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A leishmaniose visceral é uma zoonose negligenciada causada pelo protozoário Leishmaniainfantum e transmitida no Brasil pela picada de Lutzomyialongipalpis. Em Campo Grande é uma doença urbanizada e endêmica com elevada incidência canina e humana, sendo necessária a conscientização da população sobre a prevenção da leishmaniose visceral (LV). Diante dessa realidade foi idealizado o Projeto LeishNão, que utiliza educação em saúde como ferramenta de controle desta zoonose no município. O Projeto tem como objetivo esclarecer e conscientizar a população sobre os riscos da doença, motivar e enfatizar as medidas preventivas a fim de diminuir a incidência em longo prazo. Visa também auxiliar na formação profissional dos acadêmicos participantes, com maneiras eficientes de transmitir a informação para um público extremamente variado, utilizando métodos criativos de comunicação e obtendo experiências fora da Universidade e do contexto social em que estão inseridos. Após a definição das regiões de vulnerabilidade, iniciou-se a construção de parcerias com diversas instituições, entre elas escolas, centros de educação infantil, organizações não governamentais e participação em ações comunitárias. A abordagem ao público adulto consiste em palestras e rodas de conversa com a comunidade sobre a LV, distribuição de materiais informativos, como a cartilha LeishNão e folders, que com linguagem simples buscam difundir informação sobre epidemiologia e métodos de prevenção. Além disso é exibida a Leish-Feira, com apresentação do vetor e do protozoário com auxílio de lupas e microscópios e apresentação de banners com informações sobre o ciclo da doença. Nesta atividade observa-se grande interesse em públicos de todas as idades, sendo utilizado com grande sucesso em eventos sociais. Para o público infantil são realizadas atividades lúdicas como teatro, brincadeiras com pintura guache e jogos educativos, sensibilizando as crianças sobre a importância da prevenção da LV. Desde 2011 mais de 50 ações já foram realizadas, com o envolvimento de aproximadamente 5000 pessoas da comunidade externa e em torno de 200 acadêmicos de graduação e pós-graduação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Em 2015 foi realizada a I Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose, conforme Lei Federal nº 12.604, de 3 de abril de 2012, que institui a Semana. O ciclo de palestras durante o evento foi transmitido online, um marco para o Projeto, dando visibilidade às ações e às discussões para além do estado de Mato Grosso do Sul. Durante as atividades pode ser observada uma boa adesão por parte das comunidades ao projeto, atenção e interesse das crianças e adolescentes e também dos adultos, que questionam e expõem suas dificuldades em relação à prevenção. Avaliamos a conscientização desse público também através da interação com a página do LeishNão em redes sociais, pois diariamente aumenta o número de curtidas e compartilhamentos de informações. Espera-se que com a ampliação do Projeto seja ampliada a conscientização da população em relação à importância da prevenção da LV e que haja um decréscimo na incidência da doença, pois a cooperação interdisciplinar e a educação em saúde são fundamentais para o desenvolvimento da qualidade de vida da população.

Leishmania; zoonose; vetor;