Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Experiência do Estágio Prático Saúde da Comunidade I e o Programa de Saúde na Escola: Práticas Corporais, Alimentação Saudável, Acuidade Visual e Situação Vacinal
Bruna Costa Santos, Elton Hiroyuki Ytamura Moriya, Joaquim Dias da Mota Longo, Ana Rita Barbieri, Rafael Garanhani, Lucas De Castro Castelluccio

Última alteração: 2015-11-04

Resumo


APRESENTAÇÃO: O estágio de Saúde da Comunidade I tem como um dos seus objetivos aproximar o acadêmico da prática clínica e da população. Tendo em vista isso, um dos exercícios para esse fim é a melhora de um indicador de saúde, da Unidade Básica de Saúde, onde o acadêmico passa o vigente estágio. Dos indicadores a serem melhorados foi escolhido o indicador do Programa Saúde na Escola (PSE), uma vez que, a escola como um espaço de relações é ideal para o desenvolvimento do pensamento crítico e político, à medida que contribui na construção de valores pessoais, crenças, conceitos e maneiras de conhecer o mundo e interfere diretamente na produção social da saúde. O Programa Saúde na Escola (PSE) vem contribuir para o fortalecimento de ações na perspectiva do desenvolvimento integral e proporcionar à comunidade escolar a participação em programas e projetos que articulem saúde, educação e em outras redes sociais para o enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem o pleno desenvolvimento de crianças, adolescentes, jovens e adultos estudantes brasileiros. Essa iniciativa reconhece e acolhe as ações de integração entre Saúde e Educação já existentes e que têm impactado positivamente na qualidade de vida dos educandos. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Esse ano a campanha do PSE teve como tema: As práticas corporais, a atividade física e a alimentação saudável e adequada. Seguindo esse tema solicitamos permissão ao pais para realizar atividades na Escola Estadual Blanche dos Santos Pereira. Foram realizados medidas antropométricas, questionamentos sobre práticas corporais e hábitos alimentares, verificação do estado vacinal pelo sistema eletrônico da Secretaria de Saúde de Campo Grande e teste de acuidade visual (teste de Snellen) dos alunos de 2º e 3º ano do ensino médio. O total de alunos trabalhados foi de 212. RESULTADOS: Avaliação antropométrica: A maioria dos adolescentes avaliados (122) estava com o IMC dentro da faixa de normalidade (18,5> IMC< 25), representando 57.54% da amostra. 18.86% dos jovens possuíam IMC > que 25 e < que 30, faixa essa considerada como sobrepeso. 10.84% foram considerados subnutridos (17>IMC<18,5). 4.71% foram considerados obesos grau I (30>IMC<35). 3.30% estavam na faixa de magreza moderada. 2.83% estavam da faixa de magreza grave. 1.41% possuíam IMC entre 35 e 40, exclusivamente, sendo considerados obesos grau II. Por fim, 0.47% da amostra foi considerada obesa grau III. IMC Número absoluto Percentual < 16 (magreza grave) 6 2.83% 16 a <17 (magreza moderada) 7 3.30% 17 a < 18,5 (subnutrição) 23 10.84% 18,5 a < 25 (saudável) 122 57.54% 25 a < 30 (sobrepeso) 40 18.86% 30 a < 35 (obesidade grau I) 10 4.71% 35 a < 40 (obesidade grau II) 3 1.41% > 40 (obesidade grau III) 1 0.47% Tabela 1. Atividade Física: Dos 212 alunos, 84 responderam que praticam atividade física regularmente e 125 responderam que são sedentários ou não praticam atividade física de modo regular. Em porcentagem, isso representa que apenas 39,62% dos alunos são ativos e 58,96% são sedentários. Se analisarmos esse dado juntamente com o IMC, o grupo que percentualmente tem mais indivíduos ativos fisicamente foi o de obesidade grau III, com 100%. Em seguida vem os com IMC mostrando obesidade grau I, com 60%. Os alunos com sobrepeso estão em terceiro lugar, com 57.5% de alunos ativos. Já o grupo que percentualmente menos pratica atividade física de modo regular é o com magreza moderada, com 14,28%, seguido dos com magreza grave, com 16,66% e por fim os com IMC na faixa considerada saudável, com 35,24%. Dentre os subnutridos, 47,82% praticam atividade física regular e dentre os obesos grau II, 33.33%. IMC Número absoluto Ativos fisicamente Sedentários Percentual de ativos < 16 (magreza grave) 6 1 5 16,66% 16 a <17 (magreza moderada) 7 1 6 14,28% 17 a < 18,5 (subnutrição) 23 11 12 47,82% 18,5 a < 25 (saudável) 122 43 79 35,24% 25 a < 30 (sobrepeso) 40 23 17 57,50% 30 a < 35 (obesidade grau I) 10 6 4 60,00% 35 a < 40 (obesidade grau II) 3 1 2 33,33% > 40 (obesidade grau III) 1 1 0 100,00% Total: 212 87 125 39,62% Tabela 2. Acuidade Visual: Dos 212 alunos, 39 tiveram o teste de Snellen alterado. Destes, 31 foram encaminhados à consulta com oftalmologista. Os 8 restantes não foram encaminhados pois já tinham consulta oftalmológica agendada ou estavam aguardando a confecção de um novo óculos. Foram considerados com teste de Snellen normal 173 alunos. Teste de Snellen Número Encaminhados Alterado 39 31 Normal 173 0 Total: 212 31 Tabela 3. Verificação da Situação Vacinal: Apenas 29,71% dos alunos avaliados estavam com as vacinas em dia. 38,20% possuíam vacinas atrasadas e 32,07% dos alunos não tinham registro de sua situação vacinal no sistema eletrônico da Secretaria de Saúde de Campo Grande. Hábitos Alimentares: Foi constatado que a maioria dos alunos não possui uma preferência alimentar em específico. Os demais, citaram principalmente carnes vermelhas e doces como os alimentos preferidos. Já entre os alimentos odiados, foram citados principalmente alimentos de origem vegetal (jiló, saladas e verduras em geral). CONSIDERAÇÕES FINAIS: O presente estudo não mostrou associação entre obesidade e estilo de vida sedentário. Essa é uma limitação dos estudos transversais, o que levanta a possibilidade da metodologia empregada para detectar as categorias de sobrepeso, medidas pelo IMC, ter apresentado um viés de aferição. O estudo indica participação dos fatores biológicos, comportamentais e culturais na determinação do sedentarismo. Ocorre a interferência dos meios de comunicação, principalmente os visuais, no dia a dia do adolescente, que não contribuem com a adesão a um comportamento físico ativo. O número de alunos com teste de acuidade visual alterado e estado vacinal irregular foi além do esperado pelos pesquisadores. Isso demonstra falha no acompanhamento desses alunos por parte da escola, pais e/ou responsáveis e da própria rede de atenção básica. Sendo necessário maior atenção por parte dos educadores, das equipes de saúde da família e dos gestores. O presente estudo pode ser facilmente aplicável em outros locais, devido ao seu baixo custo e metodologia simples. Assim, outros estudos podem fornecer dados sobre os adolescentes brasileiros de todo o País.        

Palavras-chave


programa saúde na escola; atividada física; alimentação saudável; teste de snellen

Referências


Não há