Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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PERCEPÇÃO DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL SOBRE A CULTURA DE SEGURANÇA DO PACIENTE
Alessandra de Campos Fortes Fagundes Serrano, Angelina do Carmo Lessa

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


A segurança do paciente, é um importante tema que se tornou mais evidente desde a década de 90, constitui atualmente uma questão de relevância crescente entre pesquisadores do todo o mundo. Os eventos adversos podem ocorrer em qualquer local onde se prestam cuidados de saúde e na maioria das situações são passíveis de medidas preventivas. O objetivo geral foi analisar a percepção de uma equipe multiprofissional acerca da cultura de segurança do paciente em um hospital filantrópico do Vale do Jequitinhonha, MG. Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, observacional, com delineamento de corte transversal realizado em um hospital de médio porte, natureza filantrópica e privada do tipo geral localizada no interior de Minas Gerais. Foram convidados a participar do estudo todos os profissionais elegíveis, totalizando 228 colaboradores. Os dados foram coletados no período de fevereiro a maio de 2015, por meio de um instrumento autoaplicável, o Hospital Surveyon Patient Safety Culture, proposto e utilizado pela Agency for Health Researchand Quality, específico para pesquisa de cultura de segurança em hospital, traduzido e validado para a língua portuguesa. O projeto foi aprovado pelo processo nº 1070/2011. Após a aplicação do questionário 212 foram respondidos (92,98%), refletindo boa participação dos profissionais. Ao analisar a porcentagem de adesão dos profissionais, ou seja, a categoria profissional que mais preencheu o instrumento, encontramos os farmacêuticos, fonoaudióloga, nutricionistas, psicólogos, assistente social e médico que apresentaram adesão 100%, seguidos dos enfermeiros (90,63%), técnicos de radiologia, (88,89%), técnicos de enfermagem (87,42%) e fisioterapia (83,33%). Houve predominância dos profissionais do sexo feminino, com (79,90%). A idade variou de 20 a 62 anos, com média de 34 anos, sendo que a maioria, (24,40%), tinham entre 31 a 35 anos. Em relação ao grau de escolaridade, a predominância foi de nível médio (55,98%), o tempo de trabalho dos profissionais no hospital, a maior proporção foi entre 1 e 5 anos de atuação (33,97%), referente à carga horária semanal, 180 (86,12%) participantes relataram trabalhar entre 40 a 59 horas por semana e 199 profissionais (95,22%), indicaram ter contato direto com o paciente. Os profissionais do estudo atuavam em diversas unidades do hospital, sendo 134 (64,12%) em áreas críticas, 75 (35,88%) em áreas semicríticas e não críticas. Os pontos fortes na segurança do paciente foram demonstrados nas dimensões trabalho em equipe no âmbito das unidades e aprendizado organizacional/ melhoria contínua. Já as áreas consideradas como potencial de melhoria ou pontos fracos foram evidenciadas nas dimensões: expectativas e ações de promoção da segurança dos supervisores e gerentes, profissionais, trabalho em equipe entre as unidades hospitalares e passagens de plantão/turno e transferências internas. Dos participantes, 50,24% avaliaram a segurança do paciente como regular em sua área de trabalho e 77,90% não relataram nenhum evento nos últimos 12 meses. Após análise, considerou-se que tal pesquisa permite uma visão sistêmica da instituição, corroborando para o fortalecimento das ações de qualidade e segurança do paciente.

Palavras-chave


Segurança do paciente; qualidade da assistência à saúde; cultura organizacional, eventos adversos

Referências


AHRQ - Agency for Healthcare Research and Quality. Hospital Survey on Patient Safety Culture [cited 2012 nov 10]. Rockville, MD: U.S. Department of Health and Human Services. Publication n. 04-0041. Survey User's Guide 2004. Available from:http://www.ahrq.gov/qual/patientsafetyculture/hospcult.pdf.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Documento de referência para o Programa Nacional de Segurança do Paciente/ Ministério da Saúde; Fundação Oswaldo Cruz; Agência Nacional de Vigilância Sanitária. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 40 p. ISBN 978-85-334-2057-1

PORTO, KLH. A segurança do paciente na utilização do checklist. Rev. Enfermagem RevistaV. 17. N° 02. Maio/Jun. 2014;

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