Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE SUPORTE FAMILIAR E SOCIAL DE PESSOAS IDOSAS E SUAS IMPLICAÇÕES EMOCIONAIS E CLÍNICAS
Leandro Silva Gomes, Angela Herminia Sichinel, Camila Sichinel Silva

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


INTRODUÇÃO: Compreendendo que a população mundial está envelhecendo e considerando esse crescimento faz-se necessário o desenvolvimento de estudos e pesquisas com esta população, pois, a emergência e a consolidação do estudo do envelhecimento (gerontologia) é um dos principais eventos científicos da contemporaneidade. Este estudo descritivo, de corte transversal, orientado pelo método quantitativo em pesquisa foi desenvolvido por meio do enfoque teórico-metodológico previsto pela Avaliação Geriátrica Ampla AGA, com a aplicação de questionários semiestruturados como a escala de depressão de Yesavage e o inventário de suporte familiar e social por uma equipe multiprofissional composta por médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas e acadêmicos de psicologia que atendem os participantes do Projeto AMI, junto às dependências do Hospital São Julião, em Campo Grande – MS. O objetivo é avaliar as condições emocionais (presença de sintomas depressivos) dos participantes, avaliarem a disponibilidade e adequação de suporte familiar e social, comparar os índices de hipertensão com o suporte familiar e social e comparar se há variação do escore de suporte familiar e social em relação à escala de depressão. MÉTODO: De acordo com Villas Boas et al (2012), a avaliação do paciente idoso, utiliza-se a Avaliação Geriátrica Ampla (AGA), que é basicamente interdisciplinar, objetivando um planejamento do cuidado e um acompanhamento em longo prazo dos idosos, com base em escalas e testes quantitativos, permitindo uma visão global do idoso. A partir da coleta dos dados obtem-se o escore de cada item analisado neste caso o suporte social e a escala de depressão, após esses números são comparados pelo o teste de coeficiente de correlação de Pearson no software Bioestat 5.0, apresentando resultados com IC maior que 95%. RESULTADOS: Houve correlação significativa entre a Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage e a Escala de Suporte Social nos entrevistados (p=0,0009). Os resultados demonstraram que quanto maior o suporte social 54,7% em mulheres menor a correlação com a depressão 14,54%, sendo 9,75% de índice de depressão para 54,6% dos homens com suporte social maior que seis (>6). Pacientes com menor suporte social tem maior probabilidade de desenvolver depressão, 16,03% das mulheres com escore menor que três (<3) resultaram em 47,5% de depressão. Dentre os homens 30,6% com escore menor que três (<3) resultaram em um índice de depressão de 34,7%.Houve correlação significativa entre a Escala de Depressão e o suporte familiar nos entrevistados (p =0,0424). Quanto maior o escore de suporte familiar 69% em mulheres menor a correlação com índices de depressão 16,4%, sendo 15,8% de índice de depressão para 76% dos homens que apresentaram suporte familiar maior que seis (>6). Os pacientes com menor escore de suporte familiar têm maior probabilidade de desenvolver sintomas depressivos, 13,2% das mulheres avaliadas com escore menor que três (<3) resultaram em 35,7% de índice de depressão. Dentre os homens 12% dos avaliados com escore menor que três (<3) resultaram em um índice de depressão de 33,3%.Discussão: A amostra corresponde a 176 idosos com idade entre 58 e 97 anos, média de 71,27 anos (DP=6,56) sendo 57,9% do sexo feminino e 42,04% do sexo masculino. O estudo demonstrou que os idosos que recebem maior suporte social e familiar têm menores índices de depressão, ao mesmo tempo em que os pacientes com menor suporte social e familiar apresentaram os maiores índices de depressão. Nesta amostragem não se evidenciou nenhuma correlação significativa entre o suporte familiar e social com os índices de hipertensão, mas contrapondo-se com um maior índice de hipertensão em pessoas com suporte social e familiar moderado, ou seja, o suporte familiar e social não interfere consideravelmente nas condições clínicas do paciente, e sim nas condições emocionais e psicológicas dos pacientes entrevistados.  

Palavras-chave


idosos; suporte social; depressão; suporte familiar

Referências


IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia Estatística/DPE-Departamento de Pesquisas/COPIS-Coordenação de População e Indicadores Sociais/GEADD- Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica. Indicadores Sociodemográficos Prospectivos para o Brasil 1991-2030. Rio de Janeiro, 2010. Obtido via Internet: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/projecao_da_populacao/publicacao_UNFPA.pdf. Acesso em: 14 de mar. de 2014.

KÜCHERMANN, B. A. Envelhecimento populacional, cuidado e cidadania: velhos dilemas novos desafios. Revista Sociedade e Estado. Vol. 27, n.1- Jan/abr 2012. P. 165. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/se/v27n1/09.pdf. Acesso em 22 mai. 2014.

VILLAS BOAS, P. J. F. V. et al . Acompanhamento domiciliar de idoso de Unidade da Saúde da Família de Botucatu. Rev. bras. educ. med.,  Rio de Janeiro,  v. 36, n. 1, supl. 1, mar.  2012. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022012000200022&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 16 jun.  2014.