Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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A função apoio e o processo de subjetivação na gestão do cuidado
Magda Souza Chagas, Ana Lúcia Abrahão

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


Apresentação: O presente trabalho apresenta o relato de experiência da apoiadora da ação estratégica do Ministério da Saúde, SOS Emergência em um hospital do Rio de Janeiro ligado à Rede de Urgência e Emergência (RUE). Diferente de outras experiências na adoção da estratégia de apoio, no SOS Emergência a apoiadora passa a fazer parte do núcleo de tomada de decisão da gestão hospitalar e necessita manter provocação dos atores, manter-se em estranhamentos, trabalhar no processo de horizontalização das tomadas de decisões e assim a construção de processos de cogestão. O período de realização que trata o trabalho refere-se à novembro de 2011 a junho de 2015. Objetivos: 1) Fomentar discussão sobre processos de trabalho e gestão de coletivo; 2) Experimentar e disseminar processo de subjetivação na relação no coletivo dos trabalhadores/membros do Núcleo de Acesso e Qualidade Hospitalar. 3) Estimular no coletivo, processo de educação permanente em saúde. Desenvolvimento do trabalho: Fomentada discussão multiprofissional diariamente dos casos dos usuários/pacientes, em vários setores do hospital, inclusive na emergência. Esta prática, aparentemente esperada nas instituições de saúde, foi tomada como dispositivo de produção de coletivos, com explicitação de tomadas de posições, embates, defesa de ideias e análises de cenários. A discussão dos casos opera espaço promotor de educação permanente, possibilita processo de subjetivação dos trabalhadores e processo cogestão no coletivo. Resultados e/ou impactos: Além das questões relacionadas diretamente aos pacientes, como: aumento do vínculo, conhecimento nominal dos pacientes por parte dos profissionais, garantia na continuidade da assistência, resolução mais rápida dos casos, redução do tempo de permanência hospitalar, busca de soluções e relato de sentimento de participação no coletivo como valorização, de importância e a ampliação da potência por parte dos profissionais da saúde. Iniciada elaboração coletiva do projeto terapêutico singular do paciente, que tem proporcionado ao grupo vivências e descobertas no cuidar. A relação do apoio com estabelecimentos de saúde é uma construção a ser realizada, não está dada e nem garantida. Principalmente quando a unidade de serviço não solicitou apoio e sim recebeu por ação estratégica governamental. Este relato de experiência aborda a incursão da apoiadora do Ministério da Saúde (MS) em um hospital no Rio de Janeiro, sua função de provocadora de estranhamentos e deslocamentos nos processos de trabalho da gestão como um todo, inclusive dos profissionais da assistência. Considerações finais. A função apoio quando cuidadosamente forjada junto aos estabelecimentos de saúde e gestores possibilita experimentações como aqui descrita, onde foi possível construir tomadas de decisões mais horizontais, caminhar no movimento de cogestão, mas principalmente construir com coletivo processo de subjetivação. O apoio vertical não cria, copia e interdita. Deixar-se em experimentação e construir-se com o território é ser um “apoiador cartógrafo”.

Palavras-chave


Co-gestão; Gestão em saúde; Educação permanente

Referências