Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose, Campo Grande/2015
Vitória Machado Neres-Gonçalves, Natália Trindade Azevedo Marques, Gabriela Tjhio César Pestana-Barros, Juliana Arena Galhardo

Última alteração: 2015-11-27

Resumo


APRESENTAÇÃO: A Semana Nacional de Controle e Combate a Leishmaniose foi instituída pelo Governo Federal, pela Lei nº 12.604, de 3 de abril de 2012, como reflexo da inclusão das leishmanioses nas prioridades de pesquisa no Brasil. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a leishmaniose é uma das sete endemias mundiais e sua importância se dá pela elevada incidência e ampla distribuição, além das implicações econômicas, transformando-se em um sério problema sanitário e econômico-social pela depleção da força de trabalho. As estratégias de controle empregadas veem sendo cada vez mais discutidas, devido à crescente urbanização da doença nos últimos 20 anos. A transferência de conhecimento sobre a doença é muito importante para o desenvolvimento de campanhas de controle, por resultar numa mobilização da comunidade em ações sanitárias surtindo na diminuição do número de casos. Dessa forma, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, através do projeto de Extensão “LeishNão - Educação sanitária como ferramenta de controle e prevenção da leishmaniose em Campo Grande-MS” e o Programa de Residência Profissional em Saúde em Medicina Veterinária na área de Zoonoses e Saúde Pública, juntamente com instituições públicas (Conselho Regional de Medicina Veterinária/MS; Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais (CCEV) da Secretaria Municipal de Saúde) e privadas (Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Mato Grosso do Sul; Universidade Católica Dom Bosco e VetSmart - aplicativo para dispositivo mobile) do município de Campo Grande/MS organizaram um ciclo de palestras técnicas cujo público-alvo foram médicos veterinários e outros profissionais da saúde, estudantes de medicina veterinária e outros cursos de graduação, proprietários e demais interessados no assunto. Uma ação de educação em saúde na Praça Ary Coelho (região central de Campo Grande, MS) foi realizada como fechamento do evento, a qual levou à população informações sobre a doença com entrega de panfletos e cartilhas, exposição de cartazes e Leish-feira (feira de ciências da leishmaniose), apresentação de palestras, teatro e outras atividades recreativas de conscientização sobre prevenção e controle da leishmaniose visceral, além de ressaltar a importância da posse responsável de animais domésticos. Os principais objetivos do evento foram: estimular ações educativas e preventivas; promover debates; incentivar a realização de outros eventos para discussão e delineamento de políticas públicas de vigilância e controle da leishmaniose; apoiar atividades de prevenção e combate desenvolvidas pela sociedade civil e difundir os avanços técnico-científicos relacionados à prevenção e ao combate à leishmaniose. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: O ciclo de palestras foi divulgado de forma massiva na internet pelos organizadores através da página do projeto LeishNão na rede social Facebook, pelos parceiros (CRMV-MS, ANCLIVEPA-MS, UCDB, VETSMART) através de suas respectivas páginas em redes sociais e em redes de contatos. Além da divulgação do blog “Todos Contra Leish” < todoscontraleish. blogspot.com> criado especialmente para o evento. As inscrições foram gratuitas e poderiam ser feitas previamente pelo blog do evento, por formulário específico disponibilizado no site do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Mato Grosso do Sul ou ainda, presencialmente no dia do evento. As palestras tiveram início no dia 10 de agosto de 2015, período noturno, no Auditório 2 do Complexo Multiuso da UFMS e seguiu até o dia 13 de agosto e, para recepcionar os participantes, os patrocinadores se responsabilizaram pelo coffe break antes das atividades. Houve também, para abrir as atividades diárias, apresentações técnicas dos patrocinadores sobre vacinação canina e produtos repelentes para cães (coleiras e soluções pour-on de diferentes princípios ativos) que servem para prevenir que os animais sejam