Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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A PERCEPÇÃO DISCENTE SOBRE O ESTÁGIO NO OBSERVATÓRIO DE RECURSOS HUMANOS/ UFRN
Thais Paulo Teixeira Costa, Janete Lima de Castro

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


APRESENTAÇÃO: A Graduação em Saúde Coletiva surgiu no ano de 2008 em algumas Universidades do Brasil, com o objetivo de inserir no mercado de trabalho profissionais que fossem capacitados para avaliar, planejar e executar ações relacionadas à gestão do serviço público de saúde. O curso tem a peculiaridade de lançar no mercado de trabalho um jovem profissional que tenha um olhar ampliando e compreenda a rede de serviço e toda a sua complexidade. Considerando que o Sistema Único de Saúde (SUS) atende a uma diversidade da população brasileira, esse profissional possui, desde o início da sua formação, a compreensão sobre a diversidade de situações que o esperam, sendo necessário então, estar mergulhado em estudos e vivências no serviço. Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, o curso foi denominado de Gestão em Sistemas e Serviços de Saúde e, hoje, passa por um processo de alteração do nome para Saúde Coletiva devido a uma organização nacional. O presente relato de experiência tem como objetivo retratar a experiência de uma estudante da graduação em Gestão em Sistemas e Serviços de Saúde, no período de dois anos e seis meses, no Observatório de Recursos Humanos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, frisando a importância da inserção do graduando em bases de pesquisa para o seu desenvolvimento como ator do processo de reestruturação do Sistema Único de Saúde. Este relato reflete sobre a importância de serem oportunizados para os alunos outros cenários de aprendizagem, além da sala de aula, de forma que os ajudem no seu desenvolvimento e na reflexão crítica sobre a sua formação e atuação. O Observatório de Recursos Humanos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte foi criado em 1999, com o incentivo do Acordo de Cooperação Técnica entre o Ministério e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Desde os primeiros anos de criação da Graduação em Saúde Coletiva, o Observatório de Recursos Humanos oferta espaços de aprendizagem em pesquisa para alunos que tenham interesse em atuar na área de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do SUS. A experiência retratada teve início em fevereiro de 2013, durante o terceiro período da graduação e perdura até os dias atuais. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: O Observatório de Recursos Humanos da UFRN tem, entre seus objetivos, fortalecer a área de Gestão, Trabalho e Educação na Saúde. Este trabalho apresenta um relato de uma das estudantes de graduação que integram o corpo de pesquisadores e estagiários do citado Observatório. Dessa forma, ao me integrar à equipe de estudantes que participam do observatório, foi possível ter a oportunidade de aprender a trabalhar em equipe em um ambiente diverso, no sentido de perceber a importância da compreensão para o trabalhador sobre a execução de todo o processo de trabalho, fortalecendo o pensamento holístico e não hegemônico, aprender sobre a execução e o planejamento de recursos financeiros de projetos de pesquisa e vivenciar a organização, planejamento, execução de processos seletivo de cursos. Foram oportunizados também conhecimentos sobre os sistemas de informação e tecnologia junto ao trabalho realizado com a Secretaria de Educação a Distância da UFRN, além de estar integrada a ações de pesquisa e de planejamento e avaliação das demais atividades desenvolvidas no Observatório. Outro ponto que merece ser destacado é a aproximação dos graduandos com profissionais dos serviços de saúde que atuam na área de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Nesse encontro, o aluno se beneficia na medida em que tem a oportunidade de conviver com os atores da área, estando presente em reuniões, amadurecendo sua postura, capacidade de articulação e fala. No Observatório de Recursos Humanos, compreendi a importância de o aluno estar inserido em processos de trabalho junto como os serviços de saúde e em pesquisas desde o início da graduação. Essas atividades garantem o envolvimento do aluno na execução de suas atividades da graduação, uma vez que este consegue se imaginar atuando com outros profissionais nos serviços de saúde, além de criar uma maior afinidade com a área. Observo que a oportunidade que tive em vivenciar a integração entre ensino e serviço reforçou minha compreensão sobre a importância de se fortalecer essa articulação e, por conseguinte, capacitar, cada vez mais, os processos de trabalho dos serviços de saúde. No que diz respeito à realização de pesquisas, como resultado dessa atividade teve a possibilidade de estarem presente em diversos congressos da área, bem como áreas afins, apresentando as pesquisas desenvolvidas no Observatório, como também as vivências da graduação. Ademais, tive a oportunidade de publicar, junto a equipe, artigos para periódicos científicos e capítulos de livros. CONSIDERAÇÕES FINAIS:  O Curso de Saúde Coletiva, criado pelo Programa do Governo Federal de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais Brasileiras, possui um grande quantitativo de alunos oriundos de escolas públicas ou que estavam afastados da Universidade devido a dificuldade de ingresso em uma instituição de ensino superior. Minha experiência no Observatório de Recursos Humanos me fez ver a necessidade de ter um olhar e uma dedicação maior a este aluno, para que ele se sinta estimulado em dar continuidade aos estudos e que e dedique em sua graduação. Acredito que a graduação tem muito a se beneficiar quando o aluno consegue se integrar aos campos da pesquisa e de extensão. Acredito, também, que para garantir uma formação com o olhar ampliado, em direção ao serviço público de saúde, é necessário oportunizar ao aluno condições para que este amadureça enquanto ser humano e futuro profissional. Nesse sentido, é fundamental que a Universidade, professores/pesquisadores estejam empenhados para garantir uma formação crítica e reflexiva aos seus alunos, oportunizando novos espaços para a sua atuação profissional. Concluindo, avalio a vivência nesses dois anos no Observatório de Recursos Humanos como algo extremamente positivo, pois foi possível amadurecer antes de participar do estágio obrigatório, o que me possibilitou uma maior troca de conhecimento e experiências no serviço público de saúde. Atualmente, estando no último período da graduação e prestes a ingressar no mercado de trabalho, sinto que terei condições de retornar à sociedade todo o investimento feito durante a graduação, fortalecendo e lutando pelo fortalecimento e execução dos princípios do Sistema Único de Saúde.

Palavras-chave


Graduação em Saúde Coletiva; Estágio em Saúde Coletiva; Ensino-Serviço