da saúde da população residente, sendo o primeiro passo do arco (Observação, compreensão e recolha de dados), após o passeio os discentes se reuniram com o instrutor para discussão e logo a agente comunitária de saúde (ACS) juntou-se também na discussão, então foram listados aspectos que chamaram mais a atenção da turma, sendo eles: grande número de idosos, aproximadamente 87; 86 casos de Hipertensão Arterial Sistêmica; 20 casos de Diabetes Melitus. E alguns aspectos do ambiente, como irregularidade das calçadas e terrenos abandonados com acúmulo de lixo. Após discussão, foi hipotetizado que o foco seria quedas em idosos no domicílio pelo número de idosos residentes na micro área e pelos eventos de quedas não serem eficientemente notificados à unidade básica de saúde (UBS). Concluindo o segundo passo do arco (Problemas encontrados e suas explicações). Partiu-se então para o terceiro passo (Teorização), no qual os discentes aprofundaram o conhecimento teórico acerca do assunto com leituras individuais de artigos, livros, cartilhas entre outras fontes e discussões em grupo. Após adquirir embasamento teórico destinou-se ao quarto passo (Identificação das soluções e planejamento da intervenção) começou-se a organizar as ideias chegando a conclusão que o melhor a fazer seria conhecer os riscos de quedas que a população idosa residente da micro área estava exposta para adotar-se medidas de prevenção. Então foi elaborado pela turma um questionário semiestruturado com perguntas pertinentes ao tema “Riscos de quedas presentes no domicilio” para aplicação e de acordo as informações obtidas haveria a elaboração de um check-list de orientações aos idosos e/ou cuidadores. Após algumas semanas de planejamento chegou o dia marcado para a primeira intervenção: éramos oito discentes divididos com onze questionários a serem aplicados, totalizando 88, número correspondente ao quantitativo de idosos, conseguimos em duas aulas realizar a aplicação dos mesmos. Posteriormente os dados foram colocados em planilha do Excel, gerando as informações através da interpretação e cálculos feitos pelos discentes, destas informações foram analisados quais os cômodos da casa onde mais ocorreram as quedas, direcionando o próximo passo, a elaboração de orientações pertinentes àquelas situações. Na sequência foram realizadas as orientações em domicilio: os mesmo discentes que aplicaram o questionário voltaram realizando orientações gerais sobre como prevenir e/ou eliminar os riscos de quedas: inicialmente focavam no cômodo em que o idoso relatou o evento de queda e em seguida ofereciam orientações gerais a todos os cômodos do domicílio, realizando o quinto passo do arco (Intervenção sobre a realidade). Toda a atividade desenvolvida com idosos e/ou cuidadores residentes na comunidade obtinha-se como principais objetivos a identificação do número de idosos e os fatores de risco para queda presente em cada domicilio e também de sensibilizar e orientar os idosos e/ou cuidadores sobre o risco de quedas em domicilio e a forma de prevenção ou eliminação destes. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: Os dados colhidos foram tabulados e evidenciaram a seguinte realidade: 53 idosos entrevistados os quais 35 já caíram 16 não caíram e 2 não souberam informar, estes episódios de queda ocorrem 17 em domicilio, 7 fora do domicilio e 11 em ambos os lugares. O último passo do arco de Maguerez, relacionado à acompanhamento e avaliação da intervenção, ainda não foi realizado. Pretende-se retornar aos domicílios e utilizar estratégias para avaliar os possíveis impactos das orientações para redução do risco de quedas nesta população. A atividade proporcionou aos discentes interação com a comunidade, pois foi utilizado o modelo de educação dialógica para realizar as orientações, tendo como principal característica o dialogo entre discente e idosos/cuidadores, criando  condições para desenvolver através da analise do certo e errado a  atividade proposta, sendo  um momento prazeroso de troca  de experiências  e aprimoramento de habilidades entre os envolvidos na atividade. Além disto , houve a aproximação com a equipe de saúde da unidade básica de saúde (UBS), principalmente com a agente comunitária de saúde (ACS). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que a escolha da temática é de grande relevância para a micro área trabalhada, pois através do trabalho foi perceptivo  a grande quantidade de idosos presente na mesma e a necessidade destes em serem orientados a respeito do tema “risco de quedas em idosos no domicílio” para que assim possam prevenir e/ou eliminar esses incidentes. Não só a comunidade foi beneficiada com as orientações dos discentes, como também a equipe da unidade básica de saúde (UBS), pois a partir dos dados coletados foi disponibilizado um relatório, que oferece para a equipe elementos para o desenvolvimento de trabalhos voltados para esta temática, dando continuidade às ações já realizadas. Portanto os discentes contribuíram para o melhor mapeamento de uma temática caracterizada por subnotificação e negligenciamento no gerenciamento do cuidado.

Palavras-chave


Prevenção; Idosos; Queda.

Referências


PICCINII, Roberto X. et al. Prevalência de quedas em idosos e fatores associados. Rev saúde pública, v. 41, n. 5, p. 749-56, 2007.

MACHADO, Tatiana Rocha et al. Avaliação da presença de risco para queda em idosos. Rev Eletr Enf, v. 11, n. 1, p. 32-38, 20