picados pelo vetor que transmite a leishmaniose e assim adquiram a doença. Palestrantes de diferentes instituições abordaram sob diversas ênfases a leishmaniose visceral no âmbito do município de Campo Grande-MS, com os temas: “O Projeto LeishNão na prevenção da leishmaniose visceral” com a médica veterinária residente Gabriela Pestana Barros; “Aspectos legais e judiciais da leishmaniose visceral canina em Campo Grande” com o advogado e professor especialista Sergue Barros; “Leishmaniose Visceral Humana” com o médico Prof. Dr. Maurício Pompílio; “A Leishmaniose e o Serviço Público de Saúde” com a médica veterinária do Centro de Controle de Zoonoses Ana Paula Nogueira; “Programa de Controle da Leishmaniose” com a médica veterinária Profª. Ma. Juliana Galhardo e “Possíveis abordagens no tratamento da Leishmaniose Visceral em cães” com o médico veterinário presidente da Anclivepa-MS Antônio Carlos de Abreu. Contou também com uma grande novidade: em parceria com a Faculdade de Computação-FACOM/UFMS, o TVU (canal universitário) e o VetSmart, o evento teve Transmissão ao Vivo pela internet, permitindo que um grande número de pessoas pudesse acompanhar as palestras em tempo real, no conforto de suas casas. Esse recurso possibilitou um alcance fenomenal, potencializando a participação de pessoas inclusive de fora do estado e do país, uma vez que foi possível a interação do público online através do envio de perguntas via chat e/ou rede social e de respostas pela organização do evento em tempo hábil. As gravações diárias também ficaram disponíveis no YouTube após o evento, sendo encontrada com os nomes “Dia 1 – Semana Nacional de Combate à Leishmaniose 2015 – Transmissão VetSmart” A equipe de trabalho foi composta por acadêmicos de medicina veterinária e enfermagem da UFMS (membros do Projeto LeishNão) e acadêmicos de medicina veterinária da Universidade Católica Dom Bosco, sob supervisão das médicas veterinárias residentes de Zoonoses e Saúde Pública da UFMS, com orientação da Profª. Ma. Juliana Arena Galhardo, docente da mesma Instituição de Ensino. RESULTADOS OU IMPACTOS: Foram recebidas mais de 200 inscrições para o ciclo de palestras, embora que presenças confirmadas chegaram apenas 100 participantes. No entanto, o público online, manteve-se alto, atingindo uma média de 250 acessos por dia durante a transmissão. Como já citado, as gravações ficaram disponíveis no YouTube depois do evento e algumas destas já obtiveram mais de 3 mil visualizações. A página do Projeto LeishNão na rede social Facebook, que já apresentava 806 curtidas, recebeu mais de 400 curtidas apenas durante a semana do evento, o que foi um bom indicativo da adesão popular à iniciativa do projeto e o contentamento da sociedade e autoridades frente à Semana da Leishmaniose de 2015. Todos os ouvintes que compareceram a pelo menos uma das palestras técnicas ou os espectadores online que solicitaram receberam seus certificados, sendo totalizadas 139 pessoas com certificado de participação. Os palestrantes (ao todo 6), a equipe de trabalho e a organização (49 pessoas) também receberam certificados. Por último, a ação na Praça Ary Coelho, proporcionou a um público, em torno de 500 pessoas, de todas as faixas etárias, o recebimento de informações relativas aos produtos de uso animal para prevenção à leishmaniose, folders e cartilhas informativas, acesso a teatro educativo, brincadeiras com os jogos interativos, pintura facial, visualização do vetor transmissor da leishmaniose “mosquito palha” na “Leish-Feira”, além do tira-dúvidas convencional com os membros da equipe realizadora do evento. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A Semana de Controle e Combate à Leishmaniose teve uma excelente aceitação do público, tanto técnico quanto leigo. Isso significa que eventos deste tipo são fundamentais para atualização de conhecimento de profissionais da área da saúde, bem como para difusão da informação para a sociedade em geral. Além das políticas públicas, a “Educação em Saúde” é uma eficiente ferramenta para controlar não apenas a leishmaniose visceral, mas várias doenças que assolam a população brasileira.

Palavras-chave


educação em saúde; evento; prevenção