Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

Tamanho da fonte: 
Prevalência de Anemia em Escolares do Município de Santa Cruz do Sul/RS
Karini da Rosa, Caroline dos Santos, Daniel Prá, Miria Suzana Burgos, Cézane Priscila Reuter

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de um bilhão de pessoas no mundo são anêmicas e a principal causa é a deficiência de ferro, afetando 47% das crianças em idade pré-escolar e 25% das crianças em idade escolar de todo o mundo. A prevalência de anemia é classificada segundo a OMS nos seguintes níveis em relação à importância como problema de saúde pública, considerando a prevalência estimada: grave (≥ 40 %), moderada (20,0 – 39,9%), leve (5 – 19,9%) e normal (≤ 3,9 %). Assim, o objetivo do estudo é determinar a prevalência da anemia por meio de marcador hematológico e marcadores bioquímicos relacionados ao estoque de ferro, além de caracterizar os sujeitos de acordo com o nível socioeconômico. O estudo é um recorte de uma pesquisa de mestrado aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Santa Cruz do Sul. A população é constituída por 207 escolares, com idade entre 10 a 12 anos do município de Santa Cruz do Sul/RS. O nível socioeconômico foi obtido através do Critério de Classificação Econômica Brasil, da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, a avaliação de anemia foi realizada através do exame de hemograma e o estoque de ferro no organismo avaliado pelo exame de ferritina sérica. Utilizou-se ainda, a proteína C reativa (PCR), um marcador inflamatório. Para análise das variáveis empregou-se o teste de Kruskal-Wallis e o nível de significância foi de p < 0,05. Revelou-se que 13% da população estudada eram anêmicos, com prevalência maior nos meninos (13,3%) e nos indivíduos mais jovens (10 anos – 20%). Quanto ao nível socioeconômico, mostrou que a classe A2 e D apresentaram índices mais baixos de hemoglobina, assim como a classe D apresentou índices mais baixos de ferritina, contudo sem significância estatística. Observou-se ainda, que 14 indivíduos (6,8% da amostra) apresentaram ferritina ˂30 ng/mL e VCM ˂80 fL, indicando baixa prevalência de anemia ferropriva. Assim, de acordo com a prevalência de anemia encontrada no estudo, é considerada pela OMS como um leve problema de saúde pública, corroborando com outros estudos semelhantes conduzidos. A anemia foi maior no sexo masculino, semelhante a estudo realizado na África do Sul, entretanto, estudos na literatura revelam maior prevalência de anemia no sexo feminino. Apresentou índices maiores entre os indivíduos mais jovens, semelhante ao estudo desenvolvido no município de Taboão da Serra. Observou-se o baixo nível de hemoglobina na classe social A2, podendo ser explicada devido a hábitos alimentares não saudáveis, seguida da classe D, que pode estar relacionada à falta de alimentos, assemelhando-se ao estudo realizado na Quênia. O estudo revelou ainda, que 6,8% da amostra apresentou anemia ferropriva, semelhante a outros estudos conduzidos. Assim, a prevalência de anemia na população estudada é considerada pela OMS como um leve problema de saúde pública. Evidenciamos a relevância da anemia como um problema de saúde pública, visto que pode induzir prejuízos no rendimento escolar e pode ter consequências graves ao longo dos anos.

Palavras-chave


Anemia; escolares; saúde pública

Referências


  1. PETTIT, K.; ROWLEY, J.; BROWN, N. Iron deficiency. Pediatrics and Child Health, v. 21, p. 339-343, 2011.
  2. OMS. Iron deficiency anemia: assesssment, prevention, and control. A guide for programme managers. Genebra: WHO, 2001.
  3. Onabanjo OO, et al. Association between iron status and white blood cell counts in African schoolchildren of the North-West Province, South Africa. Journal of Epidemiology and Global Health. 2012; 2:103-110.
  4. Kingler EI. et al. Prevalência de anemia em escolares de Santa Cruz do Sul – RS. Revista Jovens Pesquisadores, Santa Cruz do Sul. 2013; 3(3): 113-121.
  5. Mashhadi IE. et al. Anemia as a Public Health Issue in Mashhad, Iran: Evidence from the First Population-Based Study. Acta Medica Iranica, Article in Press, (10 Jan 2015).
  6. Beinner MA. Fatores associados à anemia em adolescentes escolares do sexo feminino. Revista Baiana de Saúde Pública. 2013, 37(2):439-451.
  7. Lin JD. et al. Prevalence and associated risk factors of anemia in children and adolescents with intellectual disabilities. Research in Developmental Disabilities. 2010; 31:25–32.
  8. Abalkhail B, Shawky S. Prevalence of daily breakfast intake, iron deficiency anaemia and awareness of being anaemic among Saudi school students. International Journal of Food Sciences and Nutrition. 2002; 53:519–528.
  9. Balci YI. et al. Prevalence and Risk Factors of Anemia among Adolescents in Denizli, Turkey. Iranian Journal of Pediatrics. 2012; 22(1):77-81.
  10. Selmi AS, Al-Hindi A. Anaemia among school children aged 6-11 years old in Gaza Strip, Palestine. Annals of Alquds Medicine. 2011; 7:27-32.
  11. Midzi N. et al. Consequences of polyparasitism on anaemia among primary school children in Zimbabwe. Acta Tropica. 2010; 115:103–111.
  12. Fujimori E, Szarfarc SC, Oliveira IMV. Prevalência de Anemia e deficiência de ferro em adolescentes do sexo feminino – Taboão da Serra, SP, Brasil. Revista latino-americano de enfermagem, Ribeirão Preto. 1996; 4(3):49-63.
  13. Pullan RL. et al. Estimating the relative contribution of parasitic infections and nutrition for anaemia among school-aged children in Kenya: a subnational geostatistical analysis. BMJ Open. 2013; 3(2):1-10.
  14. Silva KN, Costa SHN. Prevalência de anemia ferropriva no laboratório clínico da PUC Goiás (LAC-PUC Goiás) de maio de 2013 a maio de 2014. Estudos, Goiânia. 2014; 41(4):785-792.
  15. Perng W, Mora-Plazas M, Marin C, Villamor E. Iron status and linear growth: a prospective study in school-age children. European Journal of Clinical Nutrition. 2013; 67;646–651.
  16. Rivera FSR, Siqueira EMA, Souza EMT. Prevalência de anemia em escolares de uma comunidade rural do Distrito Federal. Comun Ciência Saúde. 2006; 17(3):193-198.