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A entrada de um profissional em novo campo de trabalho é envolta por uma série de mudanças e adaptações. Trazemos nosso saber técnico, nossas subjetividades interagem com as relações que estão sendo construídas e as percepções que temos do universo do trabalho e dos significados de fazer saúde perpassam todo o processo. OBJETIVOS: Descrever os momentos iniciais dos profissionais de um Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) durante sua entrada em um novo campo de trabalho e compreender como se dá esse processo. METODOLOGIA: Com abordagem qualitativa, exploratória, na linha compreensiva, este estudo apresenta resultados de uma tese de doutorado em andamento. Foram realizadas entrevistas e observações diretas durante o primeiro ano de trabalho de uma equipe de seis profissionais que compõem o NASF em um município do sul do Brasil. Foram acompanhados encontros do grupo, rotinas de trabalho nas Unidades Básicas de Saúde, incluindo as interações com as equipes de referência das Unidades. Os achados do campo tiveram abordagem hermenêutica buscando-se aproximar do fenômeno e dos sentidos expressos na linguagem dos sujeitos acompanhados. RESULTADOS: A entrada do NASF acompanhado na pesquisa gerou movimentos prévios da gestão (planejamentos, pactuações e elaboração de oficina de “acolhimento”), dos profissionais (mudança de cidade, de emprego antigo), da comunidade (espera por novos modos de cuidar e de olhar a saúde). Os momentos de “entrada” foram diluídos ao longo do primeiro ano de trabalho, incluindo movimentos de planejamento e avaliação do processo de trabalho e entrada de outros atores, novos Agentes Comunitários de Saúde que assumiram postos de trabalho neste período. Também houve a saída de um membro do NASF. Os momentos de entrada envolveram constante negociação, conhecimento do território e reconhecimento de novos arranjos de trabalho em equipe, com processo de trabalho sendo construído em ato. Considerações finais: Pode-se compreender que os momentos inicias foram de apreensão, descoberta, aposta em novos projetos, negociação (com a gestão local, intra-NASF, com a equipe de referência da Unidade) e formação de identidade como equipe. A “entrada” se dá de acordo com o olhar que cada um compreende sobre o processo e o trabalho é construído em ato.

Núcleo de Apoio à Saúde da Família, processo de trabalho, adaptabilidade profissional