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APRESENTAÇÃO: Através da análise das demandas relacionadas ao sedentarismo, violência (doméstica e sexual), déficit de atenção, transtorno de hiperatividade, obesidade, bullying, baixa estima e mau comportamento, a equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). Após a discussão com a Estratégia Saúde da Família (ESF) decidiu utilizar a Arte Marcial JiuJitsu, como ferramenta de acesso e formação dos jovens da área de abrangência da Unidades de Saúde Celso Daniel e UBS Jardim Santa Luzia, situados em Guaianases na zona leste do município de São Paulo. Essa região, segundo dados do último senso apresenta índices de extrema pobreza e vulnerabilidade social (IDH 0,748 – 94º entre os 96 distritos do Município de São Paulo). A implantação do grupo teve como finalidade agregar valores através do esporte; com efeitos na família, escola e comunidade. Entre eles educar e formar indivíduos, com determinação, respeito e disciplina; resgatar a autoestima das crianças permitindo que eles disseminem uma cultura de paz em sua família e comunidade, melhorar a atenção e concentração no ambiente escolar e tornar o acesso e cuidado em saúde mais atrativo para o público infantil. O JiuJitsu tem características integrativas, já que trabalha as questões do respeito às diferenças, dos limites e da inclusão social. No aspecto físico, promove o aumento da capacidade cardiorrespiratória e vascular, assim como a otimização da resistência muscular localizada, da força, da flexibilidade e da agilidade. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO – O grupo é multiprofissional e ocorre semanalmente, com a facilitação do educador físico do NASF e demais integrantes como a assistente social, nutricionista, dois Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) e um auxiliar administrativo. A ação é destinada a pacientes de ambos os sexos, com idade entre 08 e 14 anos, que necessitam de orientação, cuidado específico, olhar ampliado e direcionamento para rede sócio assistencial. A porta de entrada do grupo é após a discussão do caso em reunião ESF+NASF, visitas ou consultas e discussão do caso,  a permanência no grupo depende da avaliação trazida pelos pais sobre o comportamento domiciliar e escolar. Resultado– É possível observar uma capilarização do aprendizado no tatame para os âmbitos familiares, sociais e escolares. Isso é observado nos relatos dos pais, durante as reuniões bimestrais realizadas na presença dos filhos e nas falas dos professores durante as visitas aos equipamentos escolares. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O aprendizado extravasa aquele cercado pelo tatame, pois as crianças são tratadas e preparadas para enfrentar os combates do seu dia a dia e assim, conseguem promover mudanças também nos espaços que estão inseridas. Entendendo que as crianças são as figuras sociais que mais apresentam a possibilidade de transformação e que, segundo um dos valores marciais, de quem luta não briga, a maior conquista desta ação é a luta pela vida e por uma sociedade mais saudável.

atenção básica; NASF; práticas integrativas