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ATENDIMENTO DOMICILIAR INTERPROFISSIONAL À USUÁRIA ACOMETIDA POR ESQUIZOFRENIA E DOENÇA DE PARKINSON: RELATO DE CASO
Última alteração: 2015-11-23
Resumo
A esquizofrenia é um distúrbio mental grave caracterizado pela perda do contato com a realidade, alucinações, delírios e alteração do funcionamento laborativo e social. A doença de Parkinson é um processo neurodegenerativo, caracterizado por atrofia de estruturas mesencefálicas, tratando-se de uma doença progressiva, de evolução crônica, de etiologia idiopática e altamente incapacitante. Dentre as recomendações da OMS e de outros organismos internacionais está à necessidade de integração da saúde mental na atenção primária à saúde, portanto, a visita domiciliar é uma forma de assistência domiciliar à saúde, que dá subsídios para a execução dos demais conceitos desse modelo assistencial. É por intermédio da visita, que os profissionais captam a realidade dos indivíduos assistidos, reconhecendo seus problemas e suas necessidades de saúde. Frente ao exposto, tem-se por objetivo relatar a experiência da integração da Residência Multiprofissional em Saúde da Família com o PRÓ-PET-SAÚDE, ambos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e possibilitar que acadêmicos e residentes de diferentes áreas da saúde aprimorem sua capacidade de trabalhar em equipes interprofissionais na assistência ao usuário, identificando suas reais dificuldades perante a família e a sociedade. A metodologia utilizada foi à realização de visitas domiciliares entre abril e dezembro de 2014 a uma usuária da unidade estratégia saúde da família Guaratuba, Colombo-PR, com quadro de esquizofrenia e Parkinson. Compunha a equipe de visita os Residentes Multiprofissionais em saúde da família da UFPR (Enfermagem, Farmácia e Nutrição), estudantes de enfermagem, medicina e terapia ocupacional do PRO- PET- SAÚDE UFPR e a agente comunitária de saúde da área de abrangência. As visitas eram seguidas de reunião para a discussão do caso, junto com o médico preceptor. Verificou-se a complexidade da situação da usuária, onde a falta de apoio familiar e o conhecimento da doença constituem-se no maior entrave para o tratamento e controle clínico adequado. A situação se agrava pela suspeita de maus tratos. Diante deste cenário, a equipe adotou algumas medidas visando melhorar a qualidade de vida da paciente, incluindo notificação de maus tratos, orientações à família sobre a doença e encaminhamento para internação, dado o baixo peso e descompensação do quadro. O usuário psiquiátrico é naturalmente mais vulnerável a uma série de comorbidades como DM, HAS, entre outras e sua fragilidade se acentua quando não há suporte familiar adequado. Na condução do caso, a visão holística e abordagem familiar por uma equipe interprofissional foram vitais, a equipe construiu uma forte relação de compromisso para ajudar a usuária, o que levou à adoção de condutas visando melhorar sua qualidade de vida. Apesar dos avanços no tratamento de pacientes psiquiátricos, observa-se, porém uma carência de profissionais com conhecimento aprofundado para uma correta abordagem aos usuários portadores de transtornos mentais e o preconceito em torno desses usuários. Nesse contexto, tenta-se refletir sobre as possibilidades de se amenizar o atual quadro de sofrimento da usuária, destacando-se o acompanhamento da família, apoio psicológico à filha e capacitação dos profissionais envolvidos no caso.
Palavras-chave
Ensino-Serviço; Interdisciplinaridade; Interprofissional