Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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ATENDIMENTO DOMICILIAR INTERPROFISSIONAL À USUÁRIA ACOMETIDA POR ESQUIZOFRENIA E DOENÇA DE PARKINSON: RELATO DE CASO
Suzana Aparecida Lara de Andrade, Kassio Silva Temperly, Michele Jacowski, Nadia Rafaela dos Santos, Vanessa Nogueira, Eduardo Cesar Scherer, Marilis Dallarmi Miguel, Santina Sayuri Utida Pereira

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


A esquizofrenia é um distúrbio mental grave caracterizado pela perda do contato com a realidade, alucinações, delírios e alteração do funcionamento laborativo e social. A doença de Parkinson é um processo neurodegenerativo, caracterizado por atrofia de estruturas mesencefálicas, tratando-se de uma doença progressiva, de evolução crônica, de etiologia idiopática e altamente incapacitante. Dentre as recomendações da OMS e de outros organismos internacionais está à necessidade de integração da saúde mental na atenção primária à saúde, portanto,  a visita domiciliar é uma forma de assistência domiciliar à saúde, que dá subsídios para a execução dos demais conceitos desse modelo assistencial. É por intermédio da visita, que os profissionais captam a realidade dos indivíduos assistidos, reconhecendo seus problemas e suas necessidades de saúde. Frente ao exposto, tem-se por objetivo relatar a experiência da integração da Residência Multiprofissional em Saúde da Família com o PRÓ-PET-SAÚDE, ambos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e possibilitar que acadêmicos e residentes de diferentes áreas da saúde aprimorem sua capacidade de trabalhar em equipes interprofissionais na assistência ao usuário, identificando suas reais dificuldades perante a família e a sociedade. A metodologia utilizada foi à realização de visitas domiciliares entre abril e dezembro de 2014 a uma usuária da unidade estratégia saúde da família Guaratuba, Colombo-PR, com quadro de esquizofrenia e Parkinson. Compunha a equipe de visita os Residentes Multiprofissionais em saúde da família da UFPR (Enfermagem, Farmácia e Nutrição), estudantes de enfermagem, medicina e terapia ocupacional do PRO- PET- SAÚDE UFPR e a agente comunitária de saúde da área de abrangência. As visitas eram seguidas de reunião para a discussão do caso, junto com o médico preceptor. Verificou-se a complexidade da situação da usuária, onde a falta de apoio familiar e o conhecimento da doença constituem-se no maior entrave para o tratamento e controle clínico adequado. A situação se agrava pela suspeita de maus tratos. Diante deste cenário, a equipe adotou algumas medidas visando melhorar a qualidade de vida da paciente, incluindo notificação de maus tratos, orientações à família sobre a doença e encaminhamento para internação, dado o baixo peso e descompensação do quadro. O usuário psiquiátrico é naturalmente mais vulnerável a uma série de comorbidades como DM, HAS, entre outras e sua fragilidade se acentua quando não há suporte familiar adequado. Na condução do caso, a visão holística e abordagem familiar por uma equipe interprofissional foram vitais, a equipe construiu uma forte relação de compromisso para ajudar a usuária, o que levou à adoção de condutas visando melhorar sua qualidade de vida. Apesar dos avanços no tratamento de pacientes psiquiátricos, observa-se, porém uma carência de profissionais com conhecimento aprofundado para uma correta abordagem aos usuários portadores de transtornos mentais e o preconceito em torno desses usuários. Nesse contexto, tenta-se refletir sobre as possibilidades de se amenizar o atual quadro de sofrimento da usuária, destacando-se o acompanhamento da família, apoio psicológico à filha e capacitação dos profissionais envolvidos no caso.  

Palavras-chave


Ensino-Serviço; Interdisciplinaridade; Interprofissional