Tamanho da fonte:
Prevenção do risco de quedas de idosos em domicilio: uma questão para pensar, planejar e executar
Última alteração: 2015-10-22
Resumo
INTRODUÇAO: A Prática de Ensino na Comunidade II (PEC II) é um componente curricular do segundo bloco do curso de Fisioterapia da Universidade Federal de Sergipe (UFS) campus lagarto, utilizando como método de ensino - aprendizagem a problematização, através do arco de Marguerez. Tem suas práticas desenvolvidas na rede de atenção primaria à saúde do município de Lagarto, na qual os discentes e instrutores são vinculados a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e uma micro área especifica, proporcionando a inserção dos discentes na realidade local, a fim de amenizar os problemas enfrentados pela comunidade e preparar os discentes como agentes ativos no planejamento, desenvolvimento e realização das intervenções. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Foram realizadas aulas semanais no período do ano letivo de 2014, a turma foi vinculada a uma unidade básica de saúde (UBS) do município de Lagarto-SE, estabelecendo parceria com a agente comunitária de saúde (ACS) responsável por uma das micro áreas, que acompanhou a turma durante o planejamento, desenvolvimento e realização das atividades. Após conhecer o espaço físico da unidade básica de saúde (UBS) e a composição da equipe, começa-se a colocar em ação o arco de Marguerez, que estrutura a metodologia de ensino-aprendizagem da Problematização e consiste em seis passos: Inicialmente a turma elaborou um roteiro de observação para o primeiro passeio ambiental junto a agente comunitária de saúde (ACS) na micro área, onde foram observados aspectos físicos, socioeconômicos e fatores determinantes e condicionantes da saúde da população residente, sendo o primeiro passo do arco (Observação, compreensão e recolha de dados), após o passeio os discentes se reuniram com o instrutor para discussão e logo a agente comunitária de saúde (ACS) juntou-se também na discussão, então foram listados aspectos que chamaram mais a atenção da turma, sendo eles: grande número de idosos, aproximadamente 87; 86 casos de Hipertensão Arterial Sistêmica; 20 casos de Diabetes Melitus. E alguns aspectos do ambiente, como irregularidade das calçadas e terrenos abandonados com acúmulo de lixo. Após discussão, foi hipotetizado que o foco seria quedas em idosos no domicílio pelo número de idosos residentes na micro área e pelos eventos de quedas não serem eficientemente notificados à unidade básica de saúde (UBS). Concluindo o segundo passo do arco (Problemas encontrados e suas explicações). Partiu-se então para o terceiro passo (Teorização), no qual os discentes aprofundaram o conhecimento teórico acerca do assunto com leituras individuais de artigos, livros, cartilhas entre outras fontes e discussões em grupo. Após adquirir embasamento teórico destinou-se ao quarto passo (Identificação das soluções e planejamento da intervenção) começou-se a organizar as ideias chegando a conclusão que o melhor a fazer seria conhecer os riscos de quedas que a população idosa residente da micro área estava exposta para adotar-se medidas de prevenção. Então foi elaborado pela turma um questionário semiestruturado com perguntas pertinentes ao tema “Riscos de quedas presentes no domicilio” para aplicação e de acordo as informações obtidas haveria a elaboração de um check-list de orientações aos idosos e/ou cuidadores. Após algumas semanas de planejamento chegou o dia marcado para a primeira intervenção: éramos oito discentes divididos com onze questionários a serem aplicados, totalizando 88, número correspondente ao quantitativo de idosos, conseguimos em duas aulas realizar a aplicação dos mesmos. Posteriormente os dados foram colocados em planilha do Excel, gerando as informações através da interpretação e cálculos feitos pelos discentes, destas informações foram analisados quais os cômodos da casa onde mais ocorreram as quedas, direcionando o próximo passo, a elaboração de orientações pertinentes àquelas situações. Na sequência foram realizadas as orientações em domicilio: os mesmo discentes que aplicaram o questionário voltaram realizando orientações gerais sobre como prevenir e/ou eliminar os riscos de quedas: inicialmente focavam no cômodo em que o idoso relatou o evento de queda e em seguida ofereciam orientações gerais a todos os cômodos do domicílio, realizando o quinto passo do arco (Intervenção sobre a realidade). Toda a atividade desenvolvida com idosos e/ou cuidadores residentes na comunidade obtinha-se como principais objetivos a identificação do número de idosos e os fatores de risco para queda presente em cada domicilio e também de sensibilizar e orientar os idosos e/ou cuidadores sobre o risco de quedas em domicilio e a forma de prevenção ou eliminação destes. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: Os dados colhidos foram tabulados e evidenciaram a seguinte realidade: 53 idosos entrevistados os quais 35 já caíram 16 não caíram e 2 não souberam informar, estes episódios de queda ocorrem 17 em domicilio, 7 fora do domicilio e 11 em ambos os lugares. O último passo do arco de Maguerez, relacionado à acompanhamento e avaliação da intervenção, ainda não foi realizado. Pretende-se retornar aos domicílios e utilizar estratégias para avaliar os possíveis impactos das orientações para redução do risco de quedas nesta população. A atividade proporcionou aos discentes interação com a comunidade, pois foi utilizado o modelo de educação dialógica para realizar as orientações, tendo como principal característica o dialogo entre discente e idosos/cuidadores, criando condições para desenvolver através da analise do certo e errado a atividade proposta, sendo um momento prazeroso de troca de experiências e aprimoramento de habilidades entre os envolvidos na atividade. Além disto , houve a aproximação com a equipe de saúde da unidade básica de saúde (UBS), principalmente com a agente comunitária de saúde (ACS). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que a escolha da temática é de grande relevância para a micro área trabalhada, pois através do trabalho foi perceptivo a grande quantidade de idosos presente na mesma e a necessidade destes em serem orientados a respeito do tema “risco de quedas em idosos no domicílio” para que assim possam prevenir e/ou eliminar esses incidentes. Não só a comunidade foi beneficiada com as orientações dos discentes, como também a equipe da unidade básica de saúde (UBS), pois a partir dos dados coletados foi disponibilizado um relatório, que oferece para a equipe elementos para o desenvolvimento de trabalhos voltados para esta temática, dando continuidade às ações já realizadas. Portanto os discentes contribuíram para o melhor mapeamento de uma temática caracterizada por subnotificação e negligenciamento no gerenciamento do cuidado.
Palavras-chave
Prevenção; Idosos; Queda.
Referências
PICCINII, Roberto X. et al. Prevalência de quedas em idosos e fatores associados. Rev saúde pública, v. 41, n. 5, p. 749-56, 2007.
MACHADO, Tatiana Rocha et al. Avaliação da presença de risco para queda em idosos. Rev Eletr Enf, v. 11, n. 1, p. 32-38, 20