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Este resumo insere-se no Pró-Saúde, Programa Nacional de Reorientação Profissional para a saúde,  iniciativa recente dos Ministérios da Saúde e da Educação e Cultura visando “re-ordenar” a formação de recursos humanos na saúde por meio da elaboração de políticas de formação e desenvolvimento profissional na área. Desde 2008,a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo vem desenvolvendo o Pró-Saúde II em parceria com a Supervisão Técnica de Saúde da Fó-Brasilândia (Zona Norte de São Paulo/Secretaria Municipal de Saúde da cidade de São Paulo). Em 2012, ampliou-se a atuação com a inserção do PET/Saúde, que envolveu os serviços: UBS Silmarya e UBS Galvão, Centro de Convivência e Cooperativa - CECCO Freguesia do Ó, CAPS II Brasilândia, CAPS II Infantil Brasilândia e CAPS III AD Brasilândia, na atenção à saúde mental. O projeto pensado para ser desenvolvido pelo PROPET SAÚDE 2012/2014 possui como objetivo geral que é identificar os casos e analisar o acesso às ações de cuidado na Rede de Saúde em relação aos problemas relacionados ao uso abusivo de álcool e outras drogas e aos transtornos mentais no território e identificar os itinerários terapêuticos e de cuidado/autocuidado dos usuários já inseridos em ações de Saúde Mental. Relatamos aqui os desdobramentos deste trabalho de articulação universidade e serviços. Os serviços de saúde da FÓ/Brasilândia (CAPS AD, Adulto, Infantil, CECCO, UBS Silmarya e UBS Galvão) receberam bolsistas do PET/Saúde Mental e tiveram dois de seus profissionais como preceptores. As equipes foram bastante receptivas à proposta por acreditar num fomento dos debates teóricos, que viriam como auxiliares e problematizadores da prática, que somente essa composição com a universidade poderia permitir. Assim, em relação às contribuições que os estudantes fizeram aos serviços, na fase da pesquisa em que os bolsistas começaram a acompanhar o usuário selecionado e a frequentar as reuniões de equipe para discutir o caso, pudemos perceber o fôlego que ganhou o Projeto Terapêutico Singular desse usuário, além de propor outro prisma na construção desse cuidado, contaminando a equipe para pensar também outros casos. Na fase da pesquisa com foco na criação de projetos inseridos no cotidiano os serviços, por exemplo, a proposição de grupos cujo objetivo é a promoção de autonomia dos usuários através do (re)reconhecimento de recursos culturais do território, promete trazer ainda mais possibilidades de desenvolver um trabalho de base comunitária. Este trabalho está sendo desenvolvido junto ao CAPS Adulto. UBS Galvão em articulação com CAPS Infantil e AD, UBS Sylmaria. Atividades que foram apoiadas inicialmente pelos bolsistas e tutores da universidade, mas que atualmente estão sob coordenação dos preceptores e profissionais dos serviços. Em relação às contribuições da universidade, as discussões propiciadas nas reuniões entre preceptores e os seminários temáticos abertos à participação dos outros profissionais foram momentos que visivelmente aportaram à equipe questionamentos e inquietações tão necessárias ao cuidado em saúde mental praticado a partir da perspectiva da desinstitucionalização. Outro desdobramento refere-se ao enfrentamento dos dois modelos de Atenção à Saúde - o tradicional e a Estratégia de Saúde da Família convivendo até hoje nas UBS. Os Núcleos de Apoio à Saúde das Famílias apóiam somente as Equipes de Saúde da Família, restando todas as outras pessoas que não residem em áreas de abrangência destas equipes sem uma política efetiva de atenção à saúde mental. Considerando essa necessidade e as novas diretrizes, criamos na UBS Sylmaria, uma reunião de matriciamento, um modelo de atenção à saúde mental que é um espaço transdisciplinar e que tem se revelado uma estratégia interessante e inovadora de coordenação de cuidados aos portadores de sofrimentos psíquicos; permitindo a criação de redes. Esta atividade tem contado com o apoio dos gestores dos serviços e potencializado a ação dos profissionais no trabalho em rede. Com isso, é possível afirmar que a experiência de articulação universidade e serviços de saúde foi interessante, instigador e contribuiu sobremaneira para a formação dos bolsistas e para a potencialização de ações dos serviços no território da Freguesia do Ó/Brasilândia. Além de criar outros dispositivos nos serviços, não se restringindo só aos previstos nas portarias da Atenção Básica, como foi o caso do matriciamento na unidade tradicional ou programática.

atenção básica; formação em saúde; saúde mental