Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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A experiência da realização de oficinas de inclusão digital para o controle social no SUS, Projeto de Extensão da PUC Minas Betim, Saúde nos Interessa: Observatório do Controle Social das Microrregiões de Betim e Contagem
Raimundo Loyola Júnior, Ronaldo de Oliveira Zenha, Karen Danielle da Silva, Daiane Flávia da Silva, Vivian Mara Barbosa, Ruan Victor Teles Gregório, Antônio Carlos de Amorim Júnior, Rafael Domingues de Morais

Última alteração: 2015-11-04

Resumo


APRESENTAÇÃO: O Projeto de Extensão Saúde nos Interessa: Observatório do Controle Social do SUS das Microrregiões de Betim e Contagem, da PUC Minas Betim é a continuidade do Observatório do Controle Social do SUS Betim que surgiu, em 2009, e que teve sequência com o Programa de Educação pelo Trabalho – PET Saúde Observatório do Controle Social do SUS Betim, no período de 2012 a 2014. De cunho multidisciplinar, o projeto visa promover a articulação entre os discentes e docentes de todos os cursos da PUC Minas em Betim, em especial Enfermagem, Fisioterapia, Psicologia, Ciências Biológicas, Medicina Veterinária, Biomedicina e Medicina, bem como entre os demais atores sociais envolvidos com a questão do controle social, a fim de desenvolver espaços de práxis sobre as políticas de saúde e controle social, ampliando dessa forma suas possibilidades de educação e intervenção sócio-política em saúde. O Projeto tem como objetivo geral fortalecer o Sistema Único de Saúde nas Microrregiões de Betim e Contagem qualificando os mecanismos de controle social do SUS dentre os vários objetivos específicos destacamos, no contexto desse relato de experiência, os quatro principais: 1- Promover articulação da comunidade acadêmica com os conselhos e as conferências de saúde a fim de contribuir para a consolidação da democracia no SUS das microrregiões de saúde de Betim e Contagem. 2 - Contribuir para a consolidação das organizações locais dos movimentos sociais como instância de participação crítica, cumprindo seu papel de representação dos interesses da comunidade. 3 - Avaliar e promover a qualificação da informação em saúde para o controle social do SUS nos municípios das microrregiões de saúde de Betim e Contagem. 4 - Elaborar novas estratégias de educação popular para o controle social no setor saúde. OBJETIVOS: Esse estudo tem como objetivo relatar a experiência do grupo de educação em saúde do Projeto de Extensão Saúde nos Interessa: Observatório do Controle Social do SUS das Microrregiões de Betim e Contagem no processo de elaboração, mobilização e realização das oficinas de inclusão digital para o controle social do SUS, através da percepção dos (as) estagiários (as) e dos preceptores do grupo. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Em momentos anteriores do Projeto, entre 2009 e 2014, foram realizadas várias oficinas de formação para o controle social do SUS com conselheiros de saúde do município de Betim. Durante a realização dessas oficinas surgiu à demanda, por parte dos conselheiros de saúde, de formação básica em informática para que o mesmo pudesse acessar dado e informações disponíveis sobre a saúde do município de Betim. Naquele momento foram realizadas algumas oficinas com o objetivo de proporcionar noções básicas de informática aos conselheiros participantes, o que teve uma avaliação positiva por parte dos mesmos. Avaliando como positiva a experiência de formação para inclusão digital foi definida como uma das metas do projeto oferecer programa permanente de inclusão digital para os conselheiros dos 16 municípios que compõem as microrregiões de saúde de Betim e Contagem. O grupo de educação em saúde fez a opção por trabalhar com uma metodologia que tivesse como suporte pedagógico a educação popular em saúde, partindo da premissa que o campo da educação popular em saúde se volta para o desafio de como trabalhar com atores sociais visando o desenvolvimento de práticas solidárias e políticas que ultrapassem a simples tradução das necessidades em demandas que possam ter respostas institucionais. Em reunião com os participantes do grupo, preceptores, estagiários (as) e professor de referência definiu-se que seriam formadas duas turmas com quinze participantes e seriam oferecidas quatro oficinas com carga horária de duas horas cada, perfazendo um total de oito horas por turma. O público alvo seriam os conselheiros de saúde dos municípios que compõem as duas microrregiões de saúde do projeto e pessoas ligadas aos movimentos sociais desses municípios. A PUC Minas Betim disponibilizou uma sala do Laboratório de Informática da Unidade com toda a infraestrutura necessária: computadores com acesso a internet e equipamento de multimídia, As oficinas foram dividas em duas unidades: Unidade I - Inclusão Digital Hardware 1.1   Periféricos 1.2   Unidade de armazenamento Windows 2.1   Inicializando o Windows 2.2   Navegação na área de trabalho (Desktop) 2.3   Conceito de pastas e arquivos Internet 3.1   Como efetuar pesquisa de conteúdo (Utilização do Google) 3.2   E-mail Unidade II - Sistemas de informação DATASUS Abordagem sobre Sistema de Informação do SUS 1.1   Apresentação dos Sistemas de Informação do SUS 1.2   Apresentação mais detalhada sobre os Cadastros Nacionais: Cadernos de Saúde, Cartão Nacional do SUS, CNES 1.3   SIOPS 1.4   TABNET - Indicadores epidemiológicos, indicadores demográficos, indicadores de cobertura. 1.5   Fundo Nacional de Saúde - Transferências financeiras. A primeira unidade aborda conceitos de informática e uso do computador e a segunda unidade são abordados os sistemas de informação em saúde disponíveis no DATASUS/Ministério da Saúde. Para facilitar o aprendizado foi elaborada uma apostila. Os (as) estagiários (as) ficaram incumbidos de realizar os contatos para captar participantes. RESULTADOS: As oficinas foram realizadas nos meses de junho e agosto de 2015 com a participação total de 16 conselheiros de saúde. Inscreveram-se para participar das oficinas trinta e uma pessoas, porém apenas pouco mais de 50% desse total compareceu efetivamente. Na etapa de mobilização os (as) estagiários (as) tiveram muitas dificuldades para conseguir os contatos dos conselhos de saúde dos dezesseis municípios e, consequentemente dos conselheiros. Durante as oficinas nos momentos de discussão, os conselheiros associavam suas vivências e participação nos conselhos de saúde com o tema proposto. Desta forma, pôde-se analisar o crescimento progressivo do pensamento crítico em relação à prática de conselheiro. Houve relatos de participantes que o conteúdo das oficinas proporcionou a eles a possibilidade de discutirem com maior propriedade uma pauta da reunião do conselho municipal de saúde. Outros relataram que agora tinham possibilidade de compreenderem melhor os relatórios de prestação de contas quadrimestral e anual da secretaria municipal de saúde. Todo esse processo possibilitou uma forte interação dos (as) estagiários (as), preceptores e do grupo com os participantes das oficinas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: As oficinas foram muito bem avaliadas pelos participantes que apontaram também à necessidade de se aumentar a carga horária para aprofundamento de alguns sistemas de informação, como SIOPS, por exemplo. Outra demanda que surgiu foi reproduzir as oficinas para todos os (as) estagiários (as) que participam do projeto. Alguns desafios estão postos para o projeto: A manutenção do Observatório enquanto prática extensionista, ou seja, estabelecer um caráter permanente e não apenas de projeto que tenha prazo para se realizar; Empoderar os conselheiros de saúde e os movimentos sociais para inseri-los de forma concreta na participação popular e, Fortalecer a relação do meio acadêmico com a sociedade.

Palavras-chave


Controle Social; Educação Popular em Saúde