Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

Tamanho da fonte: 
O SENSO COMUM DA TRADICIONAL MEDICINA AMAZÔNICA
Maria Isabel de Araújo, Naysa Lima de Souza Neta, Silas Garcia Aquino de Sousa

Última alteração: 2015-10-19

Resumo


O conhecimento tradicional sobre o uso das plantas na cura ou alívio de doenças preencherem uma lacuna desde a aurora de nossa vida até o ocaso de nossa existência humana, é vasto seu conhecimento e, em muitos casos, é o único recurso disponível que uma parcela da população tem ao seu alcance. As plantas usadas como remédio quase sempre têm posição significativa nos resultados das investigações etnobotânicas, neste contexto a biodiversidade amazônica em sua magnitude não é conhecida com precisão, estima-se a existência de milhões de espécies distintas de plantas e o uso destas são tradicionalmente preservado e disseminado como significativa herança cultural pela população amazônica, com a finalidade de aproximar o ser humano à natureza divulgando a importância da flora para nossas vidas, auxiliando na prevenção e no tratamento de várias doenças e de proteção espiritual, enfocando as tradições e forma de tratamento que nos transmitem como valiosos legados para a saúde. Objetiva o presente identificar o processo que envolve os saberes tradicionais relacionados às plantas medicinais na disseminação da informação sobre o uso racional destas e a cura de doenças nos trabalhos em educação ambiental. A metodologia adotada no presente caracteriza-se como pesquisa-ação, pessoa-ambiente, através do método qualitativo, foi entrevistada 100 pessoas com aplicação de questionário nas 40 feiras e em 8 mercados da cidade de Manaus no período de junho/julho de 2015. Como resultado prático identificou-se que 80% dos entrevistados afirmaram fazer uso das plantas medicinais pelos costumes transmitidos de geração para geração e por não fazer mal a saúde, 15% utilizam por ser mais barato e 5% por outros motivos não relatados. Percebe-se que a grande parte dos consumidores que faz uso de plantas medicinais para o tratamento de doenças é de origem humilde e esta prática e feita de forma empírica e cultural, sendo a única economicamente acessível, que, por se tratarem de plantas naturais, as mesmas não causam malefícios à saúde, dispensando a visita ao medico. A sensibilização, conscientização e a informação são essenciais e fundamentais para que o uso das plantas medicinais seja realmente proveitoso, conhecer cada propriedade da planta, e compreender como ela age no organismo e a forma mais correta e fundamental no preparo e armazenagem para que possamos obter resultados satisfatórios. Diante deste contexto recomendamos a importância das pesquisas de conhecimento cientifico e de trabalhos em educação ambiental que envolva os saberes relacionados às plantas medicinais, estabelecendo uma relação racional entre o uso das plantas e a cura de determinadas doenças junto à população e vendedores destas nos mercados e feiras da cidade de Manaus. Torna-se necessário a unificação da ciência com o conhecimento popular, bem como a aplicabilidade deste recurso natural, para que a população possa utilizá-las compreendendo seus princípios ativos. Recomendam-se palestras de Educação Ambiental junto aos vendedores de ervas medicinais nos mercados de Manaus como eficiente ferramenta para a sensibilização da preservação das plantas medicinais, bem como do conhecimento das tradições populares.

Palavras-chave


Etnobotânicas; Plantas Medicinais; Educação Ambiental.

Referências


BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Brasília - DF, 2010